domingo, 27 de maio de 2012

A Procuradoria Geral da República e o Caixa 2 de Rosalba


Esta semana o mundo político do Rio Grande do Norte foi surpreendido com postagens de áudios em blogs e até no Youtube sobre um suposto Caixa 2 existente na campanha da hoje governadora Rosalba Ciarlini (DEM), quando de sua candidatura ao Senado em 2006. O assunto não havia ainda despertado interesse na mídia tradicional principalmente por parte da imprensa nacional.

Na última sexta-feira, no entanto, teve-se informação de que o jornal O Globo se interessou pelo material e andou procurando o jornalista Daniel Dantas Lemos, que mantém o blog De olho no discurso, e quem primeiro publicou os áudios. Até então, apenas o jornal online Brasil 247 e o jornalista Cláudio Humberto, em seu blog, haviam repercutido o assunto nacionalmente.

O Ministério Público confirmou, através de nota, as interceptações telefônicas, e que os áudiosforam remetidos ao procurador geral da República, a quem cabe, se for o caso,esclarecer os encaminhamentos ulteriores adotados, ressaltando, no entanto, que não partiu do órgão o vazamento das gravações. Detalhe: O caso foi arquivado em 2009 pela PGR (Procuradoria Geral da República ) sem o aprofundamento das investigações.

A secretária-geral do Democratas no Rio Grande do Norte, Fátima Lapenda, por sua vez, divulgou nota dizendo que "o então PFL-RN fez nas eleições de 2006 doações oficiais a todos os seus candidatos a deputado, que constava, inclusive, na prestação de contas junto ao TRE/RN", para justificar que não houve Caixa 2.

Tenho informação de que é com base no fato da Procuradoria Geral da República ter sentado sobre as operações Las Vegas e Monte Carlo, que envolve Carlinhos Cachoeira, amigo do senador Demóstenes Torres (sem partido - GO), que o Globo pretende dar o enfoque da matéria sobre o suposto Caixa 2 de Rosalba ocorrido nas eleições de 2006 e também arquivado pela PGR.

Na época o hoje presidente nacional do DEM, senador José Agripino Maia (RN), ainda era afinado com o senador Demóstenes Torres (GO), expulso do Democratas depois que vieram à tona as denúncias de seu envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira.

Se as forças ocultas não intervirem no jornal da família Marinho, é provável que a matéria sobre o Caixa 2 de Rosalba seja publicada esta semana. Caso contrário, é porque foi abortada.
Fonte:Nominuto

A evolução pela linguagem



Ciência Hoje Online:
Evolução? Mudança! 
A partir da falsa dicotomia língua primitiva X língua sofisticada, o linguista Sírio Possenti reflete sobre as adaptações da língua em diferentes sociedades, que adotam critérios próprios, de acordo com seu gosto e suas necessidades. 
. Durante algum tempo (no século 19, basicamente, mas é incrível como o tempo ideológico não passa!) acreditou-se que as línguas evoluem. Segundo o sentido mais comum da palavra, defendeu-se que haveria línguas primitivas, precárias (crença que ainda persiste em muitos domínios). Elas seriam faladas por sociedades também primitivas. Ambas evoluiriam, tornar-se-iam mais sofisticadas, adquiririam mais recursos, capazes de permitir a expressão de formas de pensamento mais complexas.
. A tese caiu por terra em decorrência de dois argumentos: a) a análise das línguas ditas primitivas por gente que sabia o que estava fazendo mostrou que não há línguas primitivas, se elas forem consideradas ‘em si’, isto é, objetivamente, e em cada um de seus subsistemas (fonologia, morfologia, sintaxe, semântica); b) a comparação com as línguas ditas civilizadas mostrou claramente que certos subsistemas (como o dos casos) são partilhados por línguas ditas de civilização e línguas ditas primitivas. Portanto...
. Na verdade, um terceiro argumento foi muito relevante: o latim e o grego, línguas altamente flexionais, sempre foram considerados exemplos de línguas ‘evoluídas’. Ora, essa avaliação deveria fazer com que o inglês fosse considerado ‘primitivo’, já que praticamente não tem flexões (poucas de número, nenhuma de gênero, pessoas verbais quase invariáveis etc.). Ora, considerada a ‘produção’ em inglês – literária, filosófica, científica etc. –, a tese é completamente insustentável. Portanto...
. Leia o texto na íntegra http://migre.me/9esCM

