sábado, 24 de abril de 2010

A importância das eleições na internet

Da revista Época - Final


Outro fator que limita o uso elei-toral da internet no Brasil é a obrigatoriedade do voto. A rede, por sua natureza, depende da iniciativa dos usuários. As informações sobre política na internet são acessadas apenas por aqueles que se interessam pelo assunto.

“Para a maioria dos eleitores, que se sente obrigada a votar, esse interesse espontâneo por política não existe”, afirma a cientista política Alessandra Aldé, pesquisadora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Nos Estados Unidos, essa parcela desinteressada da população não influencia o resultado, pois tende a se abster nas eleições. No Brasil, graças ao voto obrigatório, é menor o peso dos eleitores mais engajados no resultado das eleições.

Não é à toa, portanto, que a maior aposta de todos os partidos para a campanha continue sendo mesmo o horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Em vez dos 34% de penetração da internet, a TV está presente em 97% dos domicílios brasileiros – atinge, portanto, quase todos os eleitores.

“Ainda vai levar um bom tempo para a internet começar a ter um alcance parecido com esse”, diz Antônio Graeff, fundador de uma agência digital e autor do livro Eleições 2.0, sobre o uso da rede para campanha. A pesquisadora Alessandra, da Uerj, tem opinião parecida:

“Em termos de impacto direto, a força da internet ainda é muito menor que a do horário eleitoral”. “Para a maioria dos eleitores, a política só começa quando a campanha chega à televisão.”

A importância da internet nas eleições

Da revista Época - parte III

A euforia em relação à campanha de Obama fez com que o PT contratasse Ben Self, ex-diretor de tecnologia do Partido Democrata e hoje dono de uma agência especializada em marketing político na internet. No ano passado, Self participou de eventos de política e marketing digital no Brasil.

Era tratado como herói, sempre lembrado pelos números gordos da campanha on-line democrata: mais de 13 milhões de e-mails de eleitores cadastrados, uma rede de 3 milhões de doadores e a arrecadação recorde. Mas há tanta disparidade entre Brasil e Estados Unidos que fica difícil acreditar na “obamização” de nossos candidatos. A começar pelo alcance da internet.

Nos Estados Unidos, ela atinge 76% da população. No Brasil, 34%. Há motivo para ceticismo até entre os marqueteiros digitais. “A internet não ganhou a eleição para o Obama. Quem ganhou foi o Obama”, diz Sérgio Caruso, coordenador de comunicação digital do PSDB. “A internet só ajudou a espalhar e a explicar suas propostas.”

O total de internautas brasileiros dobrou desde 2006. A legislação ficou mais liberalOs petistas, que contrataram Self, demonstram uma fé maior nos poderes digitais. “A dinâmica da internet é diferente do rádio e da TV. É impossível fazer uma campanha centralizada na internet”, afirma Marcelo Branco, coordenador da campanha on-line de Dilma.

Na semana passada, porém, o próprio Branco protagonizou um episódio que revela alguns limites nessa dinâmica da rede. De forma equivocada, ele protestou em seu Twitter contra a campanha elaborada para comemorar os 45 anos da Rede Globo (pertencente ao mesmo grupo de mídia que publica ÉPOCA).

Branco afirmou que ela lembrava o mote de campanha de Serra, O Brasil pode mais. A Globo preparava a campanha desde novembro de 2009, quando ainda não havia candidatos – muito menos slogans. Mesmo assim, a emissora optou por suspender a campanha para evitar insinuações.
“Qualquer profissional de comunicação sabe que uma campanha como esta demanda tempo para ser elaborada”, diz uma nota divulgada pela Rede Globo. “Mas a Rede Globo não pretende dar pretexto para ser acusada de ser tendenciosa.” Como as regras eleitorais deram à campanha na internet esse ambiente de liberdade absoluta, é natural que Branco tenha se sentido confortável e escorregado numa prática infelizmente comum entre os blogueiros e militantes que povoam as redes sociais: publicar informações de modo pouco responsável, sem checagem.

Nos próximos meses, é de esperar que a campanha se acirre, e a internet pode propiciar aos candidatos a chance de difamar quem eles quiserem sem nenhum tipo de compromisso – sobretudo, sem ter de se preocupar com as regras vigentes no rádio ou na TV, sob a forte vigilância do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os próprios partidos acabam sendo vítimas desse ambiente. Seus sites oferecem diversas brechas a criminosos, que usam o anonimato da rede para invadi-los e derrubá-los. Uma onda recente de ataques atingiu sites oficiais de três dos principais partidos brasileiros. O primeiro a sofrer uma invasão foi o do PT, no dia 12 de abril. Na semana passada, os sites do PSDB e do PMDB também foram atacados. “Muita gente sabe explorar essas brechas porque as falhas mais comuns estão abertamente divulgadas em blogs, fóruns e sites especializados”, diz um hacker brasileiro.

A importância da internet nas eleições deste ano

Da revista Época - parte II

Para tentar transformar essa esperança em realidade, os três principais candidatos à sucessão de Lula armaram estratégias digitais distintas. Até agora, o PT foi o partido que mais investiu na campanha on-line. Seu principal objetivo é estimular os militantes a criar e disseminar conteúdo favorável à candidata.

Para isso, será usado um software para cadastrar e classificar militantes com uma espécie de ranking. O internauta ganhará pontos de acordo com a qualidade e a frequência de suas colaborações. Os voluntários mais prolíficos serão convidados a reuniões exclusivas e receberão conteúdos especiais, como ocorreu na campanha de Obama. Os petistas contam com a consultoria de três profissionais que estiveram envolvidos nela.

No PSDB, o próprio candidato, José Serra, é um usuário frequente da internet e das redes sociais. Atualizado pelo próprio Serra, seu perfil no Twitter conta com mais de 209 mil seguidores (o maior número entre os políticos brasileiros) e é usado quase exclusivamente para assuntos leves, como futebol, música ou cinema. A iniciativa é vista no partido como uma eficiente maneira de humanizar a imagem de um candidato tido como sério e fechado demais.

Outro objetivo da campanha tucana na rede, de acordo com um de seus estrategistas, é tentar influenciar a imprensa. Para isso, além do Twitter de Serra, o PSDB conta com três sites para reunir militantes e divulgar críticas aos adversários. Um deles, o mobilizapsdb.org.br, incentiva os internautas a espalhar um quadro com uma comparação entre os candidatos.

O quadro define Dilma como uma menina rica, frequentadora de “escolas burguesas”, que “ingressou em grupos armados responsáveis por assaltos, sequestros e assassinatos”. O perfil de Serra o define como um rapaz estudioso, filho de imigrantes, que ingressou na política pelas eleições.

Na campanha de Marina Silva (PV), a internet se tornou uma prioridade quase natural, pois Marina tem pouco tempo no horário eleitoral gratuito em comparação com seus adversários. Sua estratégia é usar o programa na TV para divulgar seus sites e criar interação por meio de remissões a textos publicados em seu blog.

Outra meta é usar a internet para arrecadar doações de cidadãos. O PV é o primeiro partido brasileiro a implantar esse sistema, semelhante ao usado na campanha de Obama. Representantes da sigla dizem que, até o fim de março, o partido recebera R$ 203 mil em doações feitas por 91 pessoas.

