sábado, 26 de julho de 2014
Cruz Vermelha desviou dinheiro para campanhas, aponta auditoria
Postado por Ozamir Lima às 17:35 0 comentários
Justiça usa filme para condenar indústria a pagar indenização de R$ 53 bilhões à viúva de fumante
Postado por Ozamir Lima às 17:29 0 comentários
Ariano
por: José de Paiva Rebouças
Ariano Suassuna, a estética da cabra e o Brasil Real
O senhor ainda cria cabras. O que é a tal “Estética da Cabra”?Em 2011, me desloquei de Mossoró até Pau dos Ferros para tentar uma entrevista com o escritor Ariano Suassuna. Ele tinha ido ao município para dar uma palestra na abertura do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia (IFRN). Nos hospedamos no mesmo hotel, Hertz, e eu fiquei de prontidão lá pela recepção aguardando o momento certo. Seu agente chegou a dizer que talvez não desse tempo, botou um pouco de dificuldade, mas quando viu que eu não desistia, pediu para eu esperar para depois do almoço. Quase duas da tarde eu estava na recepção quando ele sentou-se do meu lado. O ar condicionado não funcionava e a pele de veludo dele transbordava. Eu, aspirante a escritor e admirador confesso, estava nervoso demais para um jornalista experiente. Então numa hora disse: já vamos acabar com a entrevista e assim, a palo seco, ele respondeu: pois acabe mesmo! Foi só o tempo de terminar as perguntas, pegar meus autógrafos e tirar algumas fotografias. Segue a entrevista publicada originalmente na edição número 3 da revista Contexto, do Jornal de Fato.
OLHE, meus filhos me visitam com tanta frequência que não tem isso lá em casa. Eles fizeram suas casas no quintal da minha, de forma que nos vemos todo dia.
EU sou totalmente dependente dela. Nós namoramos desde o dia 20 de agosto de 1947 e não acabou ainda e nunca vai acabar. Certa vez, alguém me disse que Zélia era minha eterna namorada. Eu disse, não, ela é minha esposa!
NÃO, veja bem: eu sei que não é o fato de eu me vestir de um jeito ou de outro que vai me fazer pertencer ao “Brasil Real”. Eu fui nascido, criado e deformado pelo “Brasil Oficial”, mas, na medida em que me é possível, eu procuro chamar a atenção para a importância do povo do “Brasil Real” e a minha roupa, eu fiz questão de passar a ser feita por uma costureira popular para mostrar essa minha identificação com o “Brasil Real”.
OLHE, vocês precisam me conhecer melhor. Há pouco, ali, um rapaz veio até me dá os parabéns por um texto que eu teria escrito que está na internet; um texto defendendo o forró. Eu nunca escrevi aquele texto, nem me interesso por esse tipo de coisa não, tá certo? Então eu gosto muito de maracatu rural, agora, eu detesto o rock! Então eu não podia concordar com Chico quando ele tentou fundir uma coisa com outra, segundo ele, para valorizar o maracatu rural. Eu digo: eu não sei como uma coisa ruim como o rock vai valorizar uma coisa boa como o maracatu rural!
PRONTO. Essa é a opinião de Chico César, vá perguntar a ele! (fica visivelmente irritado).
OLHE, convivência comigo é a coisa mais fácil do mundo. Eu tive a melhor convivência do mundo com Chico Science, tá certo? Éramos amigos, agora eu discordava dele; e Chico César eu estou sabendo disso agora… Eu tenho uma convivência ótima com ele, tenho uma grande admiração por ele e sei que essa admiração é retribuída, agora, ele pode pensar o que quiser, eu penso o meu e pronto!
OLHE (pigarro), o que Câmara Cascudo fez e o que ele cita não se acabou não. Podem vir trezentas mil coisas modernosas aí, o que ele fez está lá feito. Esse tipo de cultura de massa que quer uniformizar as culturas existe também na Espanha, mas a Espanha verdadeira está sempre no Dom Quixote, ou na música de Manoel de Falla ou no teatro de García Lorca e na poesia de García Lorca, isso não importa não. Eu faço a distinção entre sucesso e êxito… Tá vendo? – Entre sucesso e êxito: essas bandas de rock que estão por aí, ou de “punk” ou de “funk” (palavras pronunciadas por ele como se escreve), ou seja, lá do que for, têm mais sucesso que qualquer um de nós, mas eu duvido que eles façam uma obra da importância da obra de García Lorca, ou da obra de Vila Lobos aqui no Brasil.
