domingo, 27 de maio de 2007

OPERAÇÃO NAVALHA

Tarso Genro: "Ninguém tem controle sobre a Polícia Federal"


Para o ministro da Justiça, Tarso Genro (PT), as investigações da Operação Navalha devem ir "até onde for necessário". Em entrevista a revista IstoÉ, o ministro diz que "vai cortar na própria carne" e que "ninguém hoje tem controle sobre a PF". Tarso afirma ainda que a Polícia Federal vai continar algemando - ação que vem sendo criticada por políticos e até pela Ordem dos Advogados do Brasil.

Veja trechos:

"Vai até onde for necessário. A investigação não tem uma orientação determinada pelo governo, e sim pelo Estado, pela lei. Garanto que a Polícia Federal não tem nenhuma orientação política negativa, de evitar investigar tal setor ou tal comunidade política. Mesmo porque essas investigações não são feitas contra os partidos. São feitas em cima de fatos concretos. Por exemplo, essa construtora Gautama.

(...)Se você considera o Estado a própria carne, sim. Se você considera o governo, está provado que sim, que já estamos passando a navalha na própria carne. Se você considera os partidos em geral, a resposta também é sim.

(...) As algemas constituem um símbolo. Um ato de detenção tem que produzir duas garantias de segurança: do prisioneiro e do policial. O que a PF alega para usar algemas em todo mundo? Que é imprevisível a reação de uma pessoa que está sendo aprisionada, mesmo que essa pessoa seja equilibrada.

Às vezes a reação das pessoas cultas pode ser até mais chocante. Um desembargador que é algemado num avião, não o é porque vai atacar o guarda, mas porque pode pular num ato de desespero. Nos EUA, recentemente, um juiz determinou que se retirassem as algemas de um prisioneiro e ele conseguiu pegar o revólver de uma policial e matou algumas pessoas. Portanto, o ideal é que fossem algemadas somente as pessoas violentas, mas é possível exigir do agente que ele corra esse risco? Não conheço nada mais seguro para todos do que algemas.

(...) Ninguém hoje tem controle sobre a PF. A PF faz parte da estrutura do Ministério da Justiça, mas um governo não pode ter o controle de uma polícia; o controle tem que ser do Estado. Um governo não pode orientar as ações da polícia segundo sua visão política. Não pode dizer até onde vai uma investigação e onde pára. Um governo tem que verificar é se os procedimentos efetuados pela polícia são legais".

Leia a íntegra da reportagem aqui.

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