A importância da internet nas eleições

Da revista Época - Parte I

Neste ano, os candidatos festejaram a conquista de uma nova vitrine para fazer propaganda política: a internet. Todos apostam na rede como um poderoso meio para interagir com os eleitores, medir em tempo real a reação da opinião pública, debater com os adversários e, no limite, estabelecer a agenda da eleição. Dois fatores ampliaram a relevância da campanha on-line.

O primeiro – e mais óbvio – é o crescimento do número de internautas no país. De acordo com o Ibope, o Brasil saltou de 32 milhões de pessoas com acesso à internet nas eleições de 2006 para mais de 66 milhões hoje.

O segundo fator é a nova legislação eleitoral sobre o assunto. Ela dá aos partidos uma liberdade inédita na rede. Ao contrário dos anos anteriores, quando a internet estava sujeita às mesmas restrições aplicadas à TV e ao rádio, neste ano é possível organizar debates livremente, mesmo sem a participação de todos os candidatos, usar redes sociais mesmo antes do período oficial de campanha e fazer da internet um campo de provas para todo tipo de ideia exótica na batalha eleitoral.

Os coordenadores dos principais partidos têm uma inspiração comum. Com um misto de deslumbramento e inveja, todos citam o sucesso da campanha presidencial de Barack Obama, nos Estados Unidos, em 2008.

Num país onde a renda, o alcance da internet e a cultura de participação política são maiores, Obama soube usar ferramentas como o Twitter – até então pouco conhecido – para se comunicar com seus eleitores, opinar sobre questões cruciais do país, animar a militância e arrecadar fundos.

Ao todo, foram mais de US$ 500 milhões doados por cidadãos e empresas via internet, metade de toda a verba recebida pela campanha de Obama. A esperança dos marqueteiros políticos digitais é obter no Brasil um sucesso comparável.

Petrobras sobe sete posições entre maiores empresas do mundo

A Petrobras subiu sete posições no ranking das maiores empresas do mundo -levantamento feito pela revista "Forbes" que considera vendas, lucro, ativos e valor de mercado. Brasileira mais bem colocada (18º lugar), a petrolífera, contudo, segue atrás de cinco de suas principais concorrentes (como a ExxonMobil).

Na comparação com o ano passado, o número de empresas brasileiras no ranking cresceu (de 31 para 33), mas em ritmo menor do que o registrado por outros grandes emergentes, como China (de 91 para 113) e Índia (de 47 para 56). Considerando só empresas do setor financeiro, Bradesco e BB subiram posições e se tornaram o 15º e o 16º maiores.

Mesmo com a crise global ainda apertando, o sistema financeiro seguiu dominando a lista global em 2009, garantindo seis representantes entre os dez primeiros (em 2009, havia dois). O banco JPMorgan desbancou o conglomerado General Electric como a maior empresa do globo. Entre os brasileiros, houve seis novos nomes e duas "acomodações" pós-fusão (Brasil Foods no lugar de Sadia, e Fibria no de Votorantim e Aracruz). Os novos são de setores distintos: a fabricante de motores WEG, a empresa de fertilizantes Fosfertil, a seguradora Sul America, a credenciadora de cartões Cielo, a operadora de TV por assinatura Net e o banco estatal gaúcho Banrisul. Bradesco e Petrobras também integraram a lista à parte "Global High Performers", que engloba quem se destacou dos concorrentes em crescimento, retorno e prospectos.(Informações da Folha de São Paulo)

TV por Internet de Apodi próximo de 200 mil acessos e mais de 12 mil seguidores

Li no blog do jornalista Gutemberg Moura:

A TV via Internet é boa alternativa de comunicação social em tempos de globalização da informação.

Em Apodi, o empresário Wilson Oliveira acreditou nesse novo filão de mídia e criou a TV Oeste, acessada pela rede mundial de computadores.

Nos dez meses de funcionamento, a TV Oeste já publicou mil videos, soma quase 200 mil acessos e doze mil seguidores pelo mundo afora.

Com o slogan de "A 1ª TV Via Internet do Estado", a TV Apodi pode ser vista no seguinte endereço:www.tvoestern.com.br

sábado, 17 de abril de 2010

História: 17 de abril de 1996

Velório das 19 vítimas do massacre de Eldorado dos Carajás

Massacre de Eldorado dos Carajás: a PM-PA assassina 19 sem-terra que bloqueavam a Rodovia PA-150. Laudo confirma que 10 foram executados a sangue frio. O procurador-geral da República responsabiliza o gov. Almir Gabriel (PSDB) pelas mortes. Até hoje, o crime permanece impune.


Concurso do BNB – Prova gera 3 mil recursos


“A banca examinadora do concurso do Banco do Nordeste vai ter muito trabalho pela frente. O coordenador da comissão organizadora da seleção, Marcus Vinícius Machado, revelou ao Blog Concursos do O POVO que cerca de três mil recursos de candidatos contra a prova aplicada no último domingo estão sendo analisados.

Segundo ele, os candidatos contestam o grau de dificuldade de algumas questões, gabaritos incorretos, além dos já tradicionais pedidos de anulação de questões.

Por se tratar de uma demanda de grande porte, Marcus Vinicius preferiu não estimar em que data será divulgado o gabarito final. “Não tem prazo já pronto para a gente finalizar. Quando a análise dos nossos técnicos for finalizada colocaremos, de imediato, no site oficial”, comentou, sem adiantar se alguma questão, ou mais de uma, serão anuladas.

“O candidato vai ter que esperar e acompanhar o site da Acep (Associação Cearense de Estudos e Pesquisas)”, explicou.

O coordenador disse ainda que não há uma definição sobre a data de divulgação do resultado final. “Essa decisão será tomada pela direção do BNB”, adiantou.

A SELEÇÃO

O concurso do BNB visa a formação de cadastro reserva para os cargos de analista bancário, analista técnico (funções que exigem nível médio completo) e especialista técnico (que exige ensino superior completo em várias especialidades). A remuneração pode chegar a R$ 7.029,75.

SÓ 2% DOS PADRES SÃO CELIBATÁRIOS

Do Cox West News, dos EUA: "As igrejas são um ótimo esconderijo para pecadores. Especialmente, durante as últimas décadas, para a Igreja Católica Apostólica Romana. Isso é o que deveria ter dito o cardeal Tarcisio Bertone, o secretário de Estado do Vaticano, nesta semana, no Chile. Mas, em vez disso, ele culpou os homossexuais pelo mais recente escândalo envolvendo a igreja. Bertone afirmou que o celibato não causa pedofilia, mas que a homossexualidade causa. “Muitos psicólogos e psiquiatras demonstraram que não existe relação entre o celibato e a pedofilia”, disse o cardeal Bertone. “Mas muitos outros demonstraram, segundo me disseram recentemente, que existe uma relação entre a homossexualidade e a pedofilia. Isso é verdade. Esse é o problema”. Mas isso não é verdade. E esse não é o problema. Não existem dados científicos que indiquem que os homossexuais têm uma predisposição a praticar a pedofilia. Os homossexuais são apenas bodes expiatórios fáceis para uma denominação religiosa que se recusa a sequer discutir o fato de que poucos padres são voluntariamente capazes de praticar o celibato por toda a vida. No livro “Celibacy in Crisis” (“Celibato em Crise”), o padre e psicoterapeuta Richard Sipe estima que, qualquer que seja o período selecionado, apenas 2% dos clérigos praticam o celibato permanente."