Mostra das profissões quer orientar alunos a escolher o curso de graduação


Publicação: 27/05/2012 10:00 Atualização:
O POTI
A Pró-reitoria de Graduação (PROGRAD) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) realiza, entre os dias 30 de maio e 1º de junho, a 4ª Mostra de Profissões, no Centro de Tecnologia (Setor IV), Campus Universitário.
O objetivo da mostra é ajudar os jovens que pretendem ingressar na UFRN a escolher o curso de graduação, baseados no conhecimento do perfil profissional de cada área.
Segundo Elizama Cunha, assessora da Pró-reitoria de Graduação, o público prioritário que a Mostra das Profissões pretende atingir não se resume aos alunos recém-saídos do ensino médio, mas também "todos os outros estudantes que queiram ou pensam em ingressar na Universidade".
A mostra é uma oportunidade de os futuros universitários conhecerem detalhes dos cursos oferecidos pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e, segundo a assessora da Prograd, é também "uma iniciativa de a universidade mostrar as novidades para a forma de ingresso na Instituição".
O evento contará com minipalestras ministradas por professores da UFRN, com a ajuda de alunos da instituição, numa troca de experiências entre os participantes. Está previsto, ainda, um tour pelo Campus Universitário e visitas a diversos espaços de aprendizagem.
Na última edição, 7.500 pessoas visitaram a mostra. Elizama Cunha acrescentou qual a expectativa em relação ao evento deste ano: "esperamos ultrapassar os 7.500 participantes da edição do ano passado, melhorando o vínculo entre os possíveis novos universitários com a Instituição, gerando assim um elo".
A Mostra das Profissões é uma realização da UFRN, através da PROGRAD, em parceria com todos os Centros Acadêmicos, com apoio da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) e da Comissão Permanente do Vestibular (Comperve).
Os interessados devem comparecer ao local das palestras no horário estabelecido, pois não é necessária inscrição prévia. Todo o evento será gratuito e toda a programação poderá ser conferida no site www.ufrn.br/mostradeprofissoes.

Ciência de ponta feita no RN

Marco Carvalho - repórter

O Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe/UFRN) vem se destacando em pesquisas realizadas e no seu quadro de servidores. Com um ano de inauguração recém completado, o ICe agora conta com o trabalho do professor Sandro José de Souza. Coordenador do projeto Genoma Humano do Câncer, Souza está na vanguarda do país em estudos relativos à bioinformática no Brasil. Área que envolve a biologia, medicina e informática, a bioinformática auxilia a leitura do genoma (DNA). A interpretação das "três bilhões de letrinhas" que formam um DNA, como Souza costuma explicar didaticamente, pode e já está trazendo diversos benefícios práticos. Segundo ele, em breve os médicos passarão a examinar o paciente prevendo a sua suscetibilidade para cada tipo de doença e tratamento. A bioinformática não está apenas relacionada à saúde, mas também outras áreas do conhecimento como agricultura, pecuária e biodiversidade.

Alex RégisSandro José de Souza, Professor e pesquisador do Instituto do Cérebro - UFRN: Da mesma forma que um médico faz uso de dados clínicos ou usa dados de um teste de hemograma, ele vai usar também a informação genética.Sandro José de Souza, Professor e pesquisador do Instituto do Cérebro - UFRN: Da mesma forma que um médico faz uso de dados clínicos ou usa dados de um teste de hemograma, ele vai usar também a informação genética.

Há pouco mais de um mês em Natal, o professor que possui pós-doutorado na universidade americana de Harvard concedeu entrevista à TRIBUNA DO NORTE. Para Sandro José de Souza, o Nordeste, e principalmente Natal, possui grande potencial para pesquisas e atuações práticas nessa área. Para isso, tem que ser superado o gargalo da bioinformática na região: a falta de profissionais qualificados. Confira a seguir a entrevista com o professor:

O que é a bioinformática e que importância ela assume hoje no contexto científico?

