domingo, 20 de julho de 2014

Juazeiro do Norte lota com missa dos 80 anos da morte do Padre Cícero

Cerimônia reuniu milhares de fieis de todo o país para relembrar a morte do maior ícone religioso do Nordeste


Por Manuela Castro/Agência Brasil
Cerimônia reuniu milhares de fieis em Juazeiro do Norte (Foto:Divulgação)
Cerimônia reuniu milhares de fieis em Juazeiro do Norte (Foto:Divulgação)
Às 5h deste domingo (20), as ruas de Juazeiro do Norte (CE) já estavam lotadas de peregrinos de diversas partes do Brasil. Dona Maria das Graças da Conceição, aposentada, veio de Alagoas e viajou 12 horas de ônibus para pagar uma promessa pela cura do câncer. “Fui desenganada pelos médicos. Chegaram a falar para a minha família que eu estava morrendo. Mas me peguei com Padre Cícero e hoje estou curada, graças a Deus.”
A cerimônia que lembrou os 80 anos da morte de Padre Cícero começou às 6h. A missa foi transmitida ao vivo por cinco redes de televisão católicas e várias rádios. A Praça de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e os arredores nunca estiveram tão cheios – ao todo, cerca de 300 mil fiéis, uma das maiores romarias do país. Tudo em homenagem a alguém muito próximo desse povo, o fundador de Juazeiro do Norte, carinhosamente chamado de Padim Ciço.
Quem celebrou a missa foi o bispo do Crato, dom Fernando Panico. Durante a homilia, o religioso destacou a importância de Padre Cícero na região. “Padre Cícero revolucionou o sertão. Foi muito ligado às causas sociais, preocupado com o povo sertanejo, com a pobreza, com a fome. Não aceitava essas coisas”, disse.
Cícero Romão Batista foi ordenado padre, mas, posteriormente, condenado pelo Vaticano por estar envolvido em milagres não comprovados e por provocar o fanatismo. Perdeu o direito de exercer a função e chegou a ser excomungado. Virou prefeito e conseguiu a independência de Juazeiro do Norte, que antes era apenas um vilarejo do Crato. E conseguiu fazer mudanças importantes na cidade, no meio do sertão miserável do começo do século 20.
Dona Rosinha do Ortho, aposentada, participou da missa e é uma das poucas pessoas que ainda testemunha os momentos vividos ao lado de Padre Cícero. Aos 93 anos, ela lembra que recebeu a benção do Padim Ciço diversas vezes. E, há exatos 80 anos, acompanhou o funeral do padre. “Era um mar de gente na praça. Normalmente, o pessoal pega o caixão pela alça. Mas o [do] meu Padim não, foi carregado por cima das cabeças. As mulheres choravam muito e perguntavam quem iria cuidar de nós.”
Atualmente, o Vaticano analisa um pedido de reabilitação de Cícero Romão Batista, que significa reconhecê-lo como padre novamente. Em seguida, pode-se entrar com o processo de beatificação e canonização do religioso

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