PAPA DIZ QUE IGREJA É FERIDA POR NOSSOS PECADOS

O papa Bento XVI disse neste sábado (17), durante o início de sua vista à Malta, cenário de escândalos de abuso sexual envolvendo religiosos, que a Igreja tem sido "ferida por nossos pecados”. O pontífice alemão não mencionou os escândalos na Europa e nos Estados Unido, tampouco usou a palavra "abuso" em seus comentários a jornalistas durante a viagem de Roma para Valletta. No entanto, o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, confirmou que o papa estava se referindo aos muitos casos de abuso sexual de crianças, cometidos por padres nas últimas décadas, que têm sido revelados nos últimos meses.

Sistema prisional está perto da falência total, diz ministro

O ministro Cezar Peluso, que assumirá a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF) na próxima sexta-feira, disse ontem que o sistema prisional brasileiro está próximo da falência total. “Os casos ventilados pela imprensa envergonham o país. São crimes do Estado contra o povo”, protestou Peluso, durante o 12º Congresso sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal da ONU, realizado em Salvador.

Em Brasília, o diretor do Departamento Penitenciário Nacional, Airton Michels, reagiu dizendo que os problemas apontados pelo ministro acontecem há mais de 40 anos e que o sistema não está falido. Ontem, o juiz Luiz Carlos de Miranda defendeu sua decisão de libertar o pedreiro Adimar Jesus da Silva – que estava preso por pedofilia e, ao sair da cadeia, assassinou seis jovens em Goiás. Disse que seguiu a lei, que permite o cumprimento da pena em regime aberto até mesmo para detentos perigosos.(As informações são de O Globo)

Gastos de campanha de Dilma e Serra vão a mais de R$ 1 bilhão

As duas principais candidaturas presidenciais podem consumir, juntas, quase R$ 1 bilhão até outubro, segundo reportagem do jornal Correio Braziliense. A estimativa de tesoureiros e coordenadores é de que as eleições de 2010 sejam as mais vitaminadas da história brasileira.

Somente os recursos destinados diretamente às campanhas de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) somariam cerca de R$ 500 milhões. Outros R$ 500 milhões seriam repassados aos estados e ao DF para candidaturas majoritárias que garantam palanques aos dois principais postulantes ao Planalto.

Para ter alguma chance de vitória, o patamar mínimo de gastos seria de, pelo menos, R$ 100 milhões, valor almejado pelo deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE).

“Se você somar as candidaturas presidenciais e os apoios aos estados, dificilmente os dois partidos, juntos, gastarão menos de R$ 1 bilhão”, afirmou o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira.

Ranking nacional de salários de professores

Fonte Folha de São Paulo:
Fonte Folha de São Paulo:

Vice-lanterna

O Rio Grande do Norte voltou a aparecer na “rabeira” da fila dos Estados atendidos pelo governo Lula. Levantamento feito pela Controladoria Geral da União (CGU) mostra que o desprestigiado Elefante foi o segundo Estado a receber menos verbas federais em 2009, conseguindo superar apenas o pequeno Tocantins. No Nordeste, o RN ficou na lanterna e bem atrás dos outros Estados. Segundo o CGU, o Rio Grande do Norte empenhou R$ 274 milhões 232 mil, mas conseguiu liberar apenas 8% do montante, algo em torno de R$ 20 milhões. Os números são insignificantes e expõem de forma bem clara a posição desconfortável da nossa bancada federal. Sugere questionamento da força política do deputado Henrique Alves, líder da bancada do PMDB e que toda hora se vangloria de ser um companheiro e amigo do presidente da República, procurando passar a ideia de político prestigiado no Planalto. Pode até ser, ou seja mesmo. Aí, a coisa piora. Se Henrique é influente como todos acreditam, então por que não usa esse prestígio para o bem do Rio Grande do Norte? Passa a ideia que Alves usa a sua força política para benefício próprio. Aliás, não é de hoje que o RN se apresenta grande com seus representantes em Brasília e pequeno em prestígio. Recentemente, o Estado tinha o presidente do Congresso Nacional, senador Garibaldi Filho (PMDB), que somava “força” com o líder da oposição José Agripino (DEM) e os influentes deputados João Maia (PR) e Fátima Bezerra (PT). Em contrapartida, nada. O Rio Grande do Norte sofreu perdas irreparáveis, como a refinaria de petróleo, a fábrica de barrilha e a não-inclusão no projeto da Transnordestina. Teve que se contentar com investimentos pontuais e a ampliação de programas tipo Bolsa Família, em detrimento de ações capazes de promover o seu desenvolvimento. A posição de vice-lanterna na classificação dos Estados contemplados com verbas federais é, sem dúvida, um tapa na cara da nossa bancada federal, que parece impotente na luta pelo RN. Talvez aí, e provavelmente, se explique a vinda do “caldeirão do diabo” para Mossoró.
César Santos

Serra é o candidato da direita

Fracassado Collor – em cujo governo os tucanos se preparavam para entrar -, FHC assumiu a heranca do projeto neoliberal no Brasil. Norteou-se por seus mentores, Mitterrand e Felipe Gonzalez, e achou que se daria bem sendo seu continuador no Brasil, que era a a via que lhe restava para realizar seu sonho de ser presidente.

Assumiu com todo o ímpeto, achando que ia se consagrar. A ponto de ter proferido um conjunto de besteiras, como, entre outras, a de que ”A globalização é o novo Renascimento da humanidade”. E lá foi ser “droit” na vida.

Vestiu a carapuça que Roberto Marinho procurava. Se atribui a ele a frase, diante da queda tão chorada do Collor: “Foi o último presidente de direita que conseguimos eleger”. Se supunha que tinham de buscar em outras hostes o continuador de Collor. E acharam FHC.

Que teve a audácia de chamar o PFL, partido nascido da ditadura, com ACM, Marco Maciel, Jorge Bornhausen, como seus dirigentes pára- representativos, que tentavam se reciclar para a democracia, buscando apagar seu passado. Tucanos e pefelistas foram a base de sustentação firme do governo, que agregou o PMDB (governista, como sempre) e outros partidos menores.

Esse foi o eixo partidário do projeto neoliberal de FHC. Que pretendia ser para o Collor o que o Toni Blair foi para a Thatcher: deixar que Collor fizesse o trabalho mais sujo do neoliberalismo – privatizações, abertura da economia, enfraquecimento substancial do Estado, precarização das relações de trabalho -, para que ele aparecesse como a “terceira via”. Como Collor fracassou, FHC teve que vestir o tailler da Thatcher e implementar a ortodoxia neoliberal.

Serra nunca se deu bem com FHC – como, aliás, com ninguém, com seu gênio de turrão, de mal humorado, que nunca sorri, que atropela a tudo e a todos que vê como obstáculos. Serra sempre disputou com FHC dentro dos tucanos, era seu rival. Perdeu e teve que aceitar o Ministério do Planejamento do governo, sem poder algum, mas tendo que referendar o Plano Real. Depois foi para a Saúde, para tentar preparar sua candidatura à presidência. Tentou manter distância do governo de FHC, sabendo que quem se identificasse com o governo, perderia. Não consegui e foi derrotado fragorosamente no segundo turno.

