sábado, 30 de novembro de 2013

Imprensa mostrou cobertura ideológica muito nítida


Quem afirma é Jânio de Freitas. O programa Observatório da Imprensa desta semana discutiu a cobertura da imprensa sobre a AP 470, o chamado julgamento do mensalão. Alberto Dines recebeu no estúdio do Rio de Janeiro os jornalistas Jânio de Freitas, da Folha e outros. Dines perguntou como Jânio de Freitas avaliava o “carnaval” da mídia em torno das prisões dos réus, lembrando que jornalistas tentaram entrar no avião que os levou a Brasília (DF). Eis a resposta de Jânio: “Há uma evidente tendência na atual maneira de fazer jornalismo brasileiro para buscar o sensacionalismo, para dar um ingrediente a mais que é fabricado na elaboração da notícia”. Ele ainda apontou uma “indisposição” da mídia em relação ao PT, ao ex-presidente Lula e a Zé Dirceu. Para Jânio, essa combinação serviu bem ao sensacionalismo. O jornalista avalia, no entanto, que, enquanto a mídia eletrônica buscava o estardalhaço, os jornais impressos do dia seguinte à prisão tiveram uma postura sóbria. “A televisão foi espetaculosa nesse dia e talvez em um ou outro dia no decorrer do processo. Com bastante razão para isso, porque era uma coisa espantosa: de repente, estar aquele grupo de pessoas de classe social e inserção política muito elevada [indo] para a cadeia, no avião da Polícia Federal”, afirmou. “De outra parte, bastante diferente, é, a meu ver, a conduta da imprensa no decorrer de todo o processo. O que eu quero dizer é o seguinte: a televisão fez uma cobertura – ainda que talvez exagerada, desnecessariamente excessiva – factual, jornalística. Mas a cobertura da imprensa durante todo o processo, desde a primeira denúncia do Roberto Jefferson, tem uma conotação ideológica muito nítida. É muito clara a acentuação da conduta jornalística, nesse caso, pelo fato de se tratar do PT.” Jânio diz que a incapacidade da mídia de conviver com o governo PT acentuou a contaminação ideológica da cobertura jornalística.

Manipulação de laudo
A que ponto chegamos. A defesa de José Genoino Neto recebe com perplexidade e indignação a maneira pouco transparente com que foi divulgado o Laudo de Junta Médica Oficial subscrito por médicos nomeados pela Câmara. Não é possível aceitar que ignorantes de ocasião, movidos por indisfarçável conveniência política, que despreza os mais elementares imperativos humanísticos, procurem, acintosamente, comprometer a percepção da real, delicada e preocupante situação de saúde do deputado. O cuidadoso trabalho de experts foi mutilado e divulgado à imprensa e população de maneira propositalmente resumida, ocultando-se os pontos fulcrais do trabalho.

Perseguição
A imprensa cretina tascou logo nas suas páginas marrons que o dono do hotel que está dando emprego a José Dirceu está esperando autorização para uma emissora de TV. Talvez seja verdade, mas a mesma mídia safada se esqueceu de dizer que ele teve uma emissora cassada pela ditadura. Vejamos a informação: A família Abreu, proprietária do Saint Peter, foi perseguida pela ditadura militar. Irmão do Paulo Masci Abreu, dono do hotel.

Resistência
José de Abreu, deputado federal pelo antigo PTB, teve o mandato cassado pelo regime militar. A ditadura cassou, também, a concessão de uma emissora de sua propriedade, a Rádio Marconi de São Paulo, porque ela resistiu por várias horas após a deflagração do golpe militar de 1964 e apoiou o ex-presidente João Goulart.

Emissora 
Zé de Abreu foi, também, o 1.º empresário de comunicação a conquistar nos anos 80, ainda durante o regime de exceção, uma indenização na justiça pela cassação de sua emissora de rádio.

Crispiniano Neto




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