NÃO, uso não. Não tenho nada contra o computador. Não uso porque eu gosto de escrever à mão, mas eu tenho um genro, que é assessor meu, Alexandre, que ele passa para o computador. E um amigo, chamado Carlos Nilton Junior, que também passa o que eu escrevo para o computador, o que facilita o meu trabalho de escritor.
BOM, é uma relação muito forte. Eu vou lhe resumir. Como nós dois somos nordestinos eu não estou ofendendo ninguém. Eu tenho para mim, que o Nordeste é o coração do Brasil e o coração do Nordeste é formado por três estados: Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Então para mim, o Rio Grande do Norte tem uma importância enorme. Inclusive, hoje de manhã eu dormi no Martins. Eu fiz questão de passar pelo Martins, apesar de que aumentava a viagem, mas o que eu queria conhecer era a terra do meu avô. Meu avô nasceu em Martins. Então, o meu bisavô nasceu em Pernambuco, meu avô em Martins, no Rio Grande do Norte e meu pai e eu na Paraíba. De maneira que você já entende porque que eu digo que o coração do Nordeste é feito por Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.
EU estou assistindo. Veja bem: aquela novela representa uma vitória nossa. Pense vinte anos para trás, aparecer uma novela daquelas, num é? Com o Nordeste presente em tudo; uma música dos tipos; uma própria maneira de encarar o real. Agora, eu tenho minhas restrições, mas eu vou dizer uma coisa: do gênero novela, eu tenho me encantado com poucas quanto aquela, ou para ser justo: eu nunca me encantei com uma novela como estou encantado com aquela, agora, fazendo minhas restrições.
Postado por Ozamir Lima às 17:09 0 comentários
Alerta vermelho: saiba mais sobre os efeitos da carne bovina no organismo
Ao contrário da vermelha, a carne branca é bem vista no cenário esportivo
Postado por Ozamir Lima às 16:56 0 comentários
Anvisa proíbe venda de suplemento proteico de marca renomada no País
Laudo detectou quantidade de carboidrato superior em mais de 20% em relação aos valores declarados no rótulo do produto
Postado por Ozamir Lima às 16:52 0 comentários
Castanha de caju orgânica traz retorno de 30% a produtores potiguares
Quilo da amêndoa teve valor repassado ao produtor de R$ 1,80 para R$ 2,34
Postado por Ozamir Lima às 16:49 0 comentários
Tendência atual do eleitorado
Ibope: 54% acham que Dilma será reeleita; Aécio é favorito para 16%
Postado por Ozamir Lima às 16:37 0 comentários
Um gigante da nossa cultura
Ariano Suassuna, Guerreiro do Sol
Postado por Ozamir Lima às 16:35 0 comentários
De Matheus para Ariano
Matheus Naschtergaele escreve carta para Ariano Suassuna
Postado por Ozamir Lima às 16:33 0 comentários
Ao mestre, com carinho
Ariano, iluminando as estrelas!
Postado por Ozamir Lima às 16:32 0 comentários
domingo, 20 de julho de 2014
João Ubaldo: o gênio do povo
Repórteres
Cinthia Lopes
editora
Autor de obra-primas da literatura brasileira e universal, João Ubaldo Ribeiro deixa como legado uma escrita sofisticada e ao mesmo tempo ligada às tradições populares
Ubaldo (1941-2014) morreu no Rio de Janeiro na madrugada desta sexta-feira (18), aos 73 anos, vítima de embolia pulmonar. Ele deixa vaga a cadeira número 34 da Academia Brasileira de Letras que ocupava desde 1993. O enterro está marcado para este sábado (19). O escritor chegou a participar de uma edição do Encontro Natalense de Escritores (o antigo ENE atual Festival Literário de Natal – FLIN) e em 2010 foi um dos convidados do Festival Literário da Pipa (Flipipa), quando dividiu o palco com o escritor Geraldo Carneiro.
A Ilha de Itaparica, onde passou a infância e a adolescência, cenário de alguns de seus principais trabalhos era também tema constante em suas colunas dominicais, Ribeiro vivia no Rio, entre idas e vindas, desde os anos 70 do século passado. Ele deixa quatro filhos.