A bioinformática é a interface entre a biologia e a medicina com a área da computação. É a utilização de ferramentes computacionais para se entender melhor a biologia e a medicina. O termo é relativamente novo, começou a ser usado em 1990. Foi nessa época que teve início o projeto Genoma Humano. Com o volume de dados que eram gerados, surgiu a necessidade de se ter programas de computação para análise de todos os dados; não dava mais para ser feito manualmente. Hoje em dia, a bioinformática é um dos pilares de todas as ciências da vida e também um dos pilares da indústria da biotecnologia, que é uma das indústrias que mais cresce no mundo. Por que isso? Houve um grande desenvolvimento nas tecnologias de sequenciamento de DNA. O projeto Genoma Humano terminou em 2001 e custou 3 bilhões de dólares. Hoje, 10 anos depois, você faz a mesma coisa por menos de 3 mil dólares. Com a maior disponibilidade das tecnologias de sequenciamento, já temos milhares de genomas humanos sequenciados. Há 10 anos, havia dois. 

O que significa o "sequenciamento de genoma"? 

Significa conhecer o código genético da pessoa. Todos nós temos uma sequência genética. O genoma humano tem três bilhões dessas letras: A, C, T e G. Tudo na nossa vida, características, são influenciadas por dois fatores: a genética e o ambiente. Um dos desafios da comunidade científica hoje é descobrir qual o peso da genética em várias características das pessoas, como propensão a doenças. Então, se eu sei que tenho uma maior propensão a ter um ataque cardíaco, e isso dá para saber olhando para o genoma, vou mudar meus hábitos, vou ao médico com uma freqüência maior. Várias outras características estão relacionadas à genética.

Essa interpretação do genoma já acontece?

Poderia citar um exemplo: câncer de mama. Um dos fatores que é muito importante no diagnóstico desse tipo de câncer é o histórico familiar. Então, se uma jovem tem um histórica familiar de câncer de mama, hoje há testes genéticos que permitem dizer se existe um problema com aquela jovem. Isso é tão preditivo que muitas jovens fazem a mastectomia sem ter o câncer. A jovem opta por isso porque as chances de ter um tumor, que era de quase 100%, cai para praticamente zero. O que vai acontecer muito provavelmente em poucos anos? Da mesma forma que um médico faz uso de dados clínicos ou usa dados de um teste de hemograma, ele vai usar também a informação genética. Um outro caso que ilustra bem isso: para alguns tipos de tumor hoje, sabe-se que, se o paciente tem determinada alteração genética, determinado remédio não vai funcionar. Existe uma droga que ela é anticoagulante, que é muito importante quando você chegar em um hospital com suspeita de AVC, embolismo. Dependendo da sua genética, muda a dose do anticoagulante. Uma dose padrão pode não funcionar tão bem. Daqueles três bilhões de letrinhas que eu falei, é uma letrinha que vai dizer que vai dizer se você precisa tomar X daquela droga ou Y. 

Como o Brasil se encontra hoje na questão da bioinformática?

A bioinformática é o principal gargalo para o progresso das áreas de biologia e medicina. Digo isso porque existem poucos profissionais no mundo inteiro. E não é diferente no Brasil. A formação do bioinformata é muito ampla, precisa saber de computação, biologia, medicina. Especificamente no Brasil, a situação também é problemática, apesar de estarmos relativamente bem posicionados, comparados com aos vizinhos latino-americanos. Esse gargalo tende a piorar a partir do momento que todas essas tecnologias de sequenciamento de DNA passam a ser usadas de forma mais corriqueira. Hoje, já há máquinas de sequenciamento nos principais hospitais de São Paulo. A tendência é que isso se expanda e o gargalo piore. Precisamos investir bastante. 

Outras áreas além da medicina e biologia são influenciados pela bioinformática? 

