domingo, 26 de outubro de 2008

País não é município

Da Carta Capital

O cientista político Jairo Nicolau, do Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), tem uma má notícia para os especuladores, jornalistas ou acadêmicos que olham os resultados das eleições municipais e prevêem o futuro.

“Não existe relação nenhuma entre uma eleição e outra. As tentativas de nacionalização das eleições municipais e o esforço para municipalizar as eleições nacionais atestam um fracasso desastroso para essa especulação”, afirma Nicolau.

Especialista em sistemas eleitorais, ele testou as correlações entre as últimas três eleições presidenciais (1998, 2002 e 2004) com os pleitos municipais anteriores (1996, 2000 e 2004) e não encontrou nenhuma consistência, nada que sustente esse mito.

Quando se trata de voto, o futuro não depende do presente. Mas a imprensa serrista tem insistido nesse ponto. O exemplo mais emblemático é o caso de São Paulo. O objetivo é transformar uma eventual derrota de Marta Suplicy em um fato capaz de abalar o projeto futuro de Lula e aliados.

Nesse sentido especula-se, também, com o caso de uma vitória de Fernando Gabeira (PV), no Rio de Janeiro. Mas também há suposições sobre Belo Horizonte, com a derrota de Márcio Lacerda (PSB) – apoiado pelo governador Aécio Neves (PSDB) e pelo prefeito Fernando Pimentel (PT). A vitória e a derrota, nesses dois casos, levariam água para o moinho do tucano. É uma tese suspeita.

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