Em 2006, temeu por uma nova e definitiva derrota, além do que, pessoa com péssimas relações com todo mundo, perdeu para Alckmin o foro interno dos tucanos e teve que se contentar com esperar. Volta agora como o candidato do bloco que passou a ocupar o espaço da direita no campo político brasileiro.

A oposição aceita Serra não de bom grado, em primeiro lugar porque ele tem relações ruins com todos. Em segundo, porque ele não quer assumir o figurino – vestido com desenvoltura por FHC, por Sergio Guerra, por todo o DEM – de bater duro no governo Lula, de assumir claramente o papel de oposição ao governo. Porque Serra sabe que o sucesso do governo Lula demonstra que esse é um caminho seguro de derrota.

É um casamento de conveniência, mas não havia outro lugar se Serra ainda tem alguma esperança de ser presidente. Às vezes, pela fisionomia e pelas palavras dá a impressão que ele sai candidato com resignação, consciente que é sua ultima oportunidade, mas que sabe que vai para o matadouro, para a derrota inevitável.

O campo político não é definido pela vontade das pessoas. Ele tem uma objetividade, resultado dos enfrentamentos e das construções de força e de aliança de cada bloco. A bipolaridade não é um desejo, é uma realidade. São dois grandes blocos que se enfrentam, com programas, forças sociais, quadros, objetivos e estratégias contrapostas.

Dilma representa o aprofundamento do projeto de 8 anos do governo Lula, ocupa o espaço da esquerda no campo político. Serra representa as mesmas forças que protagonizaram os 8 anos do governo FHC, que implementou o neoliberalismo no Brasil, governo de que o próprio Serra foi ministro todo o tempo. São dois projetos, dois países distintos, dois futuros diferenciados, para que o povo brasileiro os compare de decida.

Emir Sader

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Universidade anuncia concurso para contratação de 127 professores efetivos

A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) divulgou o edital de Concurso Público publicado no Diário Oficial do Estado (DOE/RN), ofertando 127 vagas para professor efetivo do ensino superior.

As inscrições serão iniciadas na próxima segunda-feira (19) e seguem até o dia 28 maio. Entretanto, para as áreas que exigem doutorado como formação acadêmica mínima, o período de inscrição será de 19 de abril a 7 de maio de 2010. Porém, caso não haja inscrições de candidatos doutores de no mínimo o dobro de vagas da área, elas ficarão abertas para inscrições no período de 10 a 28 de maio, com exigência mínima de mestrado.

Para o Campus Central da Uern, estão sendo ofertadas 77 vagas para professores graduados nas seguintes áreas: Pedagogia são sete vagas; Educação Física quatro vagas; Enfermagem três; Ciência da Computação duas; Ciências Biológicos três vagas; Física quatro; Química duas; Matemática duas; para professores de Música quatro vagas; Letras oito; Ciências Sociais quatro; Comunicação Social duas vagas; História uma vaga; Gestão Ambiental uma vaga; Turismo três vagas e Medicina 27 vagas.

As outras 50 vagas do concurso se destinam a professores de diversas áreas nos campi de Natal, Caicó, Assú, Pau dos Ferros e Patu.

O candidato deve fazer a inscrição na Assessoria para Assuntos Pedagógicos e Científicos (Asspec), no prédio da Reitoria, localizado na rua Almino Afonso, 478, em Mossoró, das 8h às 11h e das 14h às 17h, de segunda a sexta-feira. A inscrição custa R$ 150 e R$ 200, dependendo da categoria. A seleção dos candidatos ocorrerá mediante a avaliação de títulos e provas de conhecimentos teóricos e práticos relacionadas às áreas de conhecimento.

O Concurso Público de Provas e Títulos para Docentes da Uern será no dia 13 de junho, no Campus Central, em Mossoró, e constará de três provas de caráter eliminatório: escrita, didática com sorteio do tema e prova prática. Por fim, a prova de títulos terá caráter classificatório.

Fonte:O Mossoroense

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Um comercial inesquecível

Sudene e Sudam – Um rombo de R$ 16,6 bilhões

“Uma década após a série de escândalos envolvendo a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o saque promovido por fraudadores e maus administradores nas autarquias regionais ganhou uma proporção nunca imaginada: R$ 16,6 bilhões, quatro vezes mais do que o estimado na época dos escândalos, segundo o Ministério da Integração Nacional.

Este é o valor que foi pelo ralo dos fundos de investimento da Amazônia (Finam) e do Nordeste (Finor) — mecanismo de financiamento das superintendências. Passados dez anos, todos seguem impunes e o dinheiro não retornou aos cofres públicos.

Segundo o Ministério da Integração, responsável agora pelo passivo dos fundos, o calote foi aplicado por 1.571 empresas financiadas até 2001, quando as superintendências foram extintas, no governo Fernando Henrique Cardoso, em meio aos escândalos.

Empresas fantasmas, projetos inexistentes, superfaturamento e laranjas estão no rol das denúncias, que envolvem empresários, políticos e servidores.

Outra parte era de projetos mal avaliados e jamais fiscalizados. Até hoje, fraudes das antigas Sudam e Sudene são descobertas pelo Ministério Público Federal (MPF).

Em outubro do ano passado, um velho conhecido da Sudam foi denunciado por desvio de recursos: o deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA).

Ele está entre os 15 acusados pelo MPF de Tocantins por desviar verba do Finam a favor da agroindústria Dona Carolina, localizada na Lagoa da Confusão (TO).

Jader teria cobrado de 15% a 20% no repasse de R$ 16,7 milhões para a empresa, segundo os procuradores. Os recursos deveriam ter sido usados em um projeto agrícola de ração animal, grãos e sementes de arroz.

— Em quase todos os projetos alguém ganhava uma grana, mas nos maiores a cúpula dominava, com Jader Barbalho e José Tourinho (ex-superintendente da Sudam) — diz Rodrigo dos Santos, procurador da República em Tocantins.

Em outro caso recém-denunciado, o MPF em Pernambuco acusou três diretores da Fruticultura do Nordeste (Frutone), de Santa Maria da Boa Vista (PR), por desvio de recursos. A empresa recebeu R$ 2,1 milhões do Finor para um projeto de irrigação para cultivo de feijão, tomate, manga.”

(O Globo)

As manchetes de hoje

Folha de S.Paulo
Instituto usa nome do MEC para dar golpe em escolas

O Estado de S.Paulo
'Dilma é uma grande incógnita', diz Aécio

Jornal do Brasil
Benefício que mata

O Globo
Paes anuncia remoções imediatas em 8 favelas

Valor Econômico
Remuneração de executivo vai aumentar 45% este ano

Correio Braziliense
A face do mal

Estado de Minas
A nova cara da exportação mineira

Diário do Nordeste
Policiais são denunciados por ameaças e extorsões

Folha de Pernambuco
Emoção até a última rodada

Diario de Pernambuco
Protesto, sim. Desrespeito, não

Jornal do Commercio
Polícia acha corpos de jovens desaparecidos

domingo, 11 de abril de 2010

Pelo menos dez concursos abrem inscrições no começo da semana

Pelo menos dez órgãos abrem as inscrições na segunda-feira (12) e terça-feira (13) para 3.106 vagas mais formação de cadastro de reserva. Há chances para todos os níveis de escolaridade. Os salários chegam a R$ 5 mil.

