sexta-feira, 27 de abril de 2007

Audiência debate a educação do RN


Rogério Marinho informou que apesar da situação crítica o RN não receberá a complementação do Fundeb.

O RN é um dos piores "alunos" do país. O desempenho negativo do estado na avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que ocupa a última posição no ranking do ensino de 1ª a 4ª série e antepenúltima no ensino médio, foi discutido em audiência pública hoje pela manhã na Câmara Municipal. Apesar das dificuldades para melhorar o ensino, os alunos potiguares não receberão a complementação do Fundo da Educação Básica (Fundeb), segundo o deputado federal Rogério Marinho.

Enquanto a média nacional do Ideb ficou em 3,9 pontos, a média do RN, BA e PI foi de 2,6. A avaliação foi criada para nortear as políticas públicas de melhoria da qualidade das escolas do país. A secretária estadual de Educação Ana Cristina de Medeiros garantiu ações em curto prazo por parte do governo para dar início a recuperação do ensino potiguar. "Vamos melhorar os procedimentos de alfabetização, implementar o reforço escolar, o fortalecimento da leitura com bibliotecas, além de aumentar a valorização do professor", explicou ela, de maneira genérica.

O RN conseguiu ainda resultados ruins no ensino fundamental da 2ª fase, de 5ª a 8ª série, ficando na 24ª colocação, com média de 2,6, inferior ao resultado nacional de 3,3. No ensino médio os potiguares também se destacam pela má qualidade, na antepenúltima posição, com uma pontuação de 3,0.

"Nunca se discutiu tanto a educação no Brasil, e isso é sempre salutar. Resgatar os antigos fundos de gestão educacional já é importante para a educação. Mas é preciso que tudo não fique só no papel", comentou Rogério Marinho. O deputado informou que o RN passou os últimos dez anos sem receber o adicional do antigo Fundef- e deverá permanecer assim, pelo menos por enquanto, com o Fundeb.

Na análise por município, o Ideb retrata a baixa qualidade da educação potiguar. Na primeira fase do ensino fundamental, o Rio Grande do Norte tem o município com o pior índice, Monte das Gameleiras, com média de apenas 1,00. A cidade de Galinhos ficou como a sexta pior colocação. Na análise da segunda fase, o penúltimo lugar é de Jundiá (RN). Como o sexto pior ensino de 5ª a 8ª série está o município de Olho D´Água dos Borges (RN).

O analfabetismo é outro problema detectado no RN. Em Japi, por exemplo, 48,3% da população maior de 15 anos tem dificuldades de ler e escrever. Monte das Gameleiras apresenta 48,2% de analfabetos e São Miguel de Touros 47,7%. Com resultados opostos estão Natal e Parnamirim, com os menores índices: 11,9% e 13,8% nessa faixa etária.

Com uma posição clara apenas de proposição da audiência, o presidente da Câmara Dickson Nasser não comentou a situação crítica do ensino do estado. "Nós propusemos a discussão do Fundeb. Mas detalhe do ensino que reponde são os secretários", afirmou o vereador. A audiência na Câmara contou ainda com a presença de diretores de escolas e representante dos servidores da educação.

"O primeiro passo é reconhecer o problema, mas a educação ruim não é situação de quatro anos ou projeto de governo ou partido", afirmou Rogério marinho. Na análise do ensino fundamental de primeira fase, correspondente a 1ª a 4ª série, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) analisou 143 municípios potiguares, dos 167 existentes. O melhor nível desse ensino na rede municipal ficou com a cidade de Acari, que alcançou uma média de 4,7. A pior média no Estado ficou com o município de Olho D´Água dos Borges, com 1,4.

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