domingo, 23 de março de 2008

Quase 60% dos alunos de 4ª série sabe o equivalente a um aluno de 1ª série no RN

Um terço das crianças brasileiras matriculadas na 4ª série do ensino fundamental não sabe nem sequer o que deveriam ter aprendido ao final do 1º ano de escola. A conclusão, desta vez, é oficial, e parte de um estudo ainda inédito preparado pelo Instituto de Estatísticas e Pesquisas Educacionais (Inep), ligado ao Ministério da Educação.

Pela primeira vez, o ministério criou parâmetros para dizer objetivamente o que um aluno deve saber em cada nível de escolaridade. A conclusão é que as crianças vão à escola, mas isso está longe de significar que estão aprendendo.


A base do estudo são os resultados da chamada Provinha Brasil, a primeira avaliação de alfabetização feita no País, que começa a ser repassada para os Estados neste mês. Para poder dizer a cada Secretaria de Educação se seus alunos sabem o que deveriam saber ao final da alfabetização, foi criada uma escala com cinco níveis.

O quarto nível, em que um estudante deve ser capaz de ler textos curtos com vocabulário comum na escola, foi considerado pelo Inep como o ideal para um menino de, normalmente, 8 anos que esteja terminando a 1ª série primária - ou o 2º ano, na nova metodologia do ensino fundamental de nove anos.

A comparação dessa escala com a do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) - a avaliação da 4ª e 8ª séries do fundamental e 3º ano do ensino médio, feita a cada dois anos - mostra que esse quarto nível corresponde de forma muito aproximada à pontuação de 125 a 150.

Porém, na 4ª série (ou, agora, o 5º ano do fundamental), um terço dos estudantes brasileiros avaliados em 2005 não passou desse nível. Se forem consideradas apenas as escolas públicas - descontadas as federais, que costumam puxar as notas para cima -, esse índice ainda fica um pouco pior: 33,3%. Nas redes municipais chega a 35%.


São crianças terminando a 4ª série, prestes a entrar em um mundo escolar ainda mais complexo, e que não conseguem entender o enunciado de uma questão ou mesmo uma historinha mais longa. E essa realidade fica ainda pior quando se olham as diferenças regionais.

Mesmo com melhorias recentes, o Nordeste ainda mantém os piores indicadores: metade das crianças de 4ª série tem nível de 1ª série. No Rio Grande do Norte, quase 60% estão nessa situação.


Fonte: Jornal O Estado de S.Paulo, edição deste domingo

1 comentários:

Anônimo

Pois é.
Na 4ª já passaram por 3 ou 4 professores diferentes; será que todos eram incompetentes?
Ou será que entre as causas do baixo desempenho não temos problemas reais de déficit cognitivo?Quantos casos de dislexia,TDHA,deficiência visual ou auditiva, para citar os mais comuns,são devidamente detectados e corrigidos?
Adianta chamar os pais e pedir que levem a criança para uma avaliação?
Não, não adianta.
Eles não aceitam e quando aceitam deixam para que a escola resolva; não estão nem aí.
Ainda cobram que o filho passe de qualquer jeito, sabendo ou não.
Sem falar que há os que não aprendem nada porque não querem, não gostam de atividade intelectual, só querem jogar bola, ser jogador 'pá ganhá dinhero'.
A escola virou depósito, as professoras viraram babás, supernanny , devem domesticar os coriscos e transformar em gente.
Sou de um tempo que não havia trololó de déficit cognitivo, não havia tanta frescura, tanto 'reforço', tanta atividade paralela de recuperação, mas todos aprendiam.Saíam do primário com bagagem que hoje só se vê no Ensino Médio e olhe lá.
Falta é rigor, disciplina; vá ver se escola militar entra na tal pesquisa.Não entra porque as aulas são aulas, não se perde tempo,tem atenção, tem disciplina, tem cobrança.
A baixa qualidade do ensino não é falta de computador[ nem Bill Gates teve computador na escola], mas passa muito pela falta de qualidade da clientela que antes era selecionada.Agora não há mais seleção, graças aos demagogos da inclusão de qualquer jeito,às irresponsáveis experiências pedagógicas que testam 'pensadores e educadores'como quem testa sabor novo de balinha.
Simples assim.Uma verdade incoveniente que o discurso politicamente correto não deixa ver.
Daí que a profissão de professor virou o que está aí:aviltada, sem prestígio, saco de pancadas,mal paga,virou responsável por todos os males do mundo.
Todo professor é visto como uma caixa de Pandora.
Como a maioria não reage ou tem rabo preso a ideologias que nivelam por baixo, vamos levando.
Por coisas assim tem tanta gente ficando famosa e rica escrevendo artigos metendo o pau nos professores, ''estes chorões de barriga cheia como gostam de dizer e comparar com os de países como a Finlândia.
O tal Gustavo Ioschpe então, só sente orgasmo quando fala mal de professor.Deve ser bem por isso que ele se declara tão orgulhosamente de esquerda...
Ou reagimos em massa ou nos calemos todos.Se puder pular fora ou descolar um DAS no MEC, melhor ainda.Nada como trabalhar em gabinetes, com ar-condicionado e longe, bemmmmmmmmmmm longe do cheiro dos alunos.

Lia/SC

Blog do Prof. Ozamir Lima - Designer: Segundo Freitas