Os órgãos que abrem as inscrições na segunda-feira são Marinha, Polícia Militar do Estado de São Paulo, Conselho Federal de Farmácia, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Consórcio Intermunicipal do Grande ABC (SP), Fundação Criança de São Bernardo do Campo (SP), Prefeitura de Santo André (SP) e Prefeitura de Montes Claros (MG)

Já os que abrem na terça-feira são as Prefeituras do Rio de Janeiro (RJ) e de Teresina (PI). Veja abaixo os principais.

Marinha

As inscrições são para 266 vagas. Para o corpo de engenheiros são 96 vagas para as áreas cartográfica, civil, de materiais, de produção, sistemas de computação, de telecomunicações, elétrica, eletrônica, mecânica, naval e química. As provas para esses cargos acontecerão nos dias 12 e 13 de junho.

As inscrições devem ser feitas de 12 a 26 de abril pelo site www.ensino.mar.mil.br, no link "Concursos".

Conselho Federal de Farmácia

O Conselho Federal de Farmácia abriu concurso para 19 vagas imediatas e 205 para formação de cadastro de reserva para Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Os salários variam de R$ 920,57 a R$ 4.243,82 (veja aqui o edital).

As vagas são para auxiliar administrativo, de nível médio; e para administrador, assessor jurídico, analista de sistemas, auditor, bibliotecário, contador, farmacêutico, jornalista, programador, revisor de textos e secretária executiva trilíngue, todos de nível superior.

As inscrições devem ser feitas no site www.quadrix.org.br das 10h de 12 de abril até as 12h do dia 31 de maio. A prova objetiva está prevista para ser aplicada no dia 13 de junho, nas cidades de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Recife.

Da redação do DIARIODENATAL.COM.BR

UFRN terá que pagar R$ 10 mil a estudante

Um caso claro de constrangimento na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) foi parar na Justiça. Um estudante da Guiné-Bissau que era perseguido por professor do curso de Direito processou a universidade por danos morais e a instituição foi condenada a pagar R$ 10 mil de indenização ao autor da ação, o africano Leonel Pereira João Quade.

Com o marcante sotaque dos nativos de países africanos de língua portuguesa, Leonel Pereira sempre foi alvo de brincadeiras entre os companheiros de curso devido à sua voz grave. O estudante, no entanto, levava as brincadeiras numa boa, e mantinha boa relação com os demais. Contudo, durante as aulas da disciplina de Procedimentos Especiais, o professor que ministrava as aulas supostamente teria má vontade para responder aos questionamentos de Leonel, alegando que não conseguia entender o que o aluno falava. Devido à forma ríspida com a qual se queixava das perguntas que vinham dos alunos, em especial do africano, o aluno autor da ação ficou intimidado para fazer perguntas durante a aula. Apesar disso, não ficou livre de piadas de mau gosto que partiam do professor e acabou reprovado na disciplina.

Leonel Quade procurou a direção da UFRN para relatar o fato e cobrar uma punição para o professor, mas a instituição disse que nada poderia fazer por não haver provas contundentes. O estudante acionou Justiça e processou instituição, pedindo R$ 27.900,00 de indenização por danos morais. O juiz federal substituto Fábio Luiz de Oliveira Bezerra, após análise dos fatos entendeu que a instituição não realizou uma razoável apuração dos fatos e atribuiu “intolerância e rispidez” por parte da instituição com a dificuldade do aluno em se fazer entender.

O magistrado decidiu condenar a UFRN ao pagamento de R$ 10 mil de indenização por danos morais ao estudante africano. No entanto, a universidade ainda pode recorrer da decisão.
Com informações do jornal Tribuna do Norte

Advogados alertam que fiador deve tomar muito cuidado ao assumir fiança

Quem nunca ouviu falar no velho ditado: “Amigos, amigos, negócios à parte?” Muitas pessoas enxergavam a frase apenas como um ditado popular até o dia em que entenderam o seu real sentido. Foi o que aconteceu com o comerciante Daniel Medeiros, ele emprestou seu cartão de crédito para que um amigo fizesse algumas compras e quase acabou com o nome sujo no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).

"Ele era meu amigo, me pediu para fazer umas compras no supermercado e numa loja de calçados. A justificativa que ele me deu foi que os cartões dele estavam todos com o limite de crédito estourado porque ele teve que comprar remédios para os filhos. Deixei ele usar na mesma hora; ele comprou à vontade. Mas na hora de pagar começou minha dor de cabeça", conta Daniel.

Quando uma pessoa utiliza seu nome para fazer compras para outra pessoa, ela está sendo seu fiador. A partir deste momento ela está obrigada legalmente a se responsabilizar pelas dívidas contraídas pela pessoa que adquiriu um bem ou serviço. De acordo com o advogado Lindemberg Lima, a empresa onde a compra foi efetuada tem o direito de cobrar de quem usou o nome para a compra.

"Quem emprestou o nome tem que se responsabilizar pelo pagamento. Se a pessoa que pediu emprestado não pagar pela dívida, a empresa vai fazer a cobrança a quem deu o nome. Por isso é preciso ter cuidado quando for emprestar seu nome a alguém, pois para a empresa é como se a compra tivesse sido feita por ela", alerta o advogado.

E foi exatamente o que aconteceu com o comerciante, que começou a receber cobranças em casa. "As lojas começaram a me ligar dizendo que eu precisava pagar e eu fui ficando desesperado, pois não tinha o dinheiro. Liguei para o meu “amigo” e ele disse que estava passando por problemas e não tinha o dinheiro. Tive que pedir emprestado e pagar a dívida para não ver meu nome no SPC", conta.

Segundo Lindemberg, qualquer empresa está legalmente amparada nesses casos e pode cobrar do fiador o pagamento da dívida. "A empresa está autorizada a fazer qualquer tipo de cobrança. Não há como o fiador comprovar que ele não efetuou a compra, pois para a empresa isso pouco importa: quem deu o nome foi quem comprou", afirma.

Caso o nome do fiador vá para o SPC, a única forma de voltar a ter crédito na praça é pagando a dívida. "Para tirar o nome do SPC só após cinco anos, ou três anos, em alguns casos, isso vai depender da espécie de dívida. Ou então, se o nome tiver ido parar lá indevidamente. De outra forma não há como retirar. Ou paga, ou paga", reforça o advogado.

Depois do problema, Daniel conta que aprendeu a lição e que emprestar o nome para outras pessoas, nem pensar. "Fiquei tão desconfiado que agora acho que não empresto nem para minha mãe se ela pedir (risos). Com certeza a amizade acabou e por um preço bem alto", comenta o comerciante.
O Mossoroense

RUBEM ALVES


Hoje quero convidar você a construir idéias através deste poema de Cecília Meireles e a leveza de raciocínio de Rubem Alves.


“No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro:
no canteiro, uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de uma borboleta.”





