sábado, 31 de maio de 2014

As vitórias pouco divulgadas do Brasil

Luis Nassif, no seu blog

Conquistas que a mídia esconde

O pessimismo geral do país é um caso clássico de esquizofrenia, alimentado por uma mídia do eixo Rio-São Paulo que perdeu a noção da notícia.

Durante dois anos, martelaram diariamente atrasos em obras da Copa, realçaram detalhes de obras inacabadas, uma campanha diuturna sobre a suposta incapacidade do país em se preparar para a Copa – como se depreciando a engenharia brasileira, os grupos privados envolvidos com as obras, os governos estaduais corresponsáveis pelo processo, a criação do clima de derrotismo se abatesse exclusivamente sobre o governo Dilma Rousseff.

À medida que a Copa se aproxima, que os tapumes das obras são retirados, os usuários descobrem aeroportos de primeiro mundo, arenas esportivas de qualidade invejável, novas estatísticas mostrando o potencial financeiro do jogos.

E os jornais passam a se dar conta que a Copa será a maior vitrine do país em toda sua história, com os 14 mil correspondentes, os recordes de visitantes e da audiência esperada para o televisionamento dos jogos.

Por esse sentimento permanente de baixa autoestima, provavelmente não se dará o devido valor a um feito extraordinariamente superior ao de abrigar a maior Copa do mundo da história (na opinião da Fifa): o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, comprovando que o Brasil entrou em um novo estágio civilizatório.

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O conceito de Metas do Milênio nasceu em 2000, quando líderes mundiais acertaram uma agenda mínima global de compromissos  pela promoção da dignidade humana e de combate à pobreza, à fome, às desigualdades de gênero, às doenças transmissíveis e evitáveis, à destruição do meio ambiente e às condições precárias de vida.

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Conforme os dados do 5º Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, com quatro anos de antecedência, o país conseguiu alcançar a meta de redução de dois terços a mortalidade infantil, que caiu de 53,7 mortes por mil nascidos vivos em 1990, para 17,7 em 2011.

No saneamento, em 1990 70% da população tinham acesso à agua e 53% à rede de esgotos ou fossa séptica. Em 2012, os indicadores saltaram para 85,5% e 77% respectivamente.

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Outro indicador, o da redução da pobreza extrema, caiu para 3,5% da população, próxima à meta de 3%.

Segundo o Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos Marcelo Nery, um dos principais fatores foi a formalização do mercado de trabalho. No período 2002-2005, a formalização girou em torno de 46% da população ocupada. Em 2012 alcançou 58%.

Entre os ocupados a pobreza extrema é de 1,3%; entre os ocupados com carteira de trabalho, de 0,1%.

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Em que pese os avanços que ainda faltam na qualidade do ensino, a taxa de escolarização no ensino fundamental, para crianças de 7 a 14 anos, está próxima de 100%; assim como a taxa de alfabetização de jovens de 15 a 24 anos.

Apesar do analfabetismo funcional, os estudantes de 9 a 17 cursando a série adequada à sua idade saltaram de 50,3% para 79,6%. Parte do avanço foi devido a distorções, como a aprovação automática.

Ronaldo usa Copa só para faturar e apoiar candidato

Ricardo Kotscho

Esperto e conservador

Ronaldo Fenômeno, maior artilheiro de todas as Copas e empresário bem sucedido, pode ser acusado de tudo, menos de ser um idiota, como o chamou o escritor Paulo Coelho, que estava a seu lado, entre outras autoridades e celebridades, quando o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de 2014.

Ao contrário,  o ex-jogador do Corinthians e da seleção sempre foi muito esperto nos negócios e não rasga dinheiro, um exímio surfista em busca de uma boa onda, sem dar muita bola para compromissos e princípios éticos, um verdadeiro fenômeno empresarial.

Quando aceitou ser membro do Comitê Organizador Local, em 2007, uma das tarefas de Ronaldo era exatamente a de defender a Copa no Brasil e responder críticas à organização do evento. Só que, logo em seguida, ele sumiu do noticiário, mudou-se para Londres, onde foi cuidar dos seus negócios, e esqueceu a tarefa que havia assumido. Até aí, seria apenas mais um cartola omisso e leniente, preocupado mais em faturar como garoto propaganda do que em servir ao futebol brasileiro que lhe deu fama e fortuna.

