EUA espionaram milhões de e-mails e ligações de brasileiros
Está no Globo
Na última
década, pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas
instaladas no país, se tornaram alvos de espionagem da Agência de Segurança
Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency – NSA, na sigla em
inglês). Não há números precisos, mas em janeiro passado o Brasil ficou pouco
atrás dos Estados Unidos, que teve 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens
espionados.
É o que
demonstram documentos aos quais O Globo teve acesso. Eles foram coletados por
Edward Joseph Snowden, técnico em redes de computação que nos últimos quatro
anos trabalhou em programas da NSA entre cerca de 54 mil funcionários de
empresas privadas subcontratadas – como a Booz Allen Hamilton e a Dell
Corporation.
No mês
passado, esse americano da Carolina do Norte decidiu delatar as operações de
vigilância de comunicações realizadas pela NSA dentro e fora dos Estados
Unidos. Snowden se tornou responsável por um dos maiores vazamentos de segredos
da História americana, que abalou a credibilidade do governo Barack Obama.
Os documentos
da NSA são eloquentes. O Brasil, com extensas redes públicas e privadas
digitalizadas, operadas por grandes companhias de telecomunicações e de
internet, aparece destacado em mapas da agência americana como alvo prioritário
no tráfego de telefonia e dados (origem e destino), ao lado de nações como
China, Rússia, Irã e Paquistão. É incerto o número de pessoas e empresas
espionadas no Brasil. Mas há evidências de que o volume de dados capturados
pelo sistema de filtragem nas redes locais de telefonia e internet é constante
e em grande escala.
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