“São lembranças muito fortes, foi muito enriquecedor a convivência que tive com ele nessas ocasiões. Não só pela potência intelectual que era, mas muito também pela franqueza: não esqueço quando ele declarou no Flipipa como era difícil viver de direito autoral no Brasil. Uma pessoa desprendida e, guardada as devidas proporções, era do quilate de um Guimarães Rosa. Grande perda para a literatura mundial”, lamentou Dácio Galvão, presidente da Fundação Capitania das Artes e curador do Flipipa e do ENE.
As relações de amizade construídas pelo escritor na esquina do continente surgiram em meados dos anos 1980, quando o cartunista Henfil (1944-1988) morava na Praia dos Artistas. Inclusive ele conheceu sua futura esposa, a psicanalista Berenice Batella Ribeira, aqui em Natal. “Na época João Ubaldo veio participar de um encontro de escritores, e Berenice era companheira de Henfil. Ficaram encantados um pelo outro”, lembra Candinha Bezerra, que hospedou o casal diversas vezes. “Era uma grande pessoa, não tinha vaidades. Para mim era o maior escritor brasileiro da atualidade, os livros deles são geniais, marcaram a literatura contemporânea”, destacou a produtora cultural e fotógrafa.
Para Margarida Seabra, João era “como se fosse da família, uma pessoa diferente da maioria que a gente conhece, e se identificou muito conosco”. Tanto que a ‘família natalense’ do autor foi personagem no conto “Do poder da arte e da palavra”, publicado em 1981 no “Livro de Histórias” – obra reeditada dez anos depois sob o título “Já podeis da pátria filhos”.
Na intimidade, segundo Margarida, o escritor baiano era a pessoa “mais divertida do mundo, varávamos noites conversando e ouvindo as histórias dele”. Ela é a personagem principal do conto que narra a história de três irmãs sanfoneiras: “João criou essa história quando eu estava grávida, e no meio da brincadeira ele disse que eu tocava a sanfona para esconder a barriga do mau pai. Foi parceiro do meu marido (o médico José Robério Seabra) em maratonas de declamações”. Margarida é mãe da professora Débora Seabra, que tem síndrome de Down e ganhou destaque nacional a partir de reportagens sobre o livro “Débora conta histórias”. “Ele esteve no lançamento, foi a última vez que o vi. Fez questão de vir acompanhar”. O texto da contra capa é de João Ubaldo: “São contos que ensinam docemente – e não só às crianças, porque os adultos também têm muito o que aprender com gente da grandeza de Débora”, escreveu no livro.
Insubstituível
O poeta maranhense Ferreira Gullar, de 83 anos, lamentou a morte do escritor: “Fiquei surpreso porque, pelo que sabia, ele estava bem de saúde. Havia atravessado um período de dificuldade, mas se recuperado. Foi uma notícia chocante”, disse Gullar. “Um romancista de nível muito alto, enorme qualidade, de obras maravilhosas como ‘Viva o povo brasileiro’, ‘O sorriso do Lagarto’ e ‘Sargento Getúlio’, além de ser um cronista sensacional, com muito senso de humor. Eu era leitor dele; toda semana lia João Ubaldo
Já o letrista Abel Silva contou ter estado no domingo com João Ubaldo no bar “Tio Sam”, no Leblon, onde o imortal da ABL assistiu à final da Copa do Mundo, torcendo pela Alemanha. “Ele tinha um neto alemão, filho do Bento Ribeiro. No domingo, brincou muito sobre como o neto chorava em português e alemão, estava muito bem e feliz”, contou Abel.
“Toda vez que eu chegava no ‘Tio Sam’, ele dizia: ‘Vou fazer uma coisa que ele (Abel) detesta’, e começava a cantar: ‘Só uma palavra me devora...’. ‘Ele é o autor disso’, dizia, apontando para mim. E eu dizia para ele que não detestava, claro, adorava tudo que vinha desse meu grande amigo”, contou o letrista. “Perdemos um extraordinário brasileiro. Algumas pessoas são insubstituíveis, sim. João Ubaldo era uma delas”.
Para Abel Silva, não há mais nenhum escritor como João Ubaldo Ribeiro no Brasil. “Ele vem de uma linhagem de escritores brasileiros ligados à tradição e ao conhecimento da fala e da mitologia popular. Herança popular acrescentada de uma cultura sofisticadíssima de um tradutor de Shakespeare, profundo conhecedor da literatura brasileira. E, com tudo isso, era também muito modesto. Era poliglota e jamais o vi usar expressões em inglês ou alemão, por exemplo, línguas nas quais era fluente”.