Depois de embolsar uma bela grana com comerciais alusivos à Copa do Mundo, eis que ele ressurge em grande estilo no Brasil, ganhando novamente as manchetes ao papaguear as críticas da grande mídia à organização, na qual o COL tem um papel importante. Ronaldo foi além e desceu o pau no atraso das obras dos estádios e da mobilidade urbana. Como se não tivesse nada com isso, apenas um turista inglês de passagem pelo Brasil, falou mal dos aeroportos e de todo o resto, dizendo que sentia vergonha de tudo.

Vergonha de Ronaldo sentimos nós ao constatar que não fez nada de graça, nem isso: na verdade, estava fazendo política rasteira para desgastar o governo e iniciar uma campanha a favor do candidato que apoia, o tucano Aécio Neves, seu amigo, como fez questão de registrar em seu Facebook, chamando-o de futuro presidente.

Com a maior cara de pau, logo deu início à sua nova tarefa de cabo eleitoral: "Sempre tivemos uma amizade muito forte e agora vou apoiá-lo. É meu amigo, confio nele e acho que é uma ótima opção para mudar o nosso país". Foi mais longe: afirmou que, como empresário, diz que desistiu de investir no Brasil no próximo ano por estar inseguro. "Essa insegurança que estamos vivendo, essa instabilidade, a revolta do povo... O governo deveria tranquilizar o povo, o setor empresarial".

Até outro dia, ele aparecia em alegres fotos ao lado de Lula e Dilma. De repente, ao voltar de uma longa vilegiatura no exterior, entre um comercial e outro, virou uma espécie de Álvaro Dias do futebol, só vendo defeitos em tudo e dizendo o que deveria ser feito.

Ora, o cidadão Ronaldo tem o direito de escolher os amigos e apoiar os candidatos que bem entender, mas poderia pelo menos ser um pouco mais sutil na sua radical guinada de lado, certamente porque ouviu dizer lá fora que Dilma estava mal nas pesquisas e Aécio era a bola da vez.

Sem esperar pela pronta resposta, acabaria tomando um tranco da presidente Dilma, ainda no final de semana. "Tenho orgulho das nossas realizações, não temos do que nos envergonhar e não temos o complexo de vira-latas, tão bem caracterizado por Nelson Rodrigues se referindo aos eternos pessimistas de sempre".

Dilma e Nelson só erraram na raça do cachorro: vira-latas costumam ser fiéis, não traem o caráter nem mudam de time em troca de um osso.

A campanha presidencial este ano está tão imprevisível que tudo pode acontecer. Como Aécio Neves não consegue encontrar um vice para chamar de seu, por que não aproveitar o repentino embalo político de Ronaldo e dar a camisa logo para ele?

Se com sua ficha extracampo Ronaldo vai agregar ou tirar votos do tucano, é outro problema. E se o nome dele for aprovado nas pesquisas internas do PSDB? Fica a sugestão. A campanha eleitoral ficaria pelo menos mais divertida e festiva.

Joaquim – Vicente Serejo

Talvez tenha sido, de todos, o melhor e o mais sintético retrato do ministro Joaquim Barbosa publicado nas edições de ontem nos jornais nacionais. Livre de adjetivações, os traços vincados por Eliane Cantanhêde desenharam a figura de um homem que feriu todos os limites da boa convivência numa Corte Suprema quando, sequer, precisaria ser como foi para ser tudo quanto desejou ser.
A passagem do primeiro negro a ocupar e a presidir o Supremo Tribunal Federal foi, além de rápida, fulgurante e fora de padrão –como a sua própria biografia.
Levado pela mão de Lula como um troféu, para ser um negro dócil e agradecido, Joaquim Barbosa rebelou-se contra o papel e desnorteou o PT, o governo e os próprios pares. Mas, na avaliação correta de um juiz atento, Joaquim poderia ter sido simplesmente altivo e muitas vezes foi flagrantemente arrogante.
Muito dos seus adoradores acreditam, como o próprio Joaquim, que ele só conseguiu os resultados que conseguiu porque extrapolou, quebrou regras, confrontou os colegas. A fila é longa: Ricardo Lewandowski lidera, mas também Dias Toffoli, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes… Tivesse sido mais racional, mais sóbrio, talvez chegasse às mesmas conclusões –e com mais legitimidade.
Goste-se ou não de Joaquim, porém, ele pode ter sido o homem certo na hora certa: o irreverente e irascível capaz de conduzir o processo do mensalão para a história como um marco, um divisor de águas, na Justiça no Brasil. Ela não seria mais só para pretos, pobres e prostitutas; os criminosos de colarinho branco que pusessem as barbas de molho. Não há como negar: apavorou os poderosos e lavou a alma do povo brasileiro.
Sua renúncia começou a se delinear na “tarde triste” em que, abatido, com a voz cansada, assistiu impotente à derrota da tese de “quadrilha”, chave no processo do mensalão. Como conviver como minoria num tribunal onde puxara a maioria? Como deixar de presidir e passar a ser presidido logo por Lewandowski?
A caminho da saída, Joaquim atropelou a estrela do mensalão, José Dirceu, mas não conseguiu o fecho de ouro que tanto queria: o julgamento das perdas pelos planos econômicos. Depois de subjugar poderosos da política, sonhava derrotar os bancos.
Com o adiamento, teve seu último chilique no STF, de onde sai para a história. E para flertar com a política.

