Gastar muito para '"GANHAR" pouco
O
que leva um candidato a vereador a gastar valores próximos a R$ 1 milhão para
ganhar cerca de R$ 700 mil em salários durante os quatro anos de mandato?
Silenciosa, a campanha
dos candidatos a vereador de Natal pouco é exposta. Enquanto os holofotes estão
voltados para os candidatos a prefeito, os concorrentes às vagas na Câmara
trabalham intensamente nos bastidores. Segundo uma fonte lotada na Câmara, o
jogo não é limpo, como parece. A eleição custa caro para muitos vereadores.
Mas, principalmente, para o contribuinte. A fonte revelou que o reembolso do
dinheiro gasto na campanha vem do patrimônio público, em esquemas previamente
montados.
De acordo com essa
fonte, cada campanha custa, numa expectativa pessimista, mais de R$ 700 mil ao
candidato. Os gastos são diversos. Têm os permitidos, declarados à Justiça
Eleitoral, e os proíbidos. A fonte calcula que o custo de agências de
propaganda, materiais impressos, carros de som e a contratação de uma equipe de
mobilização chega a R$ 120 mil. Mas esse, ao contrário do que é declarado, é só
o começo do custo de uma eleição para o legislativo municipal.
Segundo a mesma fonte,
a maioria dos candidatos que se elege pagam, em média, R$ 300 a cerca de 300
lideranças durante os 90 dias de campanha. São as chamadas "pessoas
matriculadas". "Cerca de 10 pessoas ganham mais de mil reais. são os
coordenadores de áreas (Norte, Sul, Leste, Oeste), assessores jurídicos e de
imprensa. O pessoal de apoio - motoristas, ASG's, locutores, etc - ganham R$
500 cada".
As informações dão
conta de que os prováveis vencedores gastam cerca de R$ 80 mil com "obras
sociais", que são vantagens concedidas a eleitores em troca de votos, como
ajudas a entidades, doações a quadrilhas juninas, consultas, exames médicos,
óculos, material esportivo para comunidades, cestas básicas, pagamentos de
contas de água e luz, botijões, caixões de defunto e demais pedidos de
eleitores carentes.
Os candidatos abastados
- aqueles com mais chances de vitória, de acordo com o que revelou a fonte,
gastam também cerca de R$ 50 mil com combustível; uma média de R$ 10 mil com
cafés da manhã, feijoadas, lanches e demais despesas de alimentação; R$ 10 mil
com locação de escritório, com água, luz, telefone e internet, por pelo menos
seis meses; e também na locação de veículos, que custam, aproximadamente R$
1.200 cada.
A informação é de que o
gasto maior ocorre no dia da eleição, quando candidatos ficam propensos a
cometer crimes eleitorais sem que estes sejam coibidos pela Justiça, na maioria
das vezes. "Geralmente, os candidatos colocam 10 mil pessoas para fazer
'boca-de-urna' que é uma forma dissimulada de comprar os votos. Cada pessoa
recebe R$ 20. Total: R$ 200 mil", enfatizou a fonte.
Fonte:DN
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