quinta-feira, 10 de maio de 2007

"PERSONA NON GRATA" NO APODI

Transcrevo na íntegra, importante artigo de autoria de meu amigo, escritor apodiense, Nuremberg Ferreira de Sousa,discutindo a tentativa de emancipação da comunidade de soledade, um assunto que tem gerado bastante polêmica na cidade, vale a pena ler.

LEONARDO NOGUEIRA"PERSONA NON GRATA" NO APODI

Neste ano de 2007 o município de Apodi volta a passar por revés, um verdadeiro abalo sísmico - tsunami provocado por uma minoria isolada, com o aval do deputado Leonardo Nogueira (até tu Brutus!?!), por quererem esquartejar o Apodi! Apodienses que amam a sua terra, que conhecem e fazem a sua história com dignidade, abramos do olho, tomemos as rédeas porque o caso é sério.

Segundo a imprensa estadual, tramita anteprojeto de lei na Assembléia Legislativa para a emancipação da comunidade de Soledade, de iniciativa do mencionado legislador, acima. Pelo que consta dentre os motivos elencados ou alegados para tal propósito, especifica-se de os royaltes provindo pela extração do petróleo no município não estariam beneficiando a população daquela comunidade (prestem atenção no cerne da questão - royalties!). Ora, o distrito em foco tem um vereador que o representa na Câmara Municipal, por sua vez poderia muito bem exigir e lutar por tamanha causa justa, para que seus munícipes sejam contemplados com as políticas públicas. Se tal queixa que gera o sonho da emancipação não está sendo cumprida pelo senhor prefeito; a culpa passa também pela atuação do próprio edil, que dá total apoio ao sistema do administrador do município apodiense; portanto para mim é "cuspir no mesmo prato que come."

Vasto motivo leva-me ser contra veementemente ao desmembramento. Dos que cito aqui é o não-cumprimento dos passos que deveriam ser seguidos, estabelecidos por lei para tal intento. O deputado atropelou ou atropela, por não obedecer previamente o requisito primordial do plebiscito - a consulta ao povo, para assim validar e se ter o respaldo da maioria (estamos em outros tempos, chega de botar as coisas de goela abaixo!) e não satisfazer a vontade de um grupinho com pretexto, ainda não claro, sobre as verdadeiras intenções para a causa daquela gente da chapada.

Desmembrar parte do espaço territorial apodiense é esquartejar a sua geografia e a sua história. É quererem dar vida ao um membro amputado sem perspectivas de vida própria, é mutilar todo o corpo com formação enraizada no tocante a história, a geografia, a economia e aos traços culturais do lugar, ou melhor, duas partes se divididas sem chances de sobreviverem, pois, ambas sofrerão seqüelas imagináveis de desestabilização. Porque não remediar o corpo no seu todo, ao invés de amputá-lo, já que dá para salvá-lo? Apodi que gera filhos, os que realmente são seus filhos não levantariam tal (des)propósitos, jamais ergueriam, se quer, um punhal enferrujado usado no passado com os desmembramentos de Caraúbas de Apodi, Itaú, Severiano Melo e Felipe Guerra.

Manuel Nogueira o fundador do Apodi, repleto de atos bravos no desbravamento e dá colonização deve está se condoendo, nessa altura, virando-se e revirando-se no seu túmulo por um "suposto" Nogueira (espero que seja de outra descendência), está apagando o que nossa história registra de relevante pela participação daquela família nos primórdios, para a formação do município de Apodi.

Conclamo a população apodiense em geral a não deixar que roubem parte do seu município e, assim como também, que se faça chegar aos conterrâneos de Soledade a assistência que reivindicam merecidamente! Invoco aos vereadores de Apodi que tomem a verdadeira consciência das perdas e danos que provavelmente sofreremos se vier concretizar tal desserviço e que assumam, o quanto antes, posição com pulsos firmes, inclusive, de imediato concedendo o título de PERSONA NON GRATA NO APODI ao inglorioso deputado de Mossoró (por que não desmembrar Jucuri de Mossoró?) e moção de repúdio divulgando em toda imprensa potiguar.

O estado do Rio Grande do Norte é pobre e pequeno territorialmente e já não comporta tantos municípios que queiram criar. O que os deputados deveriam se ocupar era de levarem benefícios e não desequilíbrio aos munícipes e as prefeituras. Por fim chego a perguntar: em troca de tal emancipação, a exemplo de outros municípios criados, atendendo aos dominantes da política, como presidente Juscelino, João Câmara, Eduardo Gomes, Dix-sept Rosado, etc não estaria também em jogo oficializar mais um sobrenome Rosado?

Apodienses uni-vos em defesa do nosso município - integrar para não entregar!

Comentário Meu:
É quase unânime nos meios acadêmico, técnico, político e da mídia a idéia contrária ao processo de emancipação de novos Municípios.
A principal alegação diz respeito à inviabilidade financeira da grande maioria desses novos
Municípios e do "custo" que representariam para o País. Penso que sob este aspecto é perfeitamente justificável o argumento contrário à emancipação. Porém , na visão da comunidade diretamente interessada pelo processo, não resta dúvida de que a opinião é oposta, pois os defensores argumentam que a emancipação representaria o acesso a serviços públicos inexistentes; tais como:Saúde,educação, assistência social etc.


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