terça-feira, 19 de junho de 2007

[APODI] POLÊMICA SOBRE A UTI NEONATAL

O jornal de Fato de hoje, publica uma matéria sobre os equipamentos de uma UTI neonatal que nunca forma usados, o problema foi denunciado durante a instalação da assembléia itinerante em Apodi.

PUBLICO REPORTAGEM NA ÍNTEGRA

Os vereadores de oposição Edileuza Torres (PDT) e Eliésio Gomes (PSB) estão querendo uma explicação da diretoria da Maternidade Claudina Pinto - Apami - e do prefeito José Pinheiro Bezerra (PMDB) sobre os equipamentos de uma UTI neonatal adquirida desde 2001 e que nunca foram desencaixotados. A unidade teria sido fruto de um convênio entre Prefeitura, Governo do Estado e Reforsus, no sentido de dar suporte nos casos de crianças que nascem prematuras ou com algum problema, evitando o seu deslocamento para outros centros.


O tema veio à tona durante a instalação da Assembléia Itinerante no município de Apodi, nos dias 15 e 16 de maio, quando o deputado estadual Gustavo Carvalho (PSB) aproveitou para fazer um pronunciamento polêmico, denunciando o caso. Gustavo disse ainda que mandou realizar uma auditoria para apurar todos os detalhes do que ele chamou de descaso com a população apodiense.

Na companhia do vereador Eliésio Gomes e do membro da comissão de saúde da Assembléia Legislativa, deputado Fernando Mineiro (PT), Gustavo fez uma visita à sede da maternidade para constatar a existência dos equipamentos que estão encaixotados em uma sala.

Quem também havia feito uma denúncia sobre a existência desse material foi o ex-secretário de Saúde do Município bioquímico Klinger Péricles Diniz, um dos responsáveis pela articulação junto ao Governo do Estado para que o município recebesse a estrutura, já que na época ele era coordenador dos hospitais do Estado.

A vereadora Edileuza diz não entender por que os aparelhos não estão funcionando, visto que na época o prefeito assinou o convênio. "Se o convênio foi assinado, decerto o Município tinha condições de manter a UTI, mas assim mesmo eles continuam mofando dentro de um quarto", adianta.

Eliésio Gomes denuncia ainda que o Município prefere gastar mais, enviando as crianças prematuras para Natal, do que viabilizar uma saída para implantar a Unidade. "Os casos mais graves são enviados para Natal e na maioria das vezes ou a criança morre no caminho ou chega tão debilitada que o tratamento não resolve, ocasionando ou a morte ou graves seqüelas", argumenta Eliésio.

Outro ponto polêmico que voltou a ser debatido foi a desativação da sala de obstetrícia do Hospital Regional Hélio Morais Marinho, a pedido do prefeito Pinheiro, junto ao então governador Garibaldi Filho, que na época tinha como objetivo dividir as responsabilidades, sendo que o hospital ficaria responsável apenas pela parte de urgência enquanto a maternidade se responsabilizaria por todas as operações na área de parte e ginecologia.

A UTI neonatal de Apodi foi feita dentro de um programa de cobertura estratégica para todas as regiões do Estado e os quites de incrementos tecnológicos do Ministério da Saúde foram liberados por lotes para atender os municípios contemplados de acordo com suas complexidades. Apenas Apodi, Pau dos Ferros e Assu foram contemplados com dois lotes de equipamentos cada, justamente pelo seu grau de importância e localização. No caso de Apodi, atenderia ainda os municípios de Felipe Guerra, Severiano Melo, Rodolfo Fernandes, Itaú e Caraúbas.

Equipamentos estão parados por falta de recursos

Procurado pela reportagem, o prefeito José Pinheiro Bezerra, responsável direto pela Maternidade Claudina Pinto, justificou que a UTI não está funcionando por falta de recursos. Segundo ele, para manter a Unidade ativa é preciso ter disponíveis três médicos neonatologistas de plantão. "Um médico especialista na área não quer vir para Apodi por menos de R$ 12 mil, o que seria inviável para o Município, que não dispõe desses recursos", argumentou Pinheiro.

Sobre a assinatura do convênio, para receber os equipamentos, ele disse que na época tinha esperanças de poder conseguir manter a Unidade, ou que ela pudesse ser comandada apenas por pediatras, mas depois descobriu que a exigência era de manter um especialista na área.

Pinheiro disse ainda que não acredita na possibilidade de um consórcio com os municípios vizinhos. "As Prefeituras passam por muitos problemas e não têm dinheiro disponível para cobrir um custo tão alto", adianta.

Segundo ele, a única maneira da UTI funcionar é através de um convênio firmado entre Município e Governo do Estado. "Nós temos os equipamentos e a estrutura física necessária, que construímos com recursos próprios. Caso o governo entre com o dinheiro, aí sim, é possível fazer a UTI funcionar", disse Pinheiro, que aproveitou para mandar um recado ao deputado Gustavo Carvalho: "Espero que Gustavo consiga viabilizar junto ao Governo a viabilidade financeira que precisamos para melhor a situação da saúde de Apodi a partir de sua auditoria."

0 comentários:

Blog do Prof. Ozamir Lima - Designer: Segundo Freitas