Chávez e seu legado
.Veias
abertas da América Latina
Por Eduardo Bomfim
Nestes tempos de brutal hegemonia da nova ordem mundial do capital
financeiro onde a grande mídia hegemônica global e as nacionais a ela
subalternas, determinam o que é falso ou verdadeiro, certo ou errado,
politicamente correto ou incorreto, a trajetória de luta de Hugo Chávez por uma
Venezuela independente, socialmente mais justa é um marco de destemor
patriótico de engajamento pela emancipação dos mais pobres, dos deserdados do
seu País.
Combatido pelas forças reacionárias, agredido
intensamente pelas grandes potências, em especial os Estados Unidos da América,
que contra ele e o povo venezuelano promoveram várias tentativas de golpe de
Estado, inclusive armado, Hugo Chávez foi firme na sua missão de transformar a
realidade de um País secularmente rico, um dos maiores produtores de petróleo
do mundo, mas dominado por oligarquias predadoras, cercado de miséria por todos
os lados.
O ódio ao sonho de Simon Bolívar de uma América soberana e de avanços sociais,
abraçado por Chávez, atraiu a ira, a sistemática conspiração imperialista que
mobilizou além das próprias armas políticas, financeiras, ideológicas, de
inteligência como a CIA, ainda perfilou em torno dessa causa torpe suas
reservas, a fina flor da reação fóbica em vários Países, especialmente da
América do Sul que pretextando análises críticas ou acadêmicas, miram baterias
de fogo midiáticas contra a Venezuela.
No Brasil o método de tratamento de punhos de renda combinado com o porrete fez
e continua fazendo escola na América Latina por parte dos segmentos
obscurantistas que apoiam de todas as maneiras efetivas, sem falar nas
inconfessáveis, iniciativas que atentam contra a soberania das outras nações e
dos seus respectivos povos.
A minha geração conviveu com esse tipo de coisas, de grupos que se refastelaram
com o arbítrio, aqui no Brasil e no Cone Sul, sem nenhuma transparência
jurídica dos seus lucros obscuros e hoje incorporam-se, como os EUA, em
campanhas até sobre Direitos Humanos contra os quais, no mínimo, foram
cúmplices.
Chávez honrou a sua jornada na terra como lutador pela independência da sua
pátria, abraçando a causa do desenvolvimento social. Cabe aos cidadãos
venezuelanos, únicos detentores da própria soberania, continuar a luta titânica
pelo desenvolvimento, o progresso humano entre as veias abertas, sangradas, da
América Latina, como já disse Eduardo Galeano.
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