Sedentarismo é a segunda maior causa de morte no mundo, diz especialista

Sedentarismo é a segunda maior causa de morte no mundo, diz especialista
O sedentarismo é a segunda maior causa de morte no planeta, atrás apenas da hipertensão, de acordo com o médico Matsudo, do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul (Celafiscs). Segundo médico, a atividade física é tão importante quanto à alimentação e a perda de peso, para redução de riscos de inúmeras doenças. Matsuda aponta que uma pessoa sedentária tem mais risco de desenvolver doenças do que a pessoa que não se alimenta de forma adequada. O médico tenta desmistificar a ideia de que a obesidade é apenas um problema nutricional. O colesterol alto, o excesso de peso, a obesidade, o diabetes são problemas causados pela má alimentação, porém o impacto do sedentarismo para o desenvolvimento dessas doenças é ainda pior. A agência EFE, o especialista declarou que o crescimento da obesidade é proporcional ao comportamento sedentário, o que já era revelado por uma pesquisa de 1995 (Prentice and Jebb. Obesity in Britain: gluttony or sloth? British Med J). O médico ainda diz que o risco de morte é maior para os magros sedentários do que para gordos ativos. “Em termos de saúde pública, o sedentarismo é um problema ainda maior do que o excesso de peso, não adianta controlar a ingestão de alimentos se não estimular o aumento desse gasto calórico”, afirma. Matsudo salienta que para que uma dieta traga mais benefícios à saúde é imprescindível reforçar a prática de atividade física. “Atividade física não precisa ser chata, pelo contrário, deve ser algo prazeroso, não é por acaso que as mulheres têm maior expectativa de vida ao contrário dos maridos, pois são elas que cuidam das tarefas de casa que demandam esforço físico”, diz.

Leitura de sonhos pode ajudar a descobrir doenças neurológicas

Leitura de sonhos pode ajudar a descobrir doenças neurológicas
Foto: Reprodução
A leitura de sonhos agora vem acompanhada de tecnologia e pode ser ferramenta para indicar doenças neurológicas. Pelo é essa a descoberta dos estudos feitos por pesquisadores das Universidades Federais do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. As equipes de profissionais gravaram o relato dos de 60 pessoas, divididas em três grupos: algumas eram portadoras de esquizofrenia, outras de transtorno bipolar, e uma terceira parcela não apresentava problemas de ordem mental. Os neurocientistas utilizaram um programa que transformava a fala dos voluntários em diagramas – onde cada palavra era representada por um ponto e a sequencia entre elas por seta. Com esse procedimento, os estudiosos notaram que, ao narrarem o que haviam acontecido nos seus sonhos, pacientes esquizofrênicos e bipolares geravam gráficos distintos. Com os diagramas em mãos, foi possível diagnosticar os dois distúrbios de forma mais precisa. Essa é uma descoberta relevante, já que as doenças possuem sintomas parecidos, questão que dificulta a identificação delas nas suas fases iniciais. Com informações da Folha de S. Paulo.

Lei Antifumo no País valerá a partir de dezembro

Lei Antifumo no País valerá a partir de dezembro
Foto: Reprodução
Será proibido fumar em ambientes fechados em todo o Brasil - inclusive em fumódromos - a partir de dezembro, segundo informou há pouco o Ministério da Saúde. A regulamentação da Lei Antifumo, que deve ser publicada na segunda-feira (2) e começará a valer em seis meses, proíbe também qualquer propaganda comercial de cigarros. O objetivo da medida, segundo o governo, é proteger a população do fumo passivo e contribuir para a diminuição do tabagismo entre os brasileiros.

