AVC - DERRAME PREMATURO
Em uma década,
aproximadamente 62 mil brasileiros com menos de 45 anos morreram em decorrência
de acidente vascular cerebral, diz Ministério da Saúde
O acidente vascular
cerebral (AVC), popularmente conhecido como “derrame”, não é mais exclusividade
dos idosos. A virada do milênio, como mostra pesquisa do Ministério da Saúde,
marcou um aumento da incidência da doença entre jovens brasileiros.
Segundo levantamento do
órgão, divulgado em 16 de novembro, cerca de 62 mil pessoas com menos de 45
anos morreram por causa de um AVC entre 2000 e 2010. O grupo já é responsável
pela maioria dos falecimentos, já que no período foram cerca de 99 mil.
Outra pesquisa, da
Universidade de Cincinnati, dos EUA, indica que a média de idade de quem teve
derrame caiu de 71 anos, em 1993 e 1994, para 69 anos, em 2005. E a porcentagem
daqueles com menos de 55 anos que sofreram AVC aumentou em 13% no mesmo
período.
“A impressão é de que
as pessoas mais jovens estão cada vez mais obesas, o que causa hipertensão, um
dos principais fatores que desencadeia o AVC”, explica Rubens Gagliardi,
vice-presidente da Academia Brasileira de Neurologia, lembrando ainda do risco
para quem tem pressão e colesterol altos, diabetes, doença cardíaca, hábitos de
vida pouco saudáveis, sem a prática de exercícios físicos, com alimentação
desregrada, é fumante ou usa drogas.
A frieza dos números,
que não contabiliza a rede privada, apenas dados do Sistema Único de Saúde
(SUS), pode, talvez, não dar noção do drama. O AVC, porém, é a doença que mais
mata no Brasil e uma das mais letais do mundo, com 16 milhões de mortes anuais.
Não é à toa que o
governo já sinalizou a intenção de criar 1.225 novos leitos nos 231
prontos-socorros que têm atendimento de urgência e emergência especializado em
AVC. “Para que consigamos reduzir a taxa de mortalidade é fundamental que a
população recorra aos serviços de saúde”, diz o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha. Afinal, a despeito do perfil de quem sofre o AVC, “é preciso tomar
cuidado em todas as idades”, lembra Gagliardi.
“O principal problema é
a falta de conhecimento da população sobre a doença”, analisa Sheila Cristina
Ouriques Martins, presidente da ONG Rede Brasil AVC e da Sociedade Brasileira
de Doenças Cerebrovasculares. “As pessoas não sabem que existe e, se sabem, não
imaginam que tem um tratamento. Precisamos mudar este conceito”, alerta a
especialista.
Os jovens têm
capacidade de recuperação maior se comparados aos idosos, principalmente porque
tudo ainda está mais novo, do cérebro a artérias. A diferença é como encarar.
“O idoso se conforma mais, já imagina que certas coisas vão acontecer. Os mais
novos se conformam menos, mesmo com sequela mínima, ficam deprimidos”, diz
Sheila Cristina. Por isso, alerta ela, quem sofre um AVC, mesmo sem novos
sinais, não deve abandonar o tratamento. “As pessoas que tiveram AVC têm nove
vezes mais chance de ter mais um do que aqueles que nunca tiveram. Por isso, é
melhor usar remédio a vida toda”, conclui.
Mais do que a
alimentação saudável, algumas pesquisas já conseguem indicar alimentos
específicos para ajudar na prevenção ao acidente vascular cerebral (AVC).
Um estudo realizado
pelo Lapland Central Hospital, da Finlândia, indica, por exemplo, que comer
tomates regularmente tende a diminuir a possibilidade de um derrame.
Percebeu-se que as pessoas com maior concentração de licopeno, presente no tomate,
têm 55% menos chances de sofrer com a doença em relação àqueles com baixa
concentração de licopeno.
O chocolate, sempre
alvo de investigações científicas, também pode ser útil. Segundo especialistas
da Karolinska Institute, de Estocolmo, na Suécia, quem come uma quantidade
razoável por semana (cerca de 63 gramas) corre menos risco dos avessos à
iguaria.
E, por último, a
Universidade de Bordeaux, da França, indica que quem consome azeite, seja para
cozinhar ou comer com o pão, tem até 41% menos chance de um derrame.
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