Metáfora: somos a borboleta. Nosso mundo, destino, um jardim. Resumo de uma utopia. Programa para uma política. Pois política é isto: a arte da jardinagem aplicada ao mundo inteiro. Todo político deveria ser jardineiro. Ou, quem sabe, o contrário: todo jardineiro deveria ser político. Pois existe apenas um programa político digno de consideração. E ele pode ser resumido nas palavras de Bachelard: “O universo tem, para além de todas as misérias, um destino de felicidade. O homem deve reencontrar o Paraíso.”

terça-feira, 6 de abril de 2010

Reflexão crítica sobre a credibilidade da grande mídia

Na Carta Maior, por Emir Sader*:
A decadência da imprensa brasileira
Nunca a imprensa esteve tão distante e contraposta à opinião do povo brasileiro. Daí seu isolamento e decadência, pelo menos sob sua forma atual.

A imprensa brasileira teve momentos da historia do país em que desempenhou papel determinante. Basta recordar o peso que teve nas mobilizações de desestabilização que levaram ao golpe de 1964, em que jornais como O Estado de Sao Paulo, a Tribuna da Imprensa, o Correio da Manhã, entre outros, tiveram o papel, pela primeira vez, de condutores ideológicos e políticos das forcas opositoras.

Setores da imprensa tiveram também um papel positivo, na campanha das diretas, quando outros tentavam esconder a amplitude do movimento e seu verdadeiro significado.

Assistimos hoje à decadência generalizada dessa mesma imprensa, que martela, cotidianamente, praticamente de forma total e monótona, ataques contra o governo Lula, logrando, no entanto, que apenas 5% da população rejeite o governo, enquanto mais de 80% o apóie. Nunca a imprensa brasileira esteve tão distante e contraposta à opinião do povo brasileiro. Daí seu isolamento e decadência, pelo menos sob sua forma atual.

As organizações Globo, que só possuiam um jornal, sem nenhuma importância, no Rio, antes do golpe, tiveram na ditadura sua grande alavanca, mas, ao mesmo tempo, o golpe insuperável de falta de credibilidade. Ficaram com a marca da ditadura, por mais que tentassem se reciclar, importando colunistas, usando a audiência da televisão para tentar conseguir mais público.

Atualmente dispõe de um trio que atenta contra qualquer credibilidade, que dá a tônica do jornal: Merval Pereira, Ali Kamel e Miriam Leitão. Todos os três se caracterizam por serem as vozes do dono, por sua postura propagandística, sem nenhum interesse no que dizem, nem brilho ou criatividade no que escrevem. São funcionários burocráticos da empresa, que exercem, da maneira que conseguem, seu burocrático papel de opositres, buscando catar supostas fraquezas do governo, que é seu único objetivo.

Nenhum tipo de análise, nenhuma nuance, nenhuma idéia. Para um jornal que precisaría desesperadamente de credibilidade, eles são um tiro no pé, uma confirmação da falta de credibilidade do jornal. O resto do jornal – das manchetes de primeira página às colunas de notícias – padece desse freio da rígida linha editorial, fazendo um jornal sem graça, sem interesse, sem repercussão.

No Rio de Janeiro, o conjunto dos órgãos da empresa, mesmo atuando fortemente a favor de algum candidato, perdem sempre. Lula ganhou nas duas últimas eleições no Rio; os Garotinhos, Sergio Cabral, Paes, mesmo Cesar Maia, se elegeram sem o apoio do jornal, que os atacava. Hoje, contra a vontade majoritária da grande maioria dos brasileiros, ficam de novo, acintosamente, na contramão da opinião do povo e do país, incluído claramente o povo do Rio de Janeiro, que sabe separar programas de diversão que lhe gosta ver, das inverdades que diz o jornal e os noticiários de rádio e televisão da Globo.


Diminuem sua tiragem, perdem público abertamente para a internet, para os jornais gratuitos, para os jornais populares vendidos. Melancolicamente, se arrasta o jornal, na fúria antilulista, sem repercussão política alguma.


O Estadão sempre foi o jornal conservador por excelência, com certa discrição, boa cobertura internacional, posições claramente direitistas. Conforme foi perdendo público para a FSP, que aparecia mais atraente para os jovens, mais ligada à oposicao à ditadura, tratou de rejuvenescer. Como jornal mais organicamente ligado às entidades empresariais, tem uma avaliação mais equilibrada da política econômica, valorizando seus avanços, no marco das críticas tradicionais do liberalismo dos “gastos excessivos do Estado”.


Além do papel do Estado na economia, suas maiores preocupações e críticas ao governo são na política internacional. Sua predileção, em tudo e por tudo, com os EUA, fica ferida com as alianças com os países do Sul do mundo e com os da América Latina em particular. A política externa soberana do Brasil os incomoda profundamente, transformando-se num dos temas mais usuais e violentos dos editorais.


O outro são os movimentos sociais, em particular o MST, que causa ojeriza ao Estadão, pela defesa intransigente do direito à propriedade privada, pilar do sistema capitalista. (O jornal foi praticamente o órgão oficial das passeatas de preparação do golpe de 64, na defesa da “liberdade, da família e da propriedade”, valores aos quais continua fiel.) A liberdade, que inclui centralmente a de “imprensa” (privada, diga-se), protagonizada pela SIP – Sociedade Interamericana de Prensa -, órgão da Guerra Fria, cenário a que o jornal, rançoso, ainda se sente apegado. Os editoriais, sempre, e atualmente Dora Kramer, são os momentos mais patéticos do jornal, saudoso da Guerra Fria.

A FSP é o jornal que mais teve oscilações de imagem. Era um jornal sem nenhum peso até o golpe e mesmo durante boa parte da ditadura militar. O Estadão era o grande jornal de São Paulo. A FSP apoiou ativamente a preparação do golpe militar, sua realização e a instauração da ditadura, cumpriu tudo o que a ditadura determinava, com noticiários que escondiam os sequestros, desaparecimentos, execuções, publicando as versões oficiais, emprestando carros da empresa para a Oban.

Foi ao longo dos anos 80, quando levou Claudio Abramo do Estadão, que a FSP, pela primeira vez, ganhou prestígio, buscando espaço próprio na oposição liberal à ditadura. Pretendeu ser o órgão da “sociedade civil” contra o “Estado autoritário”, conforme a ideología hegemônica na oposição, advinda da teoria do autoritarismo de FHC. (A FSP tirava, todo ano, uma foto no teto do seu prédio na Barão de Limeira, com os que ela consderava os representantes da “sociedade civil”, de empresários a líderes sindicais, como que para expresar físicamente esse vínculo organizado com os setores que se opunham, em graus distintos, à ditadura.)

Consolidou essa imagen emprestando suas páginas para uma certo pluralismo, com um cronista semanal – Florestan Fernandes, Marilena Chaui, entre os mais conhecidos – do PT, e distintos políticos, intelectuais e líderes sociais escrevendo na sua página de opinião.

Desde a eleição de FHC, entrou em decadência, perdendo totalmente a credibilidade que o diferenciava. Colunistas com vínculos pessoais com os tucanos, como Clovis Rossi, Eliane Catanhede, outros, decadentes, como Jânio de Freitas, se arrastam melancolicamente na decadência geral do jornal, o que mais despencou na tiragem e o que mais se transformou nas duas últimas décadas. O filho do Frias pai conduz o jornal pelo abismo da intranscendência e do rancor, se parecendo cada vez mais com a Tribuna da Imprensa da época de Carlos Lacerda.