Com a nova regra, fica proibido o uso de cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo e outros produtos do gênero em locais de uso coletivo - público ou privado. Estão vetados inclusive os narguilés. A proibição inclui hall e corredores de condomínios, restaurantes e clubes. Segundo o governo, fica vetado o uso em ambientes parcialmente fechados por uma parede, teto e até mesmo toldo.

"Está proibido o fumo naquela varanda do restaurante, no toldo da banca de jornal e na cobertura do ponto de ônibus", afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. A lei também proíbe a existência dos fumódromos, que são permitidos pelas regras atuais. "Se o ambiente estiver coberto por uma face, como o teto do ponto de ônibus, não poderá fumar." Em estádios de futebol, por exemplo, será permitido fumar em áreas descobertas. Segundo o governo, essa diferença se devido a critérios de dispersão da fumaça.

Ficará liberado fumar em casa e ao ar livre. Apenas em cinco situações - e com condições de isolamento - será permitido fumar em ambiente fechado: em cultos religiosos cujo fumo faça parte do ritual, em tabacarias sinalizadas, em estúdios de filmagem quando necessário à produção da obra, em lugares destinados a pequisa e desenvolvimento de produtos fumígenos, além de instituições de tratamento de saúde que tenham pacientes autorizados por médico a fumar.

Questionado sobre o motivo que levou o governo a demorar três anos para regulamentar a Lei Antifumo, Chioro respondeu que o processo exigiu muito estudo e negociação. "Foi o tempo necessário para construir legislação adequada e consistente e com coerência suficiente", disse. O ministro negou que haja a intenção de banir o fumo no País. "A tendência é de diminuição e lutaremos sempre para isso."

World Cup Posters

ESPN commissioned Brazilian artist and graphic designerCristiano Siqueira to create a series of uniquely designed images in celebration of the 2014 FIFA World Cup. Each piece tells a unique story of the heroes who will lead their countries on the pitch this summer along with an artistic representation of each of the 32 team nicknames. The artwork is a celebration of the unbridled passion that only the World Cup can evoke around the globe.

ALGERIA
ARGENTINA
AUSTRALIA
BELGIUM
BOSNIA AND HERZEGOVINA
BRAZIL
CAMEROON
CHILE
COLOMBIA
COSTA RICA
CROATIA
ECUADOR
ENGLAND
FRANCE
GERMANY
GHANA
GREECE
HONDURAS
IRAN
ITALY
IVORY COAST
JAPAN
MEXICO
NETHERLANDS
NIGERIA
PORTUGAL
RUSSIA
SOUTH KOREA
SPAIN
SWITZERLAND
UNITED STATES
URUGUAY
WORLD CUP


sábado, 17 de maio de 2014

Mossoró mudou? Há controvérsias.

O empresário Diran Ramos do Amaral, de saudosa memória, tinha entre suas preocupações o acompanhamento do crescimento sustentável da capital do Oeste potiguar. Diran não era ecologista. O crescimento sustentável que ele observava nos demais polos econômicos do interior do Nordeste era o que roubava o seu sono.
— Mossoró não pode apostar apenas na presença da Petrobras, repetia o empresário.
A mecanização das salinas e os ciclos de altos e baixos de setores da agro-indústria alimentavam suas preocupações com o futuro do emprego-urbano, diante das migrações campo-cidade.
Por conta própria ele visitava regularmente Campina Grande (PB), Caruaru (PE), Crato (CE), dentre outros centros nordestinos do porte de Mossoró, e anotava tudo sobre a presença estatal nessas regiões – o que facilitava o crescimento e também onde o Estado atrapalhava o desenvolvimento local.
Tive a oportunidade de alongar muitas conversas com Diran quando o tema era o futuro dessas cidades que representam o mínimo da interiorização da economia, algo difícil de ser materializado, principalmente no semi-árido brasileiro.
E em todos esses momentos ele emitia sinais de fragilidades em outros centros (à exceção de Campina Grande), temendo que um dia esse recuo das inversões econômicas pudesse chegar a Mossoró.
Casado com uma Rosado, Diran tinha canal aberto com o clã mossoroense, mas seu projeto de vida nunca foi a política, mas cumpria o papel de protagonista que cabia ao irrequieto empreendedor. Não deixava escapar qualquer iniciativa adotada pelos estados nordestinos sem levar ao conhecimento de Vingt Rosado, deputado federal de várias legislaturas.
Muito do trabalho de Vingt (“o vereador de Mossoró no Congresso Nacional”) tinha a caligrafia de Amaral. Só não dava pitaco quando o assunto era o dia-a-dia da política mossoroense, pelo menos publicamente. Quando a conversa passava para o processo político-eleitoral, ai ele economizava o verbo “para não perder a amizade”.
Diran faz muita falta a Mossoró.
A cidade que ficou mais de um ano na expectativa de confirmação de um mandato teve que retornar às urnas para substituir a prefeita constitucionalmente eleita e afastada após lutar contra dezenas de ações na Justiça Eleitoral.
Abertas as urnas e confirmada a eleição do interino Francisco Silveira Júnior (PSD), era fatível que grupos políticos assumissem a condição de vitoriosos. Faz parte. O vice-governador Robinson Faria e a deputada federal Fátima Bezerra certamente vão tentar fazer uma limonada com o pleito suplementar.
Sem entrar no mérito das ações eleitorais, é prudente registrar que ninguém até aqui cuidou de avaliar os prejuízos decorrentes dessa insegurança. A economia de Mossoró não aguentava mais uma temporada de indefinições.
Mossoró mudou? Há controvérsias.
A própria Justiça Eleitoral cuidou de afastar os concorrentes e o vereador-prefeito acabou sendo o único vitorioso (só perdia pra ele).
Havia no ar uma certa frustração do eleitor com a judicialização do processo eleitoral que culminou com o afastamento da prefeita Cláudia.

