domingo, 3 de maio de 2009

Barragem de Santa Cruz sangra e atrai turistas

A barragem de Santa Cruz, em Apodi, está com cerca de 50 centímetros de água além da lâmina de água proporcionando aos visitantes um belo espetáculo visual atraindo turistas para a praia artificial que existe a sete quilômetros da cidade recebendo milhares de pessoas aos finais de semana. Se por um lado o local impressona pela beleza da queda d’água, de outro espanta pela quantidade de detritos e abandono do poder público que, segundo barraqueiros e turistas, deixaram de contribuir com a melhoria e conservação do local.

Durante a semana, conforme constatou a Tribuna do Norte, apenas duas barracas permanecem abertas para receberem os turistas que visitam o local. Nos finais de semana porém, o movimento impressiona. São milhares de pessoas tomando banho no lago que se forma em frente à queda, pescando ou se divertindo nas 12 barracas que funcionam no local. O primeiro barraqueiro que começou a trabalhar na praia, depois da inauguração da barragem em fevereiro de 2004, Erinaldo Nobre disse que tenta sobreviver com o que ganha vendendo refeições, cerveja e tira-gosto aos turistas que frequentam a praia. “Aqui faltam banheiros, segurança, salva vidas e até energia elétrica”, comentou o barraqueiro.

De acordo com depoimentos colhidos no local o movimento é recorde aos finais de semana e feriados com turistas vindos de cidades próximas e até da Paraíba já que a divisa do estado fica a cerca de 80 quilômetros do trecho do açude que a Tribuna do Norte esteve, em Apodi.

O sociólogo Gilberto Olímpio, que estava no local na última terça-feira, 28, com amigos de Apodi e Natal, disse que o poder público abandonou o local. “As autoridades do município esqueceram de urbanizar a área em torno das proximidades da barragem. Falta melhorar a infra-estrutura do local, principalmente por parte do poder público do município”. Já o agricultor Isaac Freire, que estava no mesmo grupo, comentou que a falta de energia elétrica dificulta o dia a dia do local. “A energia está a uns 100 metros daqui do ponto onde as pessoas se reúnem. A governadora deveria dar mais atenção para esta atração turística aqui em Apodi já que nos finais de semana mais de duas mil pessoas se reúnem aqui”, citou.

Muitos visitantes aproveitam para se divertir no que pode ser considerada a Praia do Oeste do Estado. A falta de segurança, porém acaba provocando tragédias como a morte do soldador Elinaldo Francisco Felipe, 32 anos, que residia em Felipe Guerra cidade que fica próxima a Apodi. O rapaz mergulhou no local conhecido como Pedra Parede por volta do meio dia do último domingo, afogou-se e teve seu corpo encontrado cerca de 500 metros de onde mergulhou, em trecho do Rio Apodi. Parentes e amigos se lamentavam da falta de avisos de segurança e de salva-vidas no local. “Foi a segunda vez que ele veio aqui. Ele estava feliz porque havia recebido uma indenização por rescisão de trabalho. Achamos o corpo e nada de bombeiros. Eles estiveram aqui, fizeram algumas buscas mas acabaram indo embora sem encontrar o corpo do meu irmão. Pedi muito a Deus para encontrar o corpo do meu irmão. Nunca mais quero viver aqui. Falta segurança para os banhistas”, comentou Francisco Felipe.

O aspecto da praia impressona pela quantidade de latas de refrigerantes e cervejas, copos plásticos, sacos de embalagens de alimentos e restos de alimentos. Isso, apesar de haver dois latões de lixo em um barraca, um deles com a inscrição da Prefeitura de Apodi. “Falta mais atenção por parte desse povo que vem passear aqui mas acredito também que os barraqueiros poderiam se unir e fazer a limpeza”, disse a turista Nelma Souza que estava com um grupo de amigos.



Beleza


A barragem de Santa Cruz, em Apodi, é a segunda maior do Rio Grande do Norte menor apenas que a barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Açu.. São 600 milhões de metros cúbicos de água armazenados. Foi inaugurada pelo então governador Garibaldi Alves Filho que hoje é senador. O paredão tem quase dois quilômetros e meio e altura máxima de de 57, 50 metros.
Tribuna do Norte
Marcelo Rios - Repórter

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