quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Professores grevistas não receberão salários

Decisão da Justiça favorece Governo e pune quem manteve greve. Viabilidade do movimento será debatida mais uma vez, amanhã

Os professores da rede estadual de educação votaram mais uma vez pela continuação do movimento grevista, que chega ao seu 39º dia, com a categoria quase sem motivação. Para muitos professores, a assembléia de ontem teve resultado questionável, pois além da categoria estar dividida, a votação pela continuidade do movimento teve que ser repetida por três vezes, até que o comando tivesse a certeza do resultado. Enquanto isso, a Secretaria Estadual de Educação (Seec) lançou uma carta aos professores detalhando o rumo das negociações e informando sobre o corte do ponto dos grevistas.

Os professores foram informados que, aqueles que não retomassem as atividades até a manhã de hoje, não receberiam o pagamento referente ao mês de agosto, pois nesta quinta-feira o Estado estaria encerrando a folha de pagamento. Esta determinação, segundo a assessoria de imprensa da Secretaria, está respaldada na decisão do desembargador do Tribunal de Justiça, Amaury Sobrinho, que negou liminar ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado (Sinte/RN).

Desta forma, caso a greve dos professores chegue ao fim amanhã, numa nova assembléia, esses professores só receberão a compensação em setembro, tendo ainda que repor os dias parados.

No fim da manhã de hoje, a assessoria de imprensa da Seec informou que os diretores das escolas estavam comunicando o retorno dos professores às Diretorias Regionais de Educação (Direds), visando manter o controle das escolas que estavam em funcionamento.

No Sinte/RN, o coordenador João Oliveira disse que a entidade estava ciente da carta aberta aos professores, mas ainda havia uma expectativa de que a Seec voltasse atrás nesta decisão. "Objetivamente a folha fechou hoje e a greve continua. Esperamos que não cortem os salários, pois o momento é de paciência e equilíbrio, sem agressões. O Sinte quer negociar para chegarmos a um consenso sem medidas autoritárias", afirma.

João Oliveira disse ainda que o resultado da assembléia de ontem é o reflexo da consciência dos professores sobre o movimento, no entanto, o que vale é a decisão da categoria presente. Ele reconhece que está difícil manter a greve, por causa do tempo que se arrasta, as pressões governistas e as escolas que retornaram às aulas. "Os professores são conscientes e a assembléia é o exercício da democracia. Acredito que se o Governo acenasse com uma proposta positiva sobre as promoções, ficaria mais fácil negociar", disse o coordenador do Sindicato.

Nas escolas alguns professores se mostram decepcionados com o rumo das negociações entre grevistas e Governo. Uma professora, que prefere não ser identificado, comenta que a categoria rachou e o Governo manteve as ameaças, o que enfraqueceu o movimento. Ele acredita que a greve atual tem muita ideologia política por trás e que a categoria foi usada por pessoas com interesses maiores. "É estranho que depois de trinta dias nada de positivo acontece para nós. As decisões foram tomadas pela Governadora, essa secretária é só um boneco. Nunca vi reprimirem com tanta veemência uma greve. Acredito que tenha algo por trás. Não foi a categoria que foi repreendida, mas sim quem estava por trás do movimento. Se a greve fosse da categoria, todos teriam aderido ou, pelo menos, a grande maioria", disse a professora.(fonte:Jornal hoje)

0 comentários:

Blog do Prof. Ozamir Lima - Designer: Segundo Freitas