sábado, 6 de agosto de 2011

No Chile, pernambucano relata confronto entre estudantes e policiais por uma melhor Educação



Por Ângelo Fábio*

“Será bastante difícil apagar os ânimos de tanta reivindicação coletiva. As ruas estão tomadas como um estado em confronto civil. O presidente Piñera aos poucos vai colocando a corda no pescoço com a certeza de que sua popularidade diante ao mundo pós-repressões agora é incerta.”

Antes da solução, a violência, a perseguição, o sangue e as risadas de hienas que juram proteger a “pátria” impondo novas leis e regras de comportamento.

Jovens de toda Santiago e de outros distritos da capital chilena saíram de casa e tomaram as ruas, indo sentido à Avenida Alameda desde muito cedo, outros já em vigílias. Foi nesta última quinta-feira, 5 de agosto de 2011.

A Avenida Alameda é uma das principais da capital chilena, já tomada por jovens estudantes secundaristas e universitários. De outro lado, os carabineiros (policiais) também já se encontravam em seus pontos de partida, esperando apenas as vozes dos "alto-falantes" espalhados por toda a cidade autorizando o comando de ataque. E assim se deu.


Nessa primeira repressão, pelo menos 500 jovens foram presos, muitos deles menores de idade. A população saiu a contestar em “silencio”, desaprovando a atitude do governo, que tal ato não ficou distante das ações dos policiais durante os tempos de repressão da ditadura de Pinochet.

Segundo os meios de comunicação locais, as manifestações não ocorreram apenas na capital chilena, mas também em Valparaíso, Talca, Concepción, Valdivia, Antofagasta e Iquique.

Todas as forças de repressão alimentam um único objetivo: dar fim a esses protestos que não surgem de agora, mas sim de anos. Não é gratuito que tantos jovens, que por suas lutas e convicções deixaram afogar seus medos, egos e egoísmos, juntem-se por uma única causa que segue em seu rumo. Uma educação digna para todos e NÃO para poucos.

Neste país onde em maior parte os interesses são mercantilistas, a educação é mais uma ferramenta de negócios que germina milhares e milhares de cifras. Por sorte, todavia existem agrupações, coletivos e antes de tudo seres humanos lutando por uma mesma causa, não deixando a batalha dar-se por vencida e seguindo neste campo de batalha para um futuro ao menos igualitário.

* Ângelo Fábio é jornalista e artista plástico radicado em Buenos Aires, na Argentina


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