A triste impressão é a de que a justiça eleitoral cria dificuldades para vender facilidades
Nos últimos meses, acompanhando a
situação da Serra do Mel e de Carnaubais, onde vi os adversários de Manuel
Cândido e de Luizinho Cavalcanti comprando votos descarada e escancaradamente,
para depois ver, de queixo caído, os dois sendo cassados por “captação ilícita
de votos”, perdi por completo o respeito pela Justiça Eleitoral do Rio Grande
do Norte. A imagem que dela tenho hoje é a que ficou impregnada nos corações e
mentes potiguares depois do escândalo dos precatórios e das denúncias abafadas
de venda de sentenças e ainda a imagem de que chegaram a um acordo com o
Governo do Estado para jogarem ao lixo os direitos dos servidores públicos em
troca dos seus próprios privilégios, em que o Judiciário potiguar custa o
equivalente ao de Pernambuco ou o do Ceará, que são três ou quatro vezes
maiores. É tão grave a situação, que diariamente encontro amigos me pedindo
para engolir tudo isso calado, sob pena de cair em grave desgraça. Mas,
infelizmente, sou daqueles que gostam de olhar no espelho e não sentir vergonha
das próprias fuças... Juízes, desembargadores e ministros das diversas
instâncias, se tivessem o mínimo de sensibilidade pessoal e de dignidade
jurídica jamais poderiam entrar em acordo com o travesseiro e dormirem sonos
tranquilos diante da profunda injustiça e do conjunto de males que conseguiram
impingir à comunidade de Serra do Mel, onde afastaram um prefeito honesto e
eleito pelo povo contra o trabuco, a perseguição, brejeira e negligência da
própria lei, deixando no poder os que abertamente roubam para se eleger e se
elegem para roubar. E, o que é pior, tudo isso com apoio das forças públicas e
da própria Justiça. A bandalheira corre solta, estuprando-se os cofres públicos
e ceifando-se vidas no mesmo ritmo que vinham fazendo antes do assassinato de
Ednaldo Filgueira. E os homens da lei e os inimigos da lei comendo num cocho
só... Diante deste puxa-encolhe de cassa e descassa Cláudia Regina, da cassação
de Rosalba Ciarlini com uma pena que claramente extrapolou os autos do
processo, como que para deixar uma brecha para a reversão a troco não sei de
quê, e agora com a suspensão dos direitos políticos da deputada Larissa Rosado,
mais uma vez extrapolando os limites do processo, chegando a cassá-la de um
mandato conseguido dois anos antes do pleito em julgamento, vai ficando claro
que querem fechar uma porta e abrir outra, onde se negocia não sei como,
possibilitando a volta dos mesmos a quem provocaram a ida. Exemplo melhor não
se pode ter que a presepada de Baraúna, onde o prefeito foi cassado e afastado,
a candidata segunda mais votada foi diplomada e empossada e antes que pudesse
espanar a poeira da cadeira alcaidina, ao prefeito foi permitida a volta. A
Justiça estica a corda das campanhas fora de época. E as passeatas de
comemoração das quedas dos prefeitos cruzam nas ruas com as passeatas dos que
comemoram a volta do prefeito ou prefeita ao cargo. Recursos e mais recursos
jurídicos, movidos a não sei que tipos de recursos outros, vão deixando a
triste impressão de que determinadas instâncias jurídicas não passam mesmo de
casas de recurso... Uma coisa não convence ninguém. É de que as coisas estejam
sendo feitas com base no Direito. Não posso crer que tenhamos promotores e
juízes analfabetos a ponto de não saberem produzir uma ação ou lavrarem uma sentença
que se aproveite. Isoares já está de volta à sua cadeira, Larissa não perderá o
mandato de deputada estadual, Rosalba continua governadora e Cláudia Regina
pode voltar a qualquer hora. Dá para acreditar que isso é sério???
Crispiniano Neto
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