Déficit de orçamento prejudica UERN
Em maio deste ano, mais um
esqueleto de obras do Governo do Estado fez aniversário. Infiltração,
rachaduras e mofo desenham o cenário de degradação da obra do campus Natal da
Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN), paralisada há exatos cinco
anos. Além de sanar uma dívida de R$ 850 mil com a construtora responsável, são
necessários mais R$ 4 milhões para finalizar a construção, além dos R$ 4,5 mi
já pagos. O INVESTIMENTO, porém, é só um emblema das dificuldades da UERN em
ter acesso a recursos de INVESTIMENTO e custeio: levantamento da universidade
mostra que, nos últimos dez anos, os repasses do Estado para a universidade
nunca atingiram o orçamento previsto para o ano.
O contingenciamento de até 50%
anunciado pelo Governo Federal às universidades e institutos neste semana já
são rotina no caso da UERN. Na última década, o orçamento da universidade
saltou de R$73,9 milhões para R$ 298 milhões. Embora as despesas de pessoal,
custeio e INVESTIMENTO tenham crescido e fossem estimadas pelo Estado, nem
sempre os repasses aconteceram. No ano passado, por exemplo, o Orçamento Geral
do Estado (OGE) previa um repasse de R$ 14,83 milhões para investimento.
Entretanto, de acordo com dados publicados pela assessoria da Reitoria, a
execução orçamentária foi de R$ 6,7 milhões, uma diferença de 54,3%.
A discrepância entre orçamento e
execução se acentuou nos últimos três anos, segundo o balanço financeiro da
universidade. Em 2012, atingiu o percentual de 64%, quando apenas R$ 5,4
milhões dos R$ 15,2 milhões destinados ao investimento foram repassados. O
mesmo acontece na cifra de custeio o mesmo acontece (veja infográfico). A única
despesa que foge à regra são os gastos com pessoal, cujos repasses são
respeitados quase na totalidade.
Embora reconheça as dificuldades
encontradas pela universidade na execução orçamentária, o reitor da UERN, Pedro
Fernandes, ressalta que a instituição tem investido na busca de outras fontes, sejam
emendas parlamentares ou convênios com outras instituições, como municípios.
“No ano passado, 45% do orçamento captado para custeio veio de outras fontes,
como convênios. Inicialmente eu tinha R$ 1 milhão liberado para investimento,
mas conseguimos aumentar para R$ 4 milhões”, exemplifica o reitor.
“O que me orienta e faz planejar
o ano é o orçamento aprovado, tenho que trabalhar neste sentido. Mas eu
compreendo que o nosso orçamento está muito aquém da necessidade. Entendo que é
a situação do estado, e eu quero o repasse de somente o que está aprovado, mas
meu trabalho se estenderá sempre em ir
em busca dessas emendas”, assegurou o reitor. Embora o Orçamento Geral do
Estado (OGE) trace uma rubrica de R$ 298 mi para a universidade em 2015, o
reitor afirma que a execução orçamentária – ou seja, os gastos previstos – são
superiores a R$ 300 milhões. “Estou
executando meu orçamento de acordo com o que está previsto, até agora não
recebi nenhum comunicado para contingenciar nada”, acrescentou. De acordo com
ele, a UERN tem pelo menos R$ 25 milhões previstos para este ano em emendas
federais e de bancada.
Neste ano, a universidade iniciou um trabalho de redução do custeio
prevendo a o crescimento da despesa de pessoal. A economia de R$ 15 milhões
conseguiria suprir o pagamento da primeira parcela de reajuste dos servidores,
de 12%. Embora acordado com o Governo, o reajuste ainda não foi concedido.
Nadjara Martins
TN
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