Na véspera da eleição suplementar, em declarações rápidas à imprensa, a governadoraRosalba Ciarlini deixou escapar uma frase que resumia esse sentimento e aquela frustração: “Espero que desta vez seja respeitada a vontade do povo”.


por Aluisio Lacerda 

Juros do cartão de crédito chegam a 232% ao ano

As taxas de juros voltaram a subir em abril, segundo a pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade.
Os juros médios cobrados da pessoa física, medidos a partir dos valores cobrados em seis linhas de crédito, aumentaram 0,1 ponto percentual em abril, na comparação com março, ficando em 5,96% ao mês.
Nos primeiros quatro meses do ano, a média dos juros para pessoa física subiu 2,26 pontos percentuais.
O maior reajuste foi na taxa do cartão de crédito, que subiu 0,44 ponto percentual no último mês, chegando a 10,52% ao mês e 232,12% ao ano. O empréstimo pessoal teve aumento de 0,06 ponto percentual em abril, na comparação com março, e ficou com taxa de 3,4% ao mês – 49,36% ao ano.
Para a pessoa jurídica, a taxa média teve elevação de 0,04 ponto percentual em abril em relação a março, ficando em 3,39% ao mês e 49,19% ao ano. Em doze meses, a alta foi 0,69 ponto percentual.
O maior aumento foi na modalidade de conta garantida, que subiu 0,06 ponto percentual e chegou a 5,9% ao mês (98,95% ao ano).
De acordo com o diretor executivo de estudos econômicos da associação, Miguel José Ribeiro de Oliveira, os aumentos acompanham os consecutivos reajustes da taxa básica de juros (Selic).
Além disso, o cenário econômico com expectativa de crescimento da inflação e a queda na atividade econômica têm impacto nos juros. “Estes fatos têm levado as instituições financeiras a elevarem suas taxas de juros acima das elevações da Selic”, explicou Oliveira.
A pesquisa aponta que de março de 2013 a abril de 2014 a Selic subiu 3,75 pontos percentuais.
No mesmo período, a taxa média para pessoa física aumentou 12,34 pontos percentuais e para pessoa jurídica 5,61 pontos percentuais.
Deu na Agência Brasil

