Ensino, violência e greve levam brasileiros a trocar escola pública pela particular
Qualidade de ensino, violência e greves são alguns dos motivos que levam os brasileiros a fugir das escolas públicas, segundo professores, pais e diretores de escola.
Entre 2005 e 2006, mais de 311 mil alunos deixaram a rede pública de ensino, apontou pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
"Com as facilidades que os alunos da rede pública ganharam para entrar na universidade [ProUni, cotas ou pontos adicionais no vestibular etc], a gente esperava que houvesse uma migração para as públicas. Se acontece o contrário, é porque, infelizmente, o ensino público é mesmo uma porcaria", diz o coordenador de matemática da rede Objetivo, Giuseppe Nobiloni.
Os números referentes a São Paulo mostram que o fenômeno nacional se repete no Estado. O quadro de alunos de ensino fundamental e médio das escolas públicas encolheu 134 milhões de 2005 para 2006. No mesmo período, as escolas particulares ganharam 189 milhões de estudantes.
A ex-secretária de educação do município de São Paulo, Eny Maia, atribui parte desse fenômeno à necessidade de os alunos se prepararem para o vestibular. Segundo ela, a escola pública tem "outros objetivos".,
Professora da rede pública há 15 anos, Marisa Martins é um dos exemplos de pessoas que preferem o sistema privado. Ela diz que só matricularia o filho em escola do governo "em último caso".
"Gostaria de poder colocá-lo numa escola pública, mas elas são muito ruins. Meu principal medo é a violência. Não há segurança nem para os professores, nem para os alunos", aponta Martins.
Para ela, os baixos salários pagos aos professores e a má organização das escolas públicas estão entre as causas da baixa qualidade.
Procurados pela reportagem, nem a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, nem o Ministério da Educação e Cultura comentaram os dados da pesquisa do IBGE. (folha)
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