Joaquim Barbosa: "aquilo foi uma encenação"
“Hoje é o dia mais
dramático para o país em 30 anos”. Foi assim que o ex-presidente do STF Joaquim
Barbosa abriu sua palestra para empresários, horas depois de encerrada a
votação do Senado que tornou a presidente Dilma Rousseff ré no processo de
impeachment. Ele disse que nem quis
acompanhar a sessão, que definiu como “sessão de conchavo”. E mais
ainda:
- Aquilo ali era uma pura encenação para justificar
a tomada do poder.
Embora não tenha
pronunciado a sigla PMDB, desqualificou o partido de Temer e apontou a
ilegitimidade de seu mandato caso seja efetivado no cargo.
- Vão colocar no governo alguém de um partido que nunca ganhou
uma eleição presidencial. Vão colocar
alguém que sequer um dia poderia ter tido o sonho de disputar uma eleição para
presidente da Repúbica. O Brasil, anotem, vai ter que conviver por mais de dois
anos com esta anomalia.
Para Barbosa, Dilma não
soube combater a corrupção mais foi afastada por acusação que não constitui
matéria para impeachment e, as pedaladas e os decretos orçamentários. Criticou
ainda a ligeireza do processo.
- Meu temor é este, o
de que se torne fácil, banal, trivial, de agora para a frente, tirar um
presidente da República do cargo. Basta que ele contrarie os interesses de meia
dúzia de parlamentares poderosos.
O eleitor, o cidadão,
disse ele, não foram chamados a participar da solução para a crise política, o
que teria sido possível se Dilma e Temer, no momento em que a crise se afigurou
grave, tivessem renunciado para possibilitar a realização de novas eleições
presidenciais.
- Sou radicalmente
favorável à convocação de novas eleições
para presidente da República – disse Barbosa, insuspeito de simpatias
pelo PT.
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