Faculdade de Enfermagem para por falta de estrutura

Docentes e discentes da Faculdade de Enfermagem (FAEN) do Campus Central da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), frequentadores diários do Edifício Professor Antônio Gomes de Arruda Barreto, sede da instituição, convivem com uma estrutura em escombros. O cenário é desolador.
Sede da faculdade tem janelas reparadas com improviso (Foto: divulgação)
Em fase da precariedade do imóvel e seus equipamentos, com problemas recorrentes na estrutura física, distribuição de água potável e condições sanitárias, movimento articulado entre professores e alunos resolveu agir. “Diante da atual situação de insegurança alunos e professores por votação unânime decidiram suspender as aulas até que seja garantida a permanência na FAEN com os riscos minimizados. O movimento encaminhou solicitação de inspeção ao Corpo de bombeiros e vigilância à Saúde com vistas a fortalecer a pauta.
Trata-se de sanitários sem assento, cestos de lixo de banheiro sem tampa, problemas envolvendo energia elétrica, antecipados ou seguidos de pequenas explosões em lâmpadas fluorescentes, choques em interruptores, presença de faíscas em fiações, disparo constante no transformador, inúmeras infiltrações próximas a rede elétrica, instalações inadequadas de copa e cantina, presença de roedores, cupins, salitre e mofo nas paredes, acústica das salas comprometidas, além de inadequada composição do laboratório de práticas de enfermagem, bem como climatização dificultando o bom desenvolvimento das aulas.
“A nossa solicitação está pautada na exposição de professores e alunos a constantes acidentes com possibilidade de ocorrência de incêndio e eletrocução, danos em equipamentos tanto da faculdade como os particulares, além da estimulação de processos alérgicos”, assinala comunicado formalizado por professores e alunado.
Teto e climatização são ameaças a alunos e estudantes (Foto: divulgação)
Foi convocada e realizada pelo Centro Acadêmico 08 de Julho, na manhã de ontem (quinta-feira, 15.05.2014), no auditório da Faculdade de Enfermagem, uma Assembleia Extraordinária, em caráter de urgência. Em pauta a atual situação de infraestrutura da faculdade, com destaque para sua rede elétrica que culminou com a falta de energia.
A Assembleia contou com a participação do Núcleo Docente Estruturante da Faculdade de Enfermagem, dos discentes, direção da faculdade e professores.
Esteve presente ainda o engenheiro elétrico André Pedro Fernandes Neto, que na oportunidade esclareceu tecnicamente a situação em que se encontra a rede elétrica do prédio da faculdade.



POR  CARLOS SANTOS

Transplante de células-tronco recupera paciente em SP

por Chico Siqueira 

Transplante de células-tronco recupera paciente em SP
Foto: Reprodução
Uma equipe de cirurgiões da Associação Portuguesa de Beneficência, de São José do Rio Preto (SP), realizou com sucesso o primeiro transplante de células-tronco do País para tratamento da doença de Crohn. A enfermidade, que causa a inflamação do aparelho digestivo e não tem cura, atinge 5 milhões de pessoas em todo o mundo, e em seu estágio mais avançado pode levar à morte. O procedimento, realizado em 14 de outubro de 2013, só foi divulgado agora porque os médicos queriam ter certeza da recuperação da paciente, a estudante de farmácia Giselle Gomes Idalgo, 29 anos. Mas o transplante só pôde ser realizado porque a Justiça deu ganho de causa a ação ajuizada por Giselle e determinou que a cirurgia fosse paga pelo seu plano de saúde.

A cirurgia abre perspectivas para que outros pacientes de Crohn possam reivindicar o mesmo tratamento, mas como ele ainda não consta no rol dos transplantes autorizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e não está na lista da Agência Nacional de Saúde (ANS) de doenças assistidas pelas operadoras particulares, é necessário ajuizar ação judicial. "Isso é a judicialização da medicina porque muitos procedimentos não são autorizados no Brasil", comentou o hematologista Milton Ruiz, coordenador da unidade de transplantes e de terapia celular da Associação, e responsável pela cirurgia.

Gisele está totalmente recuperada. Não toma medicamentos desde que saiu da cirurgia há oito meses. Ela lembra do passado difícil, quando seu peso caiu de 55 para 32 quilos e teve de largar o trabalho e a faculdade de farmácia e ainda enfrentar o preconceito da sociedade. "Em 2010 eu comecei a sentir os primeiros sintomas - dores abdominais fortes, dores nos ossos e diarreias constantes. Perdi as forças, emagreci, tive de deixar de trabalhar e estudar e não conseguia nem pegar um copo de água por causa das dores nos ossos", conta. Em 80% dos casos, a doença de Crohn leva às intervenções cirúrgicas e em 33% à morte. No caso do transplante pode ocorrer a recidiva em cinco anos, mas há casos em que isso não ocorre. 

Hopóteses, tendências

Os adversários de Dilma 

Marcos Coimbra, na Carta Capital

À medida que o tempo passa, mais claro fica o quadro: nenhum dos possíveis adversários de Dilma Rousseff na eleição deste ano demonstra ter fôlego para vencê-la. Não é impossível que algum venha a encontrá-lo, mas o certo é que, até agora, ninguém conseguiu.