As pesquisas valem para qualquer ser vivo. Se a gente sequencia o genoma das plantas e procura por características como resistência a seca, produtividade, existe um componente genético fortíssimo em tudo isso. Uma outra área que tem muito importância para o país é o biocombustível. Posso citar uma aplicação bastante concreta: uma questão crítica do biocombustível é degradar a biomassa que é produzida. Para essa degradação, há a necessidade de enzimas específicas. Existe na natureza vários organismos que degradam essa biomassa. Então, com o sequenciamento do genoma desses organismos, iremos procurar por essas enzimas que vão degradar a biomassa. Porque aí você produzir essas enzimas. Não há limite para essas tecnologias.

Que tipo de trabalho o senhor desenvolverá no Instituto do Cérebro?

Um dos objetivos é fortalecer essa área de bioinformática em Natal. No Nordeste existe um potencial muito grande para a bioinformática e, principalmente, em Natal. De maneira geral, a computação é muito forte no Nordeste. Você tem excelentes profissionais. Existem também excelentes grupos trabalhando em biologia, em medicina. Então, existe um potencial muito grande para ser desenvolvido. A bioinformática tem uma característica muito interessante que é a questão de infraestrutura, muito simples. Hoje em dia, os computadores estão baratos e se consegue montar uma estrutura boa com poucos recursos. Uma das ideias é fortalecer a bioinformática aqui no Nordeste, principalmente em questão de formações de recursos humanos. Natal tem todas as condições de se tornar uma referência em bioinformática para o Brasil e contribuir para a formação de recursos humanos. 

Outro objetivo diz respeito à relação com a neurociência. A bioinformática e a genômica são pilares de várias áreas, e neurociência não fica atrás disso. Um dos objetivos é fortalecer essa iniciativa toda de neurociências com um tipo de expertise que o grupo não tinha, e que agora o grupo tem. Acredito que esse expertise que minha vinda trás, vai contribuir de imediato para vários projetos em andamento. As perspectivas são fantásticas para o instituto como um todo e para mim, pessoalmente, como pesquisador. 

Como o Instituto do Cérebro é visto no Brasil?

Há uma reputação excelente não só no Brasil, mas no exterior também. Desde que fiz o concurso tive a oportunidade conversar com vários colaboradores internacionais e todos tem acompanhado o crescimento do Instituto do Cérebro com muito interesse. Principalmente pela qualidade dos profissionais que estão envolvidos, isso traz uma imagem para cá que não tem preço. Vejo muitos jovens pesquisadores com muito interesse em entrar aqui. A coisa está caminhando para uma instituição muito forte e com muito respeito. 

Como a sociedade passou a encarar a pesquisa que tem repercussão mundial?

A sociedade passou a ter uma percepção diferente após a aparição da palavra genoma. Im ponto muito importante é que a sociedade de maneira geral está carente de informações de qualidade. Uma função absolutamente crucial de um cientista é passar uma informação de qualidade para a sociedade.  Quase a totalidade da pesquisa feita no brasil é paga com dinheiro público, então pesquisadores precisam mostrar,  para quem está pagando, a importância disso. Precisamos mostrar que os investimentos são absolutamente cruciais para o país deslanchar. O sucesso de alguns daqueles projetos fez os cientistas perceberem que dá para ser competitivo. Às vezes a gente tem aquela sensação de que aqui no Brasil não daria para competir de igual para igual. O sucesso mostrou que dava para ser competitivo na fronteira do conhecimento e isso serviu para acordar a sociedade científica, que hoje é muito mais agressiva.

domingo, 20 de maio de 2012

SUGESTÕES DE LEITURA

MEMÓRIAS DE UMA GUERRA SUJA

Rogério Medeiros e Marcelo Neto,Editora Top Books.




CAPITALISMO E ESCRAVIDÃO


CAPITALISMO E ESCRAVIDÃO

Eric Williams, Editora companhia das letras

A cor da elite, artigo de Cristovam Buarque

A cor da elite – Cristovam Buarque.

