sábado, 25 de agosto de 2007

O AMARGO DA CULTURA DE MASSAS

A pedra e o reino
Dom Quixote e Sancho Pança,nas trilhas imaginárias de uma cultura genuína

Por Luiz Augusto Crispim Do JC Online

A pedra do reino de Ariano não é do reino deste mundo. Pelo menos não desse mundo globalizado por baixo, alheio às coisas verdadeiras da cultura nordestina em suas raízes mais puras. Daí a leitura ainda recente de um Ibope enganador, habituado a medir triângulos amorosos previsíveis e desejos desmedidos de vencer na vida, de preferência sem precisar fazer muita força.


A passagem do romance de Ariano Suassuna pela mídia de massa não autoriza a crítica a oferecer juízo estético de valor sobre um texto literário tão vivo em suas peculiaridades quanto Ulisses de James Joyce e O Processo de Franz Kafka. A criação artística não se transplanta de um meio para o outro, como se faz com um ramo de bogari.


Quando Orson Welles resolveu adaptar o romance de Kafka, em 1962, metade da intelligentzia ocidental recebeu o filme com azedume, sob a alegação de que aquilo que estava na tela pouco ou quase nada tinha a ver com o original do escritor tcheco. E não podia ter. Era O processo de Welles. Vista dessa forma, a obra só passou a ser respeitada a partir do momento em que ganhou identidade própria nas mãos de um gênio tão admirável quanto o próprio Kafka.
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