Perspectiva do FPM de 2015
Alcimar de Almeida Silva
Consultor Fiscal e Tributário
No último dia 28, o IBGE publicou
as estimativas populacionais apuradas com data-base em 1º de julho, em função
das quais serão fixados pelo Tribunal de Contas da União, até o final deste ano
e feitas as possíveis correções a serem reclamadas no prazo de 20 dias a partir
da data de publicação, os coeficientes do FPM – Fundo de Participação dos
Municípios a prevalecer no próximo ano. Aquelas estimativas permitem
estabelecer a perspectiva de que apenas 2 Municípios do Rio Grande do Norte
terão crescimento nos seus coeficientes para 2015, que são Alto do Rodrigues e
São Paulo do Potengi, o primeiro, diante do aumento de 240 habitantes, terá o
seu coeficiente elevado de 0,8 para 1,0, o que significa um incremento de 25
por cento dos recursos a receber.
São Paulo do Potengi – que desde
o ano passado vinha pleiteando a revisão de sua estimativa populacional apurada
com data-base em 1º de julho de 2013 – terá seu coeficiente elevado de 1,0 para
1,2, diante do aumento de 178 habitantes, quando para 2014 deixou de ter esta
elevação à falta de 93 habitantes. Com conseqüência, no próximo ano terá um
incremento de 20 por cento dos recursos a receber via FPM. Enquanto isso, 2
Municípios terão seus coeficientes reduzidos, o primeiro é Santana do Matos –
que aliás há anos vem experimentando um efeito sanfona entre cada dois anos,
num diminuindo e no seguinte recuperando o seu coeficiente – cujo coeficiente
será reduzido de 1,0 para 0,8, em face da perda de 171 habitantes, implicando
numa perda de 25 por cento dos recursos a receber.
O outro Município a sofrer
redução de seu coeficiente é Upanema, em conseqüência da perda expressiva de
1.086 habitantes – o que por si só talvez seja passível de uma revisão, pois
certamente ali não ocorreram mais óbitos do que nascimentos nem mais emigração
do que imigração para experimentar esta magnitude de redução populacional. Em
conseqüência, voltará ele a ter o coeficiente 0,8 que teve até o ano de 2013.
Há um terceiro grupo de Municípios que, ainda que experimentando aumento
populacional, ficaram com população imediatamente próxima ao limite inferior de
classe de coeficientes mais elevados, sendo eles Bom Jesus, Grossos, Luís
Gomes, Nova Cruz e Santo Antonio. Aos 3 primeiros foram atribuídas populações,
respectivamente, de 10.040, 10.099 e 10.086 habitantes.
Com 10.189 habitantes teriam os
seus coeficientes elevados de 0,6 para 0,8, incrementando em 33 por cento os seus
recursos. Nova Cruz, Município ao qual foi atribuída população de 37.239
habitantes, com mais 118 habitantes teria o seu coeficiente aumentado do atual
1,6 para 1,8, implicando num incremento de 12 inteiros e 5 décimos por cento de
recursos. Semelhante aconteceu com o Município de Santo Antonio, ao qual foi
atribuída população de 23.681 habitantes, enquanto com mais 92 habitantes teria
o seu coeficiente aumentado de 1,2 para 1,4, com incremento de 16 inteiros e 7
décimos por cento de recursos. Não apenas os Municípios que tiveram os seus
coeficientes reduzidos devem solicitar revisão das estimativas, em face da
pouca diferença de habitantes no caso de Santana do Matos e da grande diferença
no caso de Upanema.
Também aqueles aos quais foram atribuídas populações
em quantitativos próximos ao limite inferior dos coeficientes imediatamente
superiores – Bom Jesus, Grossos, Luís Gomes, Nova Cruz e Santo Antonio – devem
procurar fazê-lo. E, mais do que isso, devem adotar medidas permanentes de
acompanhamento da dinâmica populacional local bem como da ocupação dos seus
limites territoriais, o que são poucos os que assim o fazem. Apenas a respeito
demonstram assumem maiores preocupações quando anualmente o IBGE publica as
estimativas populacionais que servem de base à fixação dos coeficientes do FPM
– Fundo de Participação dos Municípios, pois, até que outros critérios venham a
ser utilizados, é a variável populacional a exclusiva a ser considerada.
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