domingo, 5 de maio de 2013

Entre 1970 e 2011, número de pobres caiu 42 milhões


Em pouco mais de quatro décadas, a pobreza despencou no Brasil. A proporção de pobres na população caiu de 68,3% em 1970 para 10,1% em 2011, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, consolidados pela economista e pesquisadora do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) Sonia Rocha. O número de pobres no Brasil passou de 61,137 milhões para 18,724 milhões, ou seja, são 42,413 milhões a menos de pobres na sociedade. O estudo, que será apresentado no XXV Fórum Nacional, aponta ainda que a fatia dos pobres avançou nas regiões Sudeste e Norte.
— A pobreza teve forte queda entre 1970 e 2011 e a redução da desigualdade foi fundamental nesse processo — diz a economista.
O levantamento teve como base a renda familiar per capita e estima linhas de pobreza que variam para cada região. Os mais de 40 anos entre 1970 e 2011 foram divididos em quatro períodos (1970-1980, 1980-1993, 1993-2003 e 2003-2011).
A redução da pobreza rural e a melhoria sustentada das condições de vida de pobres e não pobres — tanto de renda quanto de oferta de serviços públicos — são apontados pela pesquisadora como aspectos comuns a todos esses anos.
— Cada período teve um comportamento diferente da pobreza, mas houve uma melhoria das condições de vida da população em todos eles. A velocidade é que mudou. Ao mesmo tempo, vimos uma redução da pobreza rural — afirma Sonia Rocha.
Empobrecimento urbano
A análise entre as regiões mostra que a situação da pobreza se deteriorou no Sudeste e no Norte, enquanto teve melhorias nas demais áreas. O Sudeste tinha 30,5% dos pobres do Brasil, com fatia de 44,5% da população em 1981. Estes números avançaram para 33,7% e 42,2%, respectivamente, em 2011. A fatia dos pobres no Norte subiu de 3,8% do total do país, em 1981, para 16,1%, duas décadas depois.
— O grande perdedor foi o Norte, que viu a pobreza explodir. Já no Sudeste, a situação piorou pelo empobrecimento urbano, com suas três grandes metrópoles. O Centro-Oeste é a história de sucesso — aponta.
A economista acredita que, daqui para frente, a principal ação necessária para um salto maior na redução da pobreza é o investimento em educação:
— Agora que passamos por um momento de ganho de renda, precisamos garantir que as crianças tenham acesso a educação de qualidade independentemente de onde venham.

Lucianne Carneiro, O Globo

0 comentários:

Blog do Prof. Ozamir Lima - Designer: Segundo Freitas