sábado, 13 de julho de 2013

Dia Mundial do Rock

O dia 13 de julho é o dia mundial do rock. A data foi escolhida em homenagem ao primeiro Live Aid, show multiestelar idealizado por Bob Geldof para arrecadar fundos para países africanos. Com apresentações ocorrendo simultaneamente nos Estados Unidos (JFK Stadium, na Filadélfia) e Inglaterra (Wembley Stadium, em Londres). O show durou, ao todo, 16 horas, e arrecadou cerca de 100 milhões de dólares, no que foi o mais bem sucedido espetáculo de rock da história.
A ideia, que tornou mundialmente conhecido o nome de Bob Geldof, ocorreu-lhe após assistir uma matéria na TV sobre a fome na Etiópia. Sensibilizado, Geldof, vocalista de uma banda chamada Boomtown Rats, escreveu com Midge Ure, músico do Ultravox, uma canção chamada “Do they know it’s Christmas?”, que foi gravada pela “Band Aid” (Bono, Sting, George Michael, Paul Young, Boy George e Simon LeBon), com renda dedicada às nações africanas. O disco, lançado em 7 de dezembro de 1984, rendeu 8 milhões de libras.
O sucesso de single levou-os ao planejamento do megaevento que seria o “Live Aid.” O espetáculo reuniu nomes lendários do rock, como Paul McCartney, Rolling Stones, Queen, U2, David Bowie, Bob Dylan, Led Zeppelin, Madonna, Santana, The Who e Beach Boys. Ao todo, mais de 60 artistas se apresentaram e foram vistos em cerca de 140 países, por mais de 2 bilhões de pessoas.
live Aid
Palco no Wembley Stadium, Live Aid, 13 de julho de 1985.
A abertura do show deu-se precisamente ao meio-dia, em Londres, pelo príncipe Charles e Lady Diana, seguindo-se a execução do hino britânico. Felizmente para todos, a solenidade de abertura foi na Inglaterra. Em menos de dois minutos estava concluída e começava o que realmente interessava a todos, o show de rock. Imaginem se a saudação inicial fosse em Cuba, pelo premier Fidel Castro. Ou em qualquer dos vários países onde impera a verborragia e os políticos aproveitam ocasiões semelhantes para enaltecer seus feitos, reais ou fictícios.
Coube à banda Status Quo o privilégio de ser a primeira a entrar no palco. Durante todo o show, além dos artistas que se apresentaram em Londres ou na Filadélfia, outros, em diferentes países, fizeram entradas ao vivo ou em gravações especialmente preparadas. Cada artista tinha 18 minutos para sua performance, o que foi cumprido. Alguns dos grandes nomes pressionaram por maior tempo, ameaçando desistir. Não lhes foi dado e nenhum cumpriu a ameaça.
Paul McCartney fez sua primeira apresentação pública desde o assassinato de Lennon. Segundo ele, cedeu às pressões dos filhos. Foi o último a se apresentar na fase britânica. Cantou Let it be. No início de sua apresentação, um problema com os microfones, fez com que o público presente no estádio não o ouvisse e o da tevê apenas escutasse o piano. Sem se dar por achado, improvisou: “there will be some feedback, let it be”.
Phil Collins realizou a proeza de ser o único músico a tocar na Inglaterra e Estados Unidos. Assim que terminou sua participação em Wembley, embarcou no Concorde para os Estados Unidos e chegou na Filadélfia a tempo de participar da fase americana. Lá, acompanhou Jimmy Page, Robert Plant e John Paul Jones na primeira reunião do Led Zeppelin desde a morte de John Bonham, em 1980.
Uma das grandes performances foi do Queen. Diz-se que o engenheiro de som da banda sub-repticiamente cancelou os limitadores sonoros que tinham sido colocados, de modo que a banda conseguiu um som mais alto do que as demais. Além disso, o Queen fez bem o dever de casa, ensaiando exaustivamente. Sua apresentação galvanizou o público e foi eleita, de certa feita, como a maior performance ao vivo da história do rock, começando com Bohemian Rhapsody e terminando com We are the champions.
queen live aid
Freddie Mercury durante apresentação do Queen no Live Aid – A maior performance na história do rock?
Não houve uma apresentação dos Rolling Stones como uma banda. Talvez fosse um período em que a convivência entre Mick Jagger e Keith Richards estava em uma fase baixa. Convidado, Jagger teria dito que ele participaria, mas não os Stones, porque Keith Richards não daria a mínima. Os Rolling Stones não participaram de Live Aid como uma banda. Mick Jagger fez dupla com Tina Turner na penúltima apresentação da fase americana. Mas Keith Richards também foi. Ele, Ron Woods (outro Stones) e Bob Dylan fecharam o show no JFK Stadium. Quer dizer, quase fecharam. O show foi encerrado com um coro all-stars cantando We are the world. Assim como a fase londrina tinha sido encerrada com um coro também composto com grandes nomes cantando Do they know it’s Christmas?
O espetáculo não acabou com a fome na África. Nem o fizeram os outros Live Aids que se seguiram. Há quem até suspeite que parte do dinheiro terminou sendo usado por governos corruptos para perseguir opositores e se manter no poder. Mas mostrou a capacidade que o rock tem de mobilizar pessoas em nome de causas nobres. Bem ao contrário do que certa vez disse Frank Sinatra, que “o rock’n’roll é a marcha marcial de todos os delinquentes juvenis sobre a face da terra.”
Capa em destaque – King Crimson – In the Court of the Crimson King (1969).
Álbum de estreia da banda inglesa de rock progressivo King Crimson. Para os críticos o melhor álbum do grupo também chamou muito a atenção pela capa. A bizarra figura é um trabalho de Barry Goldber. Tem por título 21st Century Schizoid Man, também o nome da primeira faixa do disco. Goldber morreu aos 24 anos e esta é a única capa de disco que desenhou.
king crimson
Djacir Dantas


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