VAMOS DISCUTIR AS CHACINAS!
RENATO RIELLA
Diante de cada chacina
em escola dos Estados Unidos, pensamos assim: esta foi a pior. A de ontem
talvez tenha sido mesmo a pior, pelo número de mortos e pela idade das
crianças. Mais do que monstruoso! Cabe a todas as cabeças pensantes do mundo
refletir.
É preciso abrir amplo
debate, rediscutindo a família e a escola. E as experiências pessoais pesam
muito nessa discussão.
Vemos que a mãe de Adam
Lanza, o assassino de 20 anos (ele morreu também), era professora da escola e
foi a primeira vítima, dentro da sala de aula, onde seus alunos também perderam
a vida.
Sabe-se hoje que Adam,
quando criança, havia estudado nesse colégio. São informações que não levam a
nenhuma grande conclusão.
RESPONSABILIDADE
DAS FAMÍLIAS
A grande avaliação é a
de que as famílias (mesmo sendo vítimas) são responsáveis por cada chacina. É
inacreditável que esta mãe, hoje morta, e os demais parentes não tenham
percebido que Adam Lanza tinha hábitos esquisitos e mantinha arsenal de guerra
em casa.
Já escrevi aqui que pai
de pichador devia ser condenado junto com o jovem infrator. Como se explica que
o rapaz saia de madrugada, levando equipamentos diversos de pichação, sem
ninguém ver? O pichador volta sujo de tinta e cheirando a substâncias químicas,
mas ninguém percebe. Por que? E a tinta custa caro!
Lembro sempre,
agradecendo a Deus, que participei ativamente da criação de três filhos e dois
enteados (hoje, felizmente, adultos). Nunca deixamos de fiscalizar cada detalhe
deles. Se fumassem maconha ou um simples cigarro perceberíamos. Se fossem
pichadores, então – nem se fala nisso. Filho, até os 18 anos, não tem direito a
privacidade.
Se você for pai ou mãe,
não abra mão do direito de “invadir” o quarto de cada filho se sentir
necessidade extrema, abra correspondências, fiscalize a carteira de dinheiro,
mantenha o computador bastante visível, pesquise sobre o garoto (ou garota) nas
redes sociais.
Pai e mãe são detetives
dos filhos. Quem não marcar em cima pode ter surpresas. Nunca confie. Faça
ameaças discretas de intervenção, de cortes e nunca perca a autoridade.
PAI
E MÃE MANDAM ATÉ O FIM DA VIDA
Mudei o meu raciocínio
democrático sobre criação de filhos quando assisti na TV o depoimento de um
orientador católico (não registrei o nome).
Ele explicou que o
filho, mesmo velhinho, deve respeito e obediência aos pais – e estes não devem
abrir mão desse direito humano.
O orientador explicou
que a relação dos pais com o ser quando nasce é de 10 para 0. Pouco depois, o
bebê aprende a exigir leite materno e a relação vira 10×1. Mas aí a dependência
ainda é quase total.
Aos poucos, a criança
aprende a ler (10×2), começa a sair sozinha (10×3), passa no vestibular e já
está namorando (10×4) e depois começa a trabalhar e até se casa (10×5).
Essa relação permanece
10×5 até que a “criança”, já bem mais velha, fique órfã de pai e mãe,
percebendo como é difícil viver sozinha neste mundo. A autoridade não acaba.
O tal padre, com mais
de 40 anos, de renome, contou na TV que seus pais moravam no interior de São
Paulo. Quando ia visitá-los, embora independente e poderoso, era enquadrado com
rigor: por que engordou? por que não fez a barba? está fazendo poupança para a
velhice? por que demorou a nos visitar? Etc.
Pai e mãe não perdem
autoridade. Se isso for levado em conta, teremos menos matanças no mundo.
Continuarei a envolver
os leitores do BLOG com este assunto ao longo do dia. Nada foi tão grave no
mundo nos últimos tempos.
Hoje tenho neta de
quatro anos na escola e temo que um dia, em Brasília, apareça um babaca
querendo morrer famoso. Vamos reagir com inteligência enquanto é tempo.
JANUÁRIO
SE IMPUNHA SOBRE LUIZ GONZAGA
Ia concluir esse texto
quando me lembrei do recente filme sobre Luiz Gonzaga. Famosíssimo, o cantor levou
anos sem visitar a família no interior de Pernambuco. Quando chegou de repente,
ouviu do pai: “Seu corno, isso é hora de aparecer?”
Nessa visita, houve
grande forró ao ar livre para reverenciar a estrela brasileira do forró.
Gonzaga estava com excesso de vaidade, quando foi recriminado por um velhinho:
“Luiz, respeita Januário. Respeita os oito baixos do seu pai”.
O grande compositor fez
uma música memorável contando isso. Januário, pai do Gonzaga, com um acordeon
de apenas oito baixos, era o mestre da música na região. E o Rei do Forró teve
de reconhecer isso, embora famoso. Pai não perde a autoridade – nunca! É o
segredo para o filho prestar.
EM
TEMPO: reconheço que há exceções. Há tragédias. Há
descontroles psicológicos. Mas abro o debate. Não podemos ficar calados.
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