sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Ensino, violência e greve levam brasileiros a trocar escola pública pela particular

Qualidade de ensino, violência e greves são alguns dos motivos que levam os brasileiros a fugir das escolas públicas, segundo professores, pais e diretores de escola.

Entre 2005 e 2006, mais de 311 mil alunos deixaram a rede pública de ensino, apontou pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

"Com as facilidades que os alunos da rede pública ganharam para entrar na universidade [ProUni, cotas ou pontos adicionais no vestibular etc], a gente esperava que houvesse uma migração para as públicas. Se acontece o contrário, é porque, infelizmente, o ensino público é mesmo uma porcaria", diz o coordenador de matemática da rede Objetivo, Giuseppe Nobiloni.

Os números referentes a São Paulo mostram que o fenômeno nacional se repete no Estado. O quadro de alunos de ensino fundamental e médio das escolas públicas encolheu 134 milhões de 2005 para 2006. No mesmo período, as escolas particulares ganharam 189 milhões de estudantes.

A ex-secretária de educação do município de São Paulo, Eny Maia, atribui parte desse fenômeno à necessidade de os alunos se prepararem para o vestibular. Segundo ela, a escola pública tem "outros objetivos".,

"A rede do governo não privilegia a memorização, como pedem alguns vestibulares", afirma Maia.
Ela relativiza uma suposta melhor qualidade das escolas particulares: "Há escolas e escolas. As públicas são melhores que muitas dessas particulares por aí, que impressionam por ter poucos alunos por sala. Além disso, os pais buscam escolas que não tenham greve", diz.
Último caso

Professora da rede pública há 15 anos, Marisa Martins é um dos exemplos de pessoas que preferem o sistema privado. Ela diz que só matricularia o filho em escola do governo "em último caso".

"Gostaria de poder colocá-lo numa escola pública, mas elas são muito ruins. Meu principal medo é a violência. Não há segurança nem para os professores, nem para os alunos", aponta Martins.

Para ela, os baixos salários pagos aos professores e a má organização das escolas públicas estão entre as causas da baixa qualidade.

Procurados pela reportagem, nem a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, nem o Ministério da Educação e Cultura comentaram os dados da pesquisa do IBGE. (folha)


0 comentários:

Blog do Prof. Ozamir Lima - Designer: Segundo Freitas