A Veja se assume, grotescamente, como o Diario Oficial da extrema direita, com paquidermes como colunistas, sensacionlismo de capa, projetando-se como má espécie de bushismo brasileiro. Com dificuldade para conciliar sua imagem de revista de generalidades com esse papel de brucutu da imprensa nacional, foi perdendo aceleradamente tiragem, o que aumenta a crise financeira que levou a empresa a pendurar-se em capitais externos.

Poderia ser menos afetada pela crise generalizada da imprensa, por ser uma revista semanal. Mas a brutalidade da sua orientação política a fez incorporar-se de cheio nessa queda. Terá papel ainda mais truculento na campanha eleitoral, jogando tudo para tentar barra a vitória do governo, esperando-se os golpes mais sujos da campanha da empresa dos Civita.

No conjunto, o cenário da imprensa brasileira – com a única exceção da Carta Capital, entre as publicações diárias e semanais – é deprimente e decadente. Uma vitória de Dilma – que os apavora, seria ficar mais quatro ou oito anos nessa posição de dirigentes opositores -, trará dilemas difíceis para essas empresas. É possível que uma ou outra busque reciclar-se para adaptar-se a novos tempos, em que inclusive tem que contar com o fim de toda uma geração de políticos estreitamente associados a ela, como FHC, Serra, Jereissatti, etc. Isso, associado a uma intensificação da crise econômica das empresas, deve colocar dilemas cruciais para órgãos que assumiram atitudes suicidas, contra a vontade expressa da maioria do povo brasileiro e pagam preço caro por isso.
*Emir Sader é doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo, jornalista, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ. Publicou, entre outros, os livros O poder, cadê o poder? - ensaios para uma nova esquerda, A vingança da história e Século XX: uma biografia não autorizada.

Conae quer 50% dos recursos do pré-sal para educação

A informação é da Agência Brasil. A plenária final da Conferência Nacional de Educação sugeriu a destinação de 50% dos recursos obtidos a partir da extração do petróleo da camada pré-sal para a educação. Desse total, 30% ficariam com a União para investimento em educação profissional e superior e 70% com estados e municípios para aplicação na educação básica.
. O uso de recursos do pré-sal na educação foi a reivindicação mais importante de duas das principais entidades que representaram os estudantes na Conferência Nacional de Educação, que terminou ontem (1º). A União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasiliera de Estudantes Secundaristas (Ubes) esperam que a proposta não fique apenas no papel.
. “Não dá para acontecer com o pré-sal o que aconteceu com a borracha, com o ouro e o pau-brasil, bens que geraram muita riqueza, mas riquezas muito mal distribuídas. E para nós distribuir bem riqueza é investir em educação", afirmou o presidente da UBES, Ian Ivanovicht. "Também vamos seguir lutando por bandeiras históricas como eleição direta para diretor, maior financiamento do Estado nas universidades, ampliação das vagas nas universidades e fim do vestibular."
. A primeira diretora de políticas educacionais da UNE, Laís Gouveia, disse que a destinação de 50% dos recursos do pré-sal para educação é de fundamental importância para a entidade, além da reforma universitária e do aumento da participação dos estudantes na elaboração do Plano Nacional de Educação. "A gente quer fazer um PNE novo e que tenha participação de toda a sociedade."
. As propostas aprovadas na Conferência Nacional de Educação servirão de diretrizes para a construção do novo Plano Nacional de Educação (PNE), que irá vigorar de 2011 a 2020.

Petrobras contratará mais 8 mil funcionários; salários até R$ 5.685

Boa notícia para quem está procurando emprego. A Petrobras vai contratar 8,5 mil funcionários, até 2013, para suprir a demanda de mão de obra na construção e na ampliação de refinarias e para os projetos relacionados ao pré-sal. Entre os profissionais mais requisitados, serão selecionados engenheiros, geólogos, geofísicos e técnicos de nível médio de diversas áreas. Eles serão escolhidos via concurso público. Não há um cronograma definido para o preenchimento das vagas, mas os custos com o aumento de pessoal já constam no orçamento da companhia em 2010.

Segundo a empresa, os mais de 8 mil postos serão abertos conforme as necessidades de pessoal ao longo dos próximos quatro anos. Um dos concursos, com inscrições encerradas, já está em andamento. Nesse processo serão contratados 502 funcionários de níveis médio e superior com salários de R$ 1.647,19 a R$ 5.685,07. As provas serão em 25 de abril e 16 de maio.

Um estímulo para que novas seleções sejam abertas reside no fato de que a metade dos funcionários da Petobras tem pelo menos 20 anos de carreira e 40% deles estão em condições de requerer aposentadoria por tempo de serviço. A meta da estatal é chegar ao fim de 2013 com 64,5 mil empregados. Hoje, a estatal conta com 56 mil empregados.

Formação

A demanda por profissionais no setor petroquímico será ainda maior. Se considerada toda a cadeia do petróleo e gás, 285 mil vagas precisarão ser preenchidas até 2013 para fazer a exploração do pré-sal. Por ser uma demanda nova - o Brasil é um dos poucos países com extração em águas ultraprofundas -, não há quadros com a formação adequada. Sem tempo a perder, a Petrobras tomou a dianteira e, em 2008, capacitou 52.694 profissionais. No ano passado, 25.708 pessoas foram selecionadas para participar de cursos de formação e, até 2013, serão necessárias mais 207.643. A escolha dos trabalhadores será feita por seleção pública.

Do Correio Braziliense

Quatro universidades federais abrem inscrições; até R$ 7.333,67

Quatro universidades federais abriram na segunda-feira (5) 280 vagas para o cargo de professor. Do total, 108 são efetivas e 172 para o cargo de professor substituto, cujo contrato é de no máximo 24 meses. As remunerações variam de 2.762,36 a R$ 7.333,67.

Há chances para áreas como Comunicação Social, Biblioteconomia, Educação, Fonoaudiologia, Psicologia, Física, Química e Políticas Públicas, entre outras. Confira as oportunidades:

Universidade Federal do Pará
A Universidade Federal do Pará lançou quatro editais que oferecem, ao todo, 33 vagas para o cargo de professor da carreira do magistério superior. As remunerações variam de R$ 2.762,36 a R$ 7.333,67 em regime de dedicação exclusiva. Os aprovados também receberão auxílio alimentação no valor de R$ 304.

Os interessados podem se inscrever na página www.ceps.ufpa.br. Para a classe de professor adjunto, o prazo vai de 6 a 20 de abril. Para a classe de assistente, de 27 de abril a 11 de maio. Para a de auxiliar, de 18 de maio a 1 de junho. O valor da taxa varia de R$ 65 a R$ 100.

Há oportunidades nas áreas de Matemática, Física, Química, Fotografia Cinematográfica, Teoria Museológica, Planejamento Urbano e Regional, Estatística e Ciências da Computação, entre outras. As provas serão realizadas nos meses de abril, maio e junho.

O edital foi publicado na seção 3 do Diário Oficial da União, a partir da página 124.

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul abriu seis vagas para a carreira do magistério superior. Há oportunidades nas áreas de Comunicação Social, Biblioteconomia, Educação, Fonoaudiologia e Psicologia, entre outras. A remuneração inicial para o cargo de professor adjunto é de R$ 6.722,85 para uma carga horária de 40 horas por semana

Os interessados podem se inscrever entre 12 e 26 de abril na página www.ufrgs.br. A taxa de participação vai de R$ 110 a R$ 168.