Anos atrás, visitando o campus da UnB (Universidade de Brasília) com uma professora norte-americana, perguntei qual a diferença da paisagem arquitetônica do nosso campus para um campus nos EUA. Esperei que dissesse: “São parecidos”. Mas, depois de olhar ao redor, ela disse: “Não têm negros”. Respondi que no Brasil, como também nos EUA, os negros não têm boas escolas na educação de base. Ela perguntou: “Por que não adotam cota para negros, como nos EUA?”.

Na próxima semana, o Brasil completará 124 anos da abolição sem ter embaixadores negros. Atualmente há no Congresso Nacional apenas um senador negro e 43 deputados federais que assumiram serem afrodescendentes; temos apenas 2% de médicos, 10% de engenheiros e 1% de professores universitários que podem ser considerados negros. Os Estados Unidos já elegeram um presidente negro, mas o Brasil dificilmente terá um presidente negro nas próximas décadas.

Na semana passada, depois de nove anos de adotada pela UnB, as cotas raciais foram reconhecidas como legais pelo STF – Supremo Tribunal Federal. Nesse período, três mil alunos foram admitidos pela cota racial na UnB e mil concluíram seus cursos, graças ao ingresso usando as cotas. Todos os estudos mostram que esses alunos tiveram um desempenho, no mínimo, equivalente à média dos demais alunos. Isso se explica porque todos os alunos beneficiados pelas cotas são necessariamente aprovados no vestibular.

Apesar disso, por quase 20 anos, um intenso debate vem sendo feito entre os que são a favor e os que são contrários a esse sistema, porque até hoje não houve entendimento correto do instituto das cotas raciais e seu propósito, nem entre os favoráveis, nem entre os opositores.

Os opositores dizem, com razão, que este é um “jeitinho” equivocado, porque a verdadeira solução para resolver a desigualdade racial na universidade seria uma educação de base de qualidade para todos. Realmente a maneira correta de resolver esse problema é a educação de base com qualidade e igual para todos. Temos bons jogadores de futebol negros porque a bola é redonda para todos, mas nossas escolas são redondas apenas para os poucos que têm renda para cursar uma boa escola no ensino fundamental e no ensino médio. Mas fazer todas nossas escolas redondas, com qualidade, e dar resultado na mudança da cor da cara da elite serão necessários 20 anos. Isso se nós estivéssemos fazendo hoje o nosso dever de casa para mudar a educação. E não estamos.

Tanto os que são contrários às cotas raciais, quanto àqueles favoráveis, enfocam o assunto pelo lado individualista de oferecer uma escada social a um jovem negro. Continuam pensando que as cotas visam beneficiar o aluno que obtém a vaga. Não percebem o papel da cota racial como o caminho para o Brasil apresentar, com orgulho, uma sociedade com elite tão multirracial quanto seu povo.

A cota social beneficia o aluno, a cota racial beneficia o Brasil, possibilitando o ingresso de jovens negros na carreira profissional de nível superior. Certamente, jovens escolhidos entre aqueles de classe média, que concluíram o ensino médio e passaram no vestibular porque foram bem preparados em uma boa escola, portanto provavelmente não-pobres. Serão pessoalmente beneficiados, mas prestarão um serviço patriótico ao ajudarem, pelo estudo, a mudar a cor da cara da elite brasileira.

A cota racial para a universidade nada tem a ver com a cota social. Esta atenderia jovens pobres para compensá-los pelo que lhes negamos na infância. É um benefício justo; a cota racial não é um assunto de justiça, é um assunto de dignidade nacional; não é social, é patriótica.

Os que lutam pela cota racial nas universidades não lutam pela erradicação do analfabetismo entre adultos negros, nem para que os negros pobres tenham escolas com a mesma qualidade dos ricos brancos. E aqueles que defendem as cotas sociais no lugar das raciais não defendem cotas sociais no ensino fundamental e médio, nos colégios federais e mesmo nas escolas particulares de qualidade. Esta sim seria cota social. A cota social na Educação de Base nunca atraiu os defensores da cota racial nem aqueles que se opõem a ela e que usam a ideia de social contra a de racial. Os que defendem cotas sociais para as universidades, ao invés das cotas raciais, provavelmente ficarão contra as cotas sociais nas boas escolas da educação de base, obrigando as escolas caras a receberem alunos pobres, sem mensalidade ou com uma bolsa do tipo Prouni.

