sexta-feira, 17 de agosto de 2007

TERMINA A GREVE DOS PROFESSORES DO ESTADO

Depois do Governo encerrar oficialmente as negociações, grevistas retornam ao trabalho sem esconder a insatisfação e o ressentimento

Depois de 42 dias, a greve dos professores da rede estadual de ensino chegou ao fim. A decisão foi tomada pela categoria, no início da manhã de hoje, em assembléia realizada na Escola Estadual Wiston Churchil. A partir da segunda-feira os professores retornarão às salas de aula com o compromisso de ministrar os 200 dias letivos do calendário 2007. Do outro lado da história, a Secretaria Estadual de Educação (SEEC) se compromete em pagar os salários de agosto, sem atraso aos grevistas e tudo aquilo que ficou acordado durante a negociação.

Para o Sindicato do Trabalhadores em Educação do Rio Grande do Norte (Sinte/RN), a greve foi proveitosa para a categoria, que se mostrou forte e unida, mas em contrapartida, revelou como o Governo do Estado trata o funcionário público, com medidas arbitrárias e autoritárias.

A coordenadora do Sindicato, Fátima Cardoso, revela que na tarde ontem a SEEC enviou um ofício aos professores informando que o Governo teria encerrado todo e qualquer tipo de negociação. "O Governo nunca quis negociar, só tomou medidas de retaliação ao movimento, na expectativa de intimidar. Fomos para a assembléia de hoje com a certeza do fim da greve e vitória do Governo, mas o mais importante é que a categoria não se sente derrotada. A luta continua. O que fica é o clima de ressentimento e de desrespeito ao profissional e à educação", afirma.

Com relação ao envolvimento político no movimento, a sindicalista considera que foi um golpe dado pelo próprio Governo, na expectativa de lançar possíveis candidaturas. Fátima Cardoso afirma que a categoria tem o compromisso com a sociedade e não com partidos ou políticos. "A questão política foi um golpe do Governo, que usou a secretária que não tem nenhum conhecimento do que é educação. Pois, aí estão os professores sem condições de trabalho e os alunos sem condição de ensino.

Para eles um salário de R$ 620,00 é um "mar de rosas'. Nós temos compromisso com a sociedade e o aluno, por isso voltamos às aulas, enquanto que o Governo tem interesses políticos. Essa proposta que eles lançaram é uma afronta, um desrespeito. Esse escalonamento ultrapassa o mandato de Wilma, e por isso não temos condições de aceitar", ressalta.

Na SEEC o clima é muito mais ameno, até mesmo de alívio. A secretária Ana Cristina Cabral agradeceu aos deputados, sindicalistas e ao Procurador Geral de Justiça, José Augusto Perez, que se envolveram na negociação de forma séria e contribuíram para a educação do Estado. Ela afirma que tudo o que foi prometido será cumprido pelo Governo e faz um apelo para que os professores cumpram os 200 dias letivos, com aulas de qualidade.

"Assim que soube do fim da greve contatei o Paulo César - secretário de administração - e pedi que os salários fossem pagos. Os professores fiquem tranqüilos que eles poderão pagar suas contas no fim do mês. Nós trabalhamos para melhorar o ensino público que representa 86% da população - estadual e municipal -, sendo no Estado um total de 390 mil estudantes. O pagamento dos salários é um reconhecimento do Governo e demonstração da confiança depositada de que eles darão as aulas com qualidade. Pedimos apenas que voltem renovados", pede a secretária.

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