Universidade Federal do Rio de Janeiro

A Universidade Federal do Rio de Janeiro lançou concurso público para o preenchimento de 172 vagas de professor substituto. Há oportunidades nas áreas de Química, Física, Matemática, Geociências, Medicina, Nutrição, Biologia e Educação Física, entre outras.

As inscrições deverão ser feitas pessoalmente, de 5 a 9 de abril, nas unidades da UFRJ que oferecem as vagas. Os endereços estão no edital de abertura do concurso, publicado na seção 3 do Diário Oficial da União, a partir da página 137. O contrato terá duração máxima de 24 meses. O edital não informa a remuneração.

Universidade Federal do ABC
A Universidade Federal do ABC (UFABC) lançou 29 editais que oferecem, ao todo, 69 vagas efetivas para o cargo de professor adjunto. Há oportunidades nas áreas de Saneamento Ambiental, Filosofia, Física, Economia, Bioengenharia, Microeletrônica, Química, Ciências Biológicas, Políticas Públicas e Engenharia de Gestão, entre outras.
A remuneração inicial é de R$ 6.722,84.

As inscrições custam R$ 168 e podem ser feitas de 5 de abril a 4 de maio por meio de ofício dirigido ao reitor da Universidade Federal do ABC via Sedex. O endereço é Fundação Universidade Federal do ABC - Secretaria de Concursos - Rua Catequese, nº 242, 10º andar - Bairro Jardim - Santo André (SP) - CEP: 09090-400.

As datas, horários e locais de realização das provas serão divulgados na página www.ufabc.edu.br. Os editais foram publicados na seção 3 do Diário Oficial da União, a partir da página 28.


Do CorreioWeb

Prefeitura do interior anuncia concurso com 117 vagas


A Prefeitura do Assu (RN), município localizado a 210 km da capital do estado, está com edital aberto para o concurso público que oferece 117 vagas para os níveis médio e superior nas áreas de educação e saúde. As inscrições poderão ser feitas no site da Consulplan, organizadora do concurso: www.consulplan.net.

Para o nível médio há vagas nos cargos de Agente Comunitário de Saúde (10) e Assistente Administrativo Educacional (17). Os candidatos com nível superior podem concorrer aos cargos de Inspetor Escolar (03), Nutricionista (01), Professor de Ciências (02), Professor de Educação Física (03), Professor de Educação Infantil ao Ensino Fundamental (70), Professor de Geografia (01), Professor de História (01), Professor de Inglês (02), Professor de Matemática (04) e Professor de Português (03).

Os interessados podem se inscrever pela Internet entre os dias 12/04 e 09/05 no site www.consulplan.net. Para fazer a inscrição presencialmente os candidatos poderão se dirigir à Central de Atendimento ao Candidato da Consulplan, localizada no Prédio da Biblioteca Virtual do Município do Assú/RN, situado na Rua Dr. Luis Carlos, nº. 1360, Bairro Dom Elizeu, que vai funcionar entre os dias 26/04 e 07/05 (nos dias úteis das 9h às 16h). As taxas de inscrição são de R$12 (ensino médio) e R$20 (ensino superior). Os vencimentos iniciais variam de R$674,82 a R$822,30 de acordo com a função exercida.

As provas estão previstas para o dia 13 de junho (domingo), com exames pela manhã e à tarde. Haverá também avaliação de títulos para os cargos de nível superior.

Da redação do DIARIODENATAL.COM.BR

Professores da rede estadual ganham direito a promoção

Quatro professoras da rede estadual de ensino conseguiram que a Justiça determinasse o Estado a integrar os autores no nível III do quadro permanente do magistério estadual, referido na Lei Complementar nº 322/2006.

A sentença, da 3ª Vara da Fazenda Pública de Natal, condenou ainda o Estado no pagamento, em favor das autoras, das correspondentes diferenças salariais, retroativas ao término do estágio probatório, devendo-se tomar como parâmetro o cargo de Professor CL-2 até o advento da LCE 322/2006, após o que se deve levar em conta o mencionado Nível III (P-NIII), acrescido de correção monetária e juros de mora.

Na ação, os autores alegaram que são professoras da rede estadual de ensino e possuem nível superior, entretanto quando tomaram posse, foram enquadrados na classe CL1. Informam que a classe CL 1 era para professores de grau médio, e que deveriam ter sido enquadrados na CL2.

Informam que com a Lei Complementar nº 322/06 devem passar para o Nível III. Assim, elas requereram que sejam enquadradas na CL2 desde a posse ou após o estágio probatório e indenização.

O Estado alegou que o direito das autoras teria sido prescrito. No mérito, pediu pela improcedência da pretensão. Quando analisou o caso, a juíza entendo que deve haver prescrição do fundo de direito com relação ao pedido de enquadramento das autoras desde a data da posse para a classe CL2, pois se refere ao anos de 2000 e 2001, portanto mais de cinco anos anteriores à propositura da ação. Isso porque o enquadramento é ato único e atinge o próprio fundo de direito.

No entanto, a magistrada entendeu (baseando-se em entendimento do STF e STJ) que o pedido de promoção vertical desde o término do estágio probatório se refere à prestação de trato sucessivo que se renova a cada mês, incidindo a prescrição somente quanto às parcelas não reclamadas antes do quinquênio que antecedeu a propositura da ação.

A juíza julgou o direito das autores tomando como base também o caput do art. 45 da Lei Complementar Estadual nº 049/1986, com a redação dada pela Lei Complementar Estadual nº 159/1998, que disciplina que após o cumprimento do estágio probatório, os professores e os especialistas de educação fazem jus à promoção vertical para a classe imediatamente superior, não havendo necessidade de preenchimento de qualquer outro requisito.

"No caso presente, os autores já cumpriram o período do estágio probatório, fazendo jus, portanto, à promoção pleiteada", decidiu.

De acordo com a sentença, a Lei Complementar Estadual nº 322/2006, que, em seu art. 59, assim dispõe: "Art. 59. Os titulares dos cargos de Professor, da Parte Permanente, do Quadro Funcional do Magistério Público Estadual, existentes até a publicação desta Lei Complementar, são enquadrados da seguinte forma: I -da Classe 1(CL-1), para o Nível I (P-NI); II -da Classe 2 (CL-2), para o Nível III (P-NIII); III -da Classe 3 (CL-3), para o Nível V (P-NV); IV -da Classe 4 (CL-4), para o Nível VI (P-NVI)".

Assim, conjugando-se o fato de as autoras terem reunido as condições para ser promovidas para a citada Classe 2 (CL-2) com amparo na lei acima, a juíza entende ser cristalino seu direito de ser enquadradas na LCE 322/2006 como integrante do Nível III (P-NIII), não sendo óbice, para tanto, as alegações do Estado referentes ao número de vagas e à adequação à Lei de Responsabilidade Fiscal, argumentos que apenas se relacionam com os institutos relativos à evolução funcional (promoção e progressão). (Processo nº 001.08.006455-9).
O Mossoroense

Blog do Prof. Ozamir Lima - Designer: Segundo Freitas