sábado, 13 de dezembro de 2008

A Veja precisa ser revista

Há uma certa ambigüidade intencional no título, uma certa porção do veneno muito parecido com o que ela usa para atacar seus desafetos.


A Veja foi fundada em 1968 pelo jornalista italiano radicado no Brasil, Victor Civita, e contou com a preciosa colaboração do também jornalista italiano, Mino Carta, à frente do projeto durante os primeiros anos áureos de sua criação, até ser demitido por confrangimento do ministro Armando Falcão, que pediu sua cabeça em troca de um empréstimo de US$ 50 milhões feito à Caixa Econômica Federal pela família Civita, para saudar dívidas contraídas na criação da maior Editora da América do Sul. (Fonte: Mino Carta)

Por conta desse empréstimo, o semanário que durante os seus primeiros anos de criação praticou um jornalismo verdadeiro, ético e imparcial, passou a ser objeto de serventia dos militares e seus colaboradores.

O padrão jornalístico da revista teve uma queda substancial após a saída de Mino Carta, no finalzinho do regime militar. Entretanto, após a fundação do PT e o crescimento das esquerdas na América do Sul, foi que ela chegou aos níveis intoleráveis de mediocridade de hoje.

A Veja precisa ser revista, desde o seu projeto gráfico até o corpo administrativo e editorial. E cabeças de burro precisam rolar antes que ela amargue maiores prejuízos, a começar pelos péssimos jornalistas e articulistas como os da qualidade de Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo, gargantas de aluguel dos interesses escusos dos Civitas e da direita raivosa.

Hoje, as matérias da revista se contrapõem às ilustrações luxuosas de seus anunciantes, causando mal-estar aos leitores mais sensíveis. leia alguns depoimentos de personalidades vítimas de suas mentiras:

"A imagem projetada na revista VEJA sobre minha vida no exílio, me apresentando como um estancieiro rico, alheio aos problemas da pátria, não reflete a realidade"- João Goulart, em entrevista à Revista Veja, em 1971

"A revista Veja que diz que 'apura e denuncia tudo que prejudica o Brasil e os brasileiros', precisa urgentemente publicar a venda das ações da Editora Abril para empresa sul-africana Nasper, conglomerado de comunicação racista que sustentou o “apartheid” na África do Sul e que cedeu três de seus diretores para dirigir a África do Sul segregacionista." - Renan Calheiros, referindo-se à venda das ações da Editora Abril ao grupo Naspers.

"O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico." - O Caso Veja, de Luis Nassif.

"Na ocasião, o comportamento de Victor e Roberto Civita foi o pior possível, o mais covarde, velhaco, sorrateiro e mesquinho. Não foi, contudo, uma surpresa. A censura saiu de Veja, a Abril ganhou seu empréstimo e eu pude afirmar que custei muito além de trinta dinheiros." - Mino Carta.
C.medeiros

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