Prêmios
João Ubaldo foi um dos mais premiados autores brasileiros. Foram dez honrarias, em diversos países. Em 2008, foi agraciado com o Prêmio Camões, em 2008. No Brasil, recebeu alguns Jabutis, em 1972 e 1984, respectivamente para o Melhor Autor e Melhor Romance do Ano, pelo romances “Sargento Getúlio” e “Viva o povo brasileiro”. Quando perguntado sobre os muitos prêmios, costumava brincar respondendo que “os melhores são aqueles que têm prêmio em dinheiro. Qualquer escritor sincero responderia isso”.
João Ubaldo Ribeiro iniciou cedo a sua rica bibliografia. Escreveu o primeiro romance aos 21 anos, “Setembro não tem sentido” (1963). Antes, já havia publicado contos em coletâneas diversas. O reconhecimento literário veio com “Sargento Getúlio”, de 1971, vencedor do Prêmio Jabuti. O livro é inspirado num episódio ocorrido na infância de João Ubaldo, envolvendo um certo sargento Cavalcanti, que recebera 17 tiros num atentado em Paulo Afonso, na Bahia; resgatado pelo pai do autor, chefe da polícia de Sergipe, chegaria com vida em Aracaju. O livro foi adaptado para o cinema, com direção de Hermano Penna e atuação de Lima Duarte. Recebeu vários prêmios no Festival de Gramado.
Em 1984 lança o épico de 700 páginas “Viva o povo brasileiro”, que se passa na Ilha de Itaparica e percorre quatro séculos da história do Brasil. Recebe por esse livro outro Prêmio Jabuti na categoria “Romance”, e o Golfinho de Ouro, do governo do Rio de Janeiro. O livro rende outro prêmio para João Ubaldo, na Marquês de Sapucaí: é transformado em samba-enredo da escola Império da Tijuca para o carnaval de 1987. O livro teve os direitos vendidos para o cinema, em 1998, e seria dirigido pelo cineasta André Luiz Oliveira. Até o momento, não aconteceu.
“O sorriso do lagarto” foi lançado em 1989. A trama, que flerta com a ficção científica, foi adaptada para a televisão em 1991 e virou minissérie
na Globo sob direção de Walter Negrão. Em 1997 publica o romance “O feitiço da Ilha do Pavão”, uma fábula picaresca que passeia entre a fantasia e a ficção científica numa remota ilha brasileira do século 18. Um dos maiores sucessos editoriais de João Ubaldo veio em 1999, com “A casa dos budas ditosos”, um romance sobre a “luxúria”, da série Plenos Pecados da Editora Objetiva. “A casa” ficou por mais de 36 semanas entre os dez livros mais vendidos do país. Foi publicado na França, Espanha, Estados Unidos, e chegou a ser proibido em alguns pontos de venda em Portugal. A atriz Fernanda Torres atuou numa bem sucedida adaptação para o teatro, escrita por Domingos de Oliveira.
João Ubaldo também se aventurou pela literatura infanto-juvenil, com “Vida e paixão de Pandonar, o cruel” (que foi premiada na Alemanha) e “A vingança de Charles Tiburone”. De crônicas, lançou “Um brasileiro em Berlim” e “Arte e ciência de roubar galinha”, coletânea de textos seus publicados no O Globo e Estado de São Paulo. “Já podeis da pátria filhos” é sua coleção de contos. O autor foi agraciado em 2008 com o Prêmio Camões, considerado a maior honraria da língua portuguesa. (por Tádzio França).
Postado por Ozamir Lima às 15:56 0 comentários
Gols de letra com João Ubaldo e Milton Neves
Postado por Ozamir Lima às 15:52 0 comentários
Agora, o jogo é outro
Explico: em relação à Copa, montamos um cenário de ilusão, surreal. Nossa expectativa era que a Seleção brasileira representasse a força e as virtudes, a valentia, a habilidade, a criatividade, a beleza que nós não temos em outros espaços sociais. Era uma espécie de compensação, de fuga, com base no pensamento mágico. E transferimos para a Seleção uma espécie de expectativa de solução para questões que não estamos conseguindo resolver cotidianamente. Foi cruel para com os nossos jogadores.
A questão é que, aqui no patropi, a maioria acredita que basta ter força de vontade, no campo de futebol ou na sociedade. Acreditamos que existem soluções mágicas, sem planejamento, sem disciplina, sem dedicação e perseverança, sem estudo de qualidade e sem muito trabalho. Basta ter fé.
