Agnelo Alves
Jornalista
Deixo à margem dos acontecimentos, que são muitos, os
aspectos políticos, mesmo considerando todos importantes e até consequentes
entre si. Mas o quadro econômico neste momento está acima de todos.
É possível que, por várias vezes, o Brasil tenha enfrentado
crises iguais ou até piores, mas é certo que em nenhuma outra oportunidade –
foram muitas – o quadro foi tão grave. Não apenas conjuntural como
especificamente brasileiro.
Deixemos para outra oportunidade a conjuntura política da
presidente Dilma Rousseff ter sido uma candidata diferente do que fora como
presidente no primeiro mandato e, sobretudo, diferente da candidata que venceu
para o segundo mandato.
As providências estão adotadas. Não entendo de economia,
mas, entre analistas econômicos e estudiosos, ainda não apareceu quem
discordasse pelo menos das primeiras providências. Aumento de impostos para
começo de conversa, sim senhor, além de economizar tostão por tostão.
Acabar com os desperdícios, as benevolências, de um tudo, as
custas das arrecadações dos impostos, enfim, do que só é possível com a famosa
“guitarra” da inflação. E vem como verdade absoluta o ditado: “Ou o Brasil
acaba com a guitarra, isto é, a inflação, ou a inflação acaba com o Brasil”.
Os governos estaduais também. Os demais poderes, idem. Vejam
o Poder Judiciário, aqui do Estado, o nosso Rio Grande do Norte. O
desembargador Cláudio Santos assumiu o seu comando imediato, a Presidência do
Tribunal de Justiça – anunciando, até antes de sua posse, que faria mudanças –
e já está adotando as providências cabíveis, ferindo interesses pessoais,
excessos, toda uma carga de benefícios que teve o seu momento e até a sua
legitimidade.
Ninguém tenha ilusões. As medidas de emergência para vencer
a crise que está aí, braba, são o aumento de impostos e poupar tostão por
tostão. Antes fizeram com a Petrobras o que todos sabemos. A Petrobras resistiu
e vai vencer o que não tenho certeza que o “lava-jato” sozinho resolveria. Com
certeza que não.
Portanto, o sacrifício, inevitável, vai ser geral. Aí está o
aumento dos impostos, chegando ao bolso de todos.
E vem mais.
eee
Quem tem um tostão poupe dois.
eee
E o apagão? Quem não estava esperando acontecer?
eee
Está prometido um 2015 melhor do que o presente 2015. Que
bom. É melhor trabalhar com dois anos no sacrifício.
eee
E o Fórum Econômico Mundial? Não boto fé.
eee
Mas ninguém tenha dúvida. As providências, agora, foram
anunciadas. O que virá em seguida é a volta do projeto do Poder. É o natural.
eee
Os países mais ricos do mundo estão apertando seus cintos,
Japão, Alemanha, França...
eee
Se o governo não cuidar de 2015, o ano seguinte, 2016, será
pior. “É melhor prevenir do que remediar”. Já dizia quem sabe.
eee
O Papa Francisco está revolucionando a Igreja. Esteve nas
Filipinas, onde reuniu seis milhões de pessoas. É o estadista do século. Não há
dúvida.
eee
Os países ricos estão encarando a crise. O Japão, a Alemanha
e a França. A Rússia está de mal a pior. Só os Estados Unidos estão escapando,
mas Obama vem aí com mais impostos para os mais ricos.
eee
A Grécia está aos pedaços. Portugal está amargando. A
Espanha ainda não saiu da crise.