BELEZA

Estudo aponta RN líder em evasão



Fonte: Tribuna do Norte - 19 de maio de 2012
Roberto Lucena - repórter
O Rio Grande do Norte é o Estado com o maior índice de abandono escolar do país. Ano passado, 19,3% dos alunos matriculados no ensino médio, público e privado,  abandonaram a sala de aula antes de concluírem os estudos. Greves, falta de professores e conteúdo programático desinteressante para a classe estudantil são alguns dos fatores apontados por gestores e especialistas da área que podem explicar a posição no ranking. Além do abandono escolar, o RN é destaque no índice de reprovação. Nesse quesito, no mesmo período, o percentual foi de apenas 8% - o quinto menor do Brasil.
Os dados fazem parte do Censo Escolar 2011 que foi divulgado, essa semana, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O estudo é utilizado pelo Ministério da Educação (MEC) para formulação de políticas e programas. De acordo com a titular da secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seec), Betânia Ramalho, o resultado servirá como norteador de futuras ações. “Uma das nossas tarefas é ter controle e conhecimento da situação real do nosso ensino. O Censo revela muitos detalhes que vão nos auxiliar na administração. Temos que correr atrás do prejuízo”, colocou.
Em 2010, a taxa de abandono escolar no RN, do ensino médio, foi de 17,3%. Para a secretária, o aumento desse percentual, no ano passado, pode ser explicado por dois fatores: greve e currículo escolar. “Tivemos várias greves, uma em cima da outra, que trouxeram um prejuízo imensurável para a sociedade. O aluno simplesmente abandonou a escola porque não havia o que fazer nela. Além disso, é preciso analisar o currículo das escolas. Muitos alunos não se sentem atraídos pelo o que é oferecido e preferem seguir outros rumos”.
A coordenadora pedagógica e diretora do Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE), Cláudia Santa Rosa, afirmou que é preciso cautela ao analisar os números. “Ainda não estudei os números do Censo. É preciso um estudo mais aprofundado para saber quais os motivos para essa evasão tão grande”, disse. A professora disse ainda que a estrutura do ensino médio ofertada pelo Estado pode explicar, em partes, a evasão escolar. “Como se interessar por uma escola sem o quadro completo dos professores? O aluno fica em dúvidas se vale a pena estar dentro de sala”.
Com relação ao índice de reprovação, o RN é o quinto Estado com a melhor pontuação, 8%. O ranking é liderado pelo Amazonas (6%), seguido do Ceará (6,7%), Santa Catarina (7,5%) e Paraíba (7,7%). Para Cláudia, é preciso cruzar os dados para deslumbrar a realidade do quadro. “Muitos alunos abandonam a escola antes de serem reprovados. Estão num ano complicado, com notas baixas, sem aulas, então desistem de prosseguir antes mesmo da reprovação”. Segundo o Inep, a média de reprovação do país subiu nos últimos anos e hoje a taxa é de 13,1%.
Para alguns, a baixa reprovação pode ser sinal de que há uma avaliação mal feita pelos professores. Imagina-se que o docente aprova o aluno mesmo que não haja aprendizado de fato.  Betânia Ramalho discorda da ideia. “Estou sempre do lado dos professores. Eles são responsáveis e criteriosos. Acontece que os alunos que não desistem, que permanecem em sala de aula, têm um objetivo de vida e lutam para isso”. No entanto, a secretária reconhece que as avaliações nem sempre podem ser reconhecidas como parâmetro confiáveis. “O ensino não chega a níveis de excelência. Temos as avaliações para um diagnóstico. Não se pode supervalorizar os números”.
Na outra ponta do estudo, os Estados com os maiores percentuais de reprovação são: Rio Grande do Sul (20,7%), Rio de Janeiro (18,5%) e Distrito Federal (18,5%), Espírito Santo (18,4%) e Mato Grosso (18,2%). O Censo Escolar traz ainda a taxa de aprovação. Santa Catarina, com 84,5%, Amazonas