Bastava cantar o hino à capela, abraçados; já estávamos com a mão na taça do Hexa.
Isso é muito grave. A gente vai ter que aprender e mudar com o que aconteceu na Copa.
Espero que assimilem bem a lição dada pelos alemães: o Brasil não é mais o país do futebol, já foi. O Brasil hoje é o país da corrupção generalizada, da violência crescente e da saúde precária. A realidade é essa.
O resultado da Copa dentro do campo vai influenciar a eleição? Já interferiu, desde que as obras começaram atrasadas. Já desidratou o apoio à Dilma. Ela perdeu mais de 30% de apoio num ano.
No momento em que escrevo, a tendência é que a Dilma cairá mais nas pesquisas. Essa humilhação sofrida pela Seleção inflou ainda mais o balão da insatisfação popular, já cheio com tantos problemas, desde o cansaço diário com o transporte público, obras inacabadas, insegurança, hospitais lotados, inflação, desemprego, entre tantos outros; e a depressão pós-Copa precisa ser “descarregada”, e isso ocorrerá, direta ou indiretamente.
Até porque um dos “defeitos” do nosso comportamento é procurar jogar a culpa pelos fracassos para cima de alguém. A primeira vítima foi o Felipão. E a próxima deve ser a Dilma que, claro, aposta na capacidade do brasileiro de separar o que ela mesma ensaiou juntar. “É Tois”. Lembram da foto?
O que deu certo na Copa das Copas foi mérito dos empresários (construtoras, hotéis, bares, restaurantes) e da hospitalidade natural do nosso povo, que é capaz de rir de si próprio e de driblar dificuldades.
Agora, abrem-se as cortinas para a campanha eleitoral. É outro jogo. Que não será contra a Alemanha, mas que vamos jogar contra nós mesmo. Essa será a partida mais importante da nossa história recente.
O futebol demonstra ser mais que um jogo. O futebol caracteriza-se pelo antagonismo da simplicidade com a complexidade do jogo, aonde seu praticante permite que seu entusiasmo tome conta de sua racionalidade e que, estatisticamente, é o esporte que mais possui resultados improváveis, as chamadas “zebras”.
Por isso que, para muitos, o futebol se confunde com sua própria vida.
Não pretendemos reduzir a prática do futebol à da política, como se o primeiro fosse mero reflexo da segunda. Queremos apenas demonstrar que há um equilíbrio tenso nessa relação. É histórico.
Marcados de maneira significativa pela presença de uma massa de europeus que migravam desde o final do século XIX, os primeiros clubes de futebol surgiram no Brasil no início do século XX.
Concentrados nas principais cidades brasileiras – principalmente Rio e São Paulo – esses imigrantes contribuíram direta ou indiretamente para a disseminação dos esportes em geral e para fundação de clubes esportivos, em especial de futebol: Vasco, com os portugueses; Palmeiras, com os italianos, etc.
O primeiro jogo da Seleção Brasileira aconteceu em 21 de julho de 1914, contra o Exeter City da Inglaterra. São 100 anos de história, e os resultados dentro do campo têm, sim, força de reverberar na política.
É possível perceber que há manifestações explícitas de manipulação política do futebol, procurando usar a sua força emocional como forma de dar legitimidade às ações políticas, no governo e na oposição.
Pra completar, ao longo da história, a intervenção dos interesses comerciais das redes de televisão e das empresas patrocinadoras passaram a submeter o esporte – os atletas, os clubes e a Seleção – aos interesses do mercado; e isso tudo ainda é um capítulo a ser melhor investigado e compreendido.
Por outro lado, a julgar pela lição desta Copa 2014, tudo indica que o brilho individual do futebol-arte deve dar lugar à racionalidade, à organização e ao planejamento, numa reforma profunda e dolorosa.
Resumo da ópera: É nesse contexto de dupla frustração que o brasileiro sai da Copa do Mundo mais politizada de sua história, e terá pouco tempo para curar as feridas.
Sem dúvida, buscará os “culpados” pelas três derrotas recentes (2006, 2010 e 2014), na urna eleitoral.
Postado por Ozamir Lima às 15:47 0 comentários
Juazeiro do Norte lota com missa dos 80 anos da morte do Padre Cícero
Cerimônia reuniu milhares de fieis de todo o país para relembrar a morte do maior ícone religioso do Nordeste
Postado por Ozamir Lima às 15:44 0 comentários