Carta aos profissionais da educação
Caro(a) colega,
Se me permite, gostaria de iniciar esta carta lhe pedindo um minuto para pensar. Pensar nos seus objetivos, nos sonhos pessoais e familiares que deveriam se tornar realidade a partir da profissão que você escolheu. Quantos foram realizados? Quantos ainda estão aguardando parados no tempo?
Sabemos o quanto é alta a muralha que nos impede de alcançarmos esses objetivos. E sabemos que os salários de miséria são os principais empecilhos para essas conquistas. Hoje, nosso piso salarial é 50% menor do que o de qualquer outra categoria com a mesma formação intelectual.
Ganhamos pouco, desrespeitosamente pouco!
Mas não é só isso. Também nos são negados direitos trabalhistas, como promoções e licenças; nossa carreira é truncada para que não recebamos o que nos é de direito; corremos riscos que vão desde a falta de segurança nas escolas até tetos que desabam.
Agora, compare o seu salário e o seu ambiente de trabalho com o de qualquer outro profissional que estudou o mesmo que você. Profundamente injusto, não?
Muitos não suportam essa condição e desistem: pesquisa realizada em São Paulo, aponta que a cada ano 3 mil educadores abandonam a profissão. Outros abandonam a vocação antes mesmo de entrar: dados da Fundação Carlos Chagas revelam que hoje apenas 2% dos alunos querem entrar na carreira do magistério.
Mas o governo Rosalba, através da Secretaria de Educação, diz que não há motivo para greve. Aponta até um reajuste de 91%, fruto de uma engenhosa matemática que volta ao passado em três anos e usa como base os salários mais elevados do meio para o fim da carreira docente. Esconde que o reajuste salarial no ano passado foi de apenas 7,97%, mas que poderia ter sido de 100% e mesmo assim ainda teríamos que estar lutando para eliminar o profundo fosso que nos separa da dignidade profissional já alcançada por outras categorias.
Então, hoje restam duas opções: desistir ou lutar! Participar da greve é a escolha dos que não desistem, dos que não abrem mão dos seus objetivos. Não participar é como desistir. Mesmo que apenas por dentro.
Se você já está em greve Parabéns! Participe das atividades e se mantenha informado das de luta através dos meios de comunicação do Sindicato. Se não entrou ainda, a hora é essa! Sabemos que o ideal era termos essa conversa pessoalmente mas isso não é possível. Os diretores do SINTE/RN estão sendo perseguidos. A Secretaria de Educação tirou nossa disponibilidade. Mas sua participação é muito importante. Sem ela ficamos fracos e precisamos de toda força para vencer esse adversário que impede a realização do nossos sonhos.
Receba meu abraço fraterno e vamos à luta!
Professora Fátima Cardoso
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