Internet e debate político: ferramenta para o bem e para o mal
O debate sobre o uso da internet chega em boa hora e ganha visibilidade maior graças ao prestígio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que puxou o assunto num vídeo com grande repercussão nas redes sociais. O momento é propício ao tema, tanto por causa da campanha eleitoral deste ano, como de eventos que têm mobilizado multidões, como os “rolezinhos”, ou as manifestações de rua.
Há um consenso quanto à imensa mudança cultural ocorrida no planeta com o surgimento da internet. A revolução cibernética nas comunicações sociais trouxe o mundo virtual para a realidade cotidiana, fortalecendo a propensão gregária do ser humano. Contribuiu para isso uma ferramenta maravilhosa que põe instantaneamente as pessoas em contato com outras, intercambia culturas e informações e conecta os navegantes aos centros formuladores do conhecimento, sem mais se deixar barrar por obstáculos como o tempo e o espaço geográfico.
Como todo instrumento, as redes sociais podem ser usadas para o bem e para o mal, daí ser necessário saber utilizá-las com critério, favorecendo o crescimento pessoal e o avanço de cada sociedade, em particular, e da humanidade em geral.
Um de seus elementos mais potencialmente positivos, no campo político, é a possibilidade de ensejar um novo modelo democrático, atendendo à demanda das redes sociais por transparência nos sistemas político, econômico e social. O Brasil, nos últimos tempos, dá mostras de estar entrando nesse estágio, em que o cidadão sente necessidade de poder interferir na gestão da coisa pública, com a proatividade própria de quem tem acesso à informação e aos instrumentos que podem difundi-la. Este cidadão não aceita mais ser um sujeito passivo ou que apenas tem uma participação mínima na atividade política, resumindo-a aos segundos que passa na cabine eleitoral. Quer instituições renovadas que se adequem a essa nova realidade participativa, aberta pela revolução cibernética.
Nada melhor do que o momento pré-eleitoral para levar a cabo o debate sobre a realidade local e nacional. Isso exige maturidade e embasamento na abordagem, fechando-se as portas ao passionalismo cego, à difusão da difamação e da calúnia como armas para vencer o adversário. Eis o desafio lançado às redes sociais.
(O POVO / Editorial)
0 comentários:
Postar um comentário