No RN, 60% das escolas precisam de reparo nas instalações elétricas
Os problemas são vários e pioram cada vez mais, à medida que
reparos pontuais deixam de ser feitos pelas escolas. Ao longo dos anos,o quadro
piorou e hoje 60% das escolas da rede pública estadual precisam de reparos em
suas instalações elétricas. Durante serviços de reforma e expansão das
unidades, também estão sendo feitas, segundo a Secretaria de Estado da Educação
e Cultura (Seec), obras de acessibilidade para cadeirantes, mas ainda abrange
apenas 30% da rede.
“Quase todo dia temos uma escola para resolver um problema”,
resume o coordenador de Engenharia da Seec, Clécio Martins. Ele conta que o
problema relativo à parte elétrica ocorre porque a maioria das 686 escolas são
construções antigas – várias têm entre 40 e 60 anos, algumas passando dos 100 –
e ficaram subdimensionadas para a demanda, cada vez maior, de equipamentos
eletroeletrônicos.
Quando assumiu o cargo, em setembro de 2011, Martins tinha a
questão estrutural como principal problema da rede, atingindo a maioria das
unidades. Entre 2011 e 2014, ele conta que foram executadas cerca de 400 obras,
das quais 108 escolas passaram por pequenos reparos de manutenção neste ano, somando
R$ 1,955 milhão. Já em obras de reforma, foram empregados R$ 6,463 milhões em
2014, somando R$ 8,4 milhões de recursos próprios.
Nas unidades, os problemas se manifestam nas paredes, tetos,
portas e algumas salas. Na Escola Estadual Jean Mermoz, no Bom Pastor, os
problemas surgem na calçada. Sem saneamento, assim como o restante da rua São
Francisco, o esgoto a céu aberto corre pela rua. Ao entrar na escola,
construída em 1974, a estrutura simples tem falhas de pintura em paredes,
grades e janelas.
O diretor Antônio Fernandes atribui as vidraças quebradas e
falhas nas telhas aos alunos. “O dinheiro que recebemos para reparos é
suficiente para fazer muita coisa, mas falta os alunos aprenderem a cuidar”.
Começou em junho o conserto da cisterna, de dois sumidouros, pintura, e
conserto de fechaduras e cadeados.
A Escola Estadual 12 de Outubro, no Km-6, tem paredes
mofadas, cadeiras quebradas e tomadas com fios expostos. Apesar de datar de
1970, o prédio nunca passou por reforma estrutural, só pequenos reparos. Ainda
assim, a vice-diretora Marineide de Oliveira conta que a última pintura foi
feita há quase quatro anos. Hoje, trabalha-se na troca de lâmpadas e reparos no
piso interno.
A Escola Estadual Atheneu Norte-Riograndense está há quase
dez meses em obras, que deve terminar em novembro. De acordo com a diretora
Severina Targino Bezerra Alves, a reforma deixará central de combate a
incêndio, subestação de energia, uma nova área de convivência e uma quadra na
parte de trás da escola, além de reforma do ginásio Sílvio Pedrosa, estrutura
de acessibilidade e substituição das redes elétrica, hidráulica e de parte das
janelas.
Devido a problemas estruturais, na quarta passada o teto de uma
sala da Escola Estadual Dom Joaquim de Almeida, em Várzea, desabou, mas ninguém
foi atingido. A Seec afirma que as aulas estão suspensas no máximo até quarta,
6, mesma semana que começa a reforma, após vistoria no restante da escola.
Pedro Andrade
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