segunda-feira, 14 de junho de 2010

EUA criticam Brasil por prostituição e trabalho escravo


O governo brasileiro voltou a ser criticado nos EUA por não cumprir padrões mínimos para eliminar o tráfico de pessoas e o trabalho escravo, apesar de terem sido reconhecidos esforços do país para se adequar no último ano.

Em relatório divulgado nesta segunda-feira pela secretária de Estado Hillary Clinton, o governo americano estima em 12,3 milhões o número de vítimas de trabalho e prostituição forçados no mundo. O relatório homenageia ainda "heróis" do combate ao tráfico de pessoas --um deles o frei francês Xavier Plassat, escolhido por seu trabalho desde 1989 na CPT (Comissão Pastoral da Terra) no Brasil.

Vergonha na cara

Segundo Plassat, "o país tem instrumentos de libertação, mas não se faz quase nada em prevenção e reinserção, sem falar na impunidade". Ele afirma que só libertar escravos não resolve o problema. "Escravo não é só quem trabalha acorrentado, como creem políticos como a [senadora] Kátia Abreu (DEM-TO). As maiores organizações pecuárias do Brasil ainda quase negam [a situação]."

"O que falta ao Brasil é vergonha na cara."

O Brasil é classificado como "fonte de homens, mulheres, meninos e meninas para prostituição forçada no país e no exterior e trabalhos forçados" em solo nacional.

O texto diz que o governo fez "grandes esforços" para resgatar milhares de trabalhadores em situação de escravidão e expandiu serviços oferecidos a vítimas de tráfico sexual.

Alerta, porém, para o fato de que o número de condenações aos responsáveis caiu e que abrigos e proteções às vítimas continuam inadequados.

Mulheres e crianças brasileiras, particularmente de Goiás, são citadas como vítimas de prostituição forçada em países como Espanha, Itália, Reino Unido, Portugal, Suíça, França e mesmo os EUA. Já a indústria têxtil de São Paulo é mencionada como destino de trabalhadores forçados de Bolívia, Paraguai e China.

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