quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Emparn prevê que fenômeno El Niño provocará antecipação do inverno

A notícia divulgada pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn) dando conta que o inverno chegaria mais cedo mais cedo ao estado animou os agricultores da região oeste. Segundo o presidente da Emparn, Henrique Santana, a equipe de monitoramento detectou o fenômeno El Niño no oceano Pacífico, o que pode antecipar as chuvas no Nordeste para janeiro. "Se o inverno começar mais cedo, pode pegar o agricultor desprevenido, porque ele não terá preparado as terras a tempo. O ideal é que a chuva comece a partir de fevereiro e se estenda até junho", destaca.

Sobre o assunto o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do RN (Fetarn), Manoel Cândido, informou que os produtores já esperam as chuvas e é exatamente no primeiro mês do ano que eles começam a trabalhar a terra para o plantio. "Já estamos aguardando a chegada das chuvas. É comum o homem do campo se preparar e esperar o inverno em janeiro. Eles não terão surpresa se as chuvas chegarem mais cedo", garante. Segundo Cândido, algumas regiões do alto Oeste potiguar vêem o inverno começar mais cedo que o resto do estado.

Especialista vê previsão como precipitada

O professor José Espínola, responsável pelo setor de meteorologia da Universidade Federal Rural do Semi-árido, Ufersa, discorda da posição do diretor da Emparn e diz que ainda é cedo para fazer qualquer previsão sobre o inverno. "Considero a declaração do diretor da Emparn extremamente precipitada. Acho que ainda não temos dados que comprovem se teremos um inverno bom, se ele será antecipado, se haverá fortes chuvas. Faço até uma correção, já que o El Nino nunca foi responsável por antecipar chuvas e sim ao contrário, a La Nina é que pode influenciar nesses casos. Entendo que qualquer declaração nesse momento não passará de pura especulação", declarou.

Professor Espínola informa ainda que de acordo com o que vem se apresentando até agora e com a intensidade do fenômeno El Nino e o histórico de chuvas nos últimos anos, a tendência é de poucas chuvas na região. "No ano em que detectamos o crescimento do El Nino - que provoca o aquecimento das águas do Atlântico - sempre ocorre chuvas intensas na região sul e pouca no nordeste. Em 65% dos anos em que esse fenômeno ocorreu com intensidade houve baixa precipitação de chuva em nossa região", informou.

Ainda segundo o professor nos dias 15 e 17, meteorologistas de todo o Nordeste irão participar da 1ª Reunião de Análise e Previsão Climática para o Setor Norte do Nordeste do Brasil, que acontece em Campina Grande. O evento irá reunir todos os meteorologistas e pesquisadores da região Nordeste, além de alguns cientistas do resto do país. Segundo Henrique Santana, este ano o grupo realizou seis encontros para analisar as condições climáticas da área, mas para 2010 estão previstas oito reuniões.

"Essas reuniões são muito importantes para que possamos prever e prevenir nossos agricultores. Só depois desse encontro conseguiremos traçar um perfil de como se comportará o tempo nos próximos meses", acrescenta Espínola.
Denise Santos
correio da tarde

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