A afirmação pode soar estranha a quem presenciou a celebração de nossa “grande imprensa” nos últimos dias, a propósito da divulgação de pesquisas de institutos como MDA, Datafolha e Sensus. Em manchetes às vezes garrafais, a mídia corporativa as apresentou como reveladoras de um quadro novo, desfavorável à presidenta e propício às oposições.

Foram pesquisas a respeito de intenções de voto e avaliação do governo federal. E todas mostraram uma queda na popularidade da presidenta e do governo, acompanhada de uma redução quase idêntica na proporção daqueles que dizem pretender votar em Dilma.

Até aí, tudo natural. Se alguém está insatisfeito com o desempenho do governo, se está convencido de que as coisas não vão bem em Brasília, é lógico não desejar a continuidade. O passo seguinte é igualmente lógico: não querer votar em quem a representa.

Eleições são, no entanto, semelhantes àquilo que os economistas chamam jogo de “soma zero”, o que um jogador perde é igual ao que o outro ganha. Neles, é impossível todos lucrarem ou terem prejuízo ao mesmo tempo. Na divisão de um bolo, por exemplo, se alguém aumenta o tamanho de seu pedaço, a parte restante aos outros fica menor. Os votos que um candidato não consegue obter (ou deixa de ter) são repartidos pelos demais.

Desse modo, era de esperar que a queda de Dilma beneficiasse algum ou vários de seus adversários. Mas não foi o que as pesquisas mostraram.

Note-se: esses levantamentos foram feitos logo após o ciclo de propaganda partidária dos oponentes de Dilma. Como sabemos à luz do ocorrido em eleições anteriores, pesquisas feitas nesses momentos costumam provocar “picos” nas intenções de voto, que tendem a desaparecer com o transcurso do tempo.

Primeiro foi a vez de Eduardo Campos, que, no fim de março, usou as inserções e o programa do PSB para se promover. Depois, Aécio Neves, em meados de abril, fez o mesmo com o tempo do PSDB. Até o Pastor Everaldo, na segunda quinzena de abril, utilizou o estratagema de dizer que fazia propaganda de seu partido, o PSC, para praticar, de fato, proselitismo a favor de sua candidatura (o que a legislação proíbe, mas ninguém respeita).

Quando se consideram o contexto em que as pesquisas foram realizadas e a queda apontada de Dilma, deveríamos ter resultados favoráveis aos adversários da presidenta. Pelo que vimos no passado, a expectativa, na verdade, é que fossem muito favoráveis.

Contudo, só o tucano cresceu e em patamar modesto. O pernambucano e o pastor ficaram fundamentalmente iguais, movendo-se dentro da margem de erro. As oposições melhoraram pouco, menos do que deveriam e menos do que precisam para alcançar a candidata do PT.

A esta altura da eleição, os problemas que atingem a imagem da presidenta, do governo e do PT afetam a candidatura, mas pouco benefício trazem às oposições, apesar da ininterrupta campanha de desconstrução movida pela mídia oposicionista. O saldo? Dilma cai (apesar de menos do que seus inimigos gostariam) e ninguém sobe (de maneira significativa).

É sempre bom lembrar que, com números de popularidade e intenção de voto semelhantes aos de Dilma hoje, Fernando Henrique Cardoso reelegeu-se no primeiro turno em 1998. Em junho daquele ano, estava empatado com Lula. Na urna, o ultrapassou com folga. E era Lula e não algum candidato pouco conhecido e com imagem problemática.

Vamos fazer neste outubro uma eleição diferente. Não será de pura continuidade, como aquelas de 1994, 1998, 2006 e 2010. Não será tampouco de pura mudança, como as de 1989 e 2002. O eleitorado busca agora uma boa mistura entre as duas possibilidades.

Os adversários de Dilma, empurrados para a radicalização pró-mudança pela fúria do oposicionismo de uma parte da sociedade, do empresariado e da mídia, agradam apenas a quem detesta o lulopetismo. Afastam-se, porém, daqueles que desejam que diversas coisas mudem no País, mas têm certeza de que há muito que deve continuar. E permanecem a léguas da ampla parcela que prefere a continuidade.

Talvez por isso não cresçam.

Blog do Prof. Ozamir Lima - Designer: Segundo Freitas