sábado, 13 de julho de 2013

Está em  o Estado 

CUT x Força. A harmonia entre as centrais, porém, se limitou aos discursos. Nas entrevistas, os sindicalistas não escondiam suas diferenças. As mais visíveis eram entre Vagner Freitas, presidente da CUT, ligada ao PT, e Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, deputado federal e presidente da Força Sindical, ligada ao PDT. “Não vou defender um governo que tem pisado na bola com os trabalhadores”, disse Paulinho aos jornalistas. “Alguns utilizam a questão dos trabalhadores porque têm outros interesses: é deputado federal, quer construir outro partido político e quer fazer o enfrentamento de 2014 já em 2013”, retrucou Freitas.

A ênfase dos discursos ficou na crítica à política macroeconômica do governo e na defesa da pauta de reivindicações comum às centrais, da qual fazem parte a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário. A alta de juros, usada pelo governo como arma contra a inflação, foi atacada. “É uma sangria na classe trabalhadora”, disse o presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Antonio dos Santos Neto. “Não é possível o governo destinar uma montanha de dinheiro para pagar os juros da dívida pública”, seguiu Vagner Gomes, da CTB.

Público apático. Todos ameaçaram Dilma, de forma mais ou menos enfática, com a possibilidade de greve geral. “Se a Dilma não ceder, o pau vai comer”, bradou Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, da CGTB. Os brados de guerra dos líderes não encontravam repercussão na plateia. A maioria das pessoas não prestava atenção, não aplaudia, não vaiava, não puxava refrões. A exceção eram pequenas claques, que erguiam bandeiras quando seu presidente falava.


Foram duas horas de falas. A abundância de recursos das centrais, garantida pelo imposto sindical, descontado automaticamente do salário de todo trabalhador, era visível nos grandes e coloridos balões, nas faixas produzidas em série, bandeiras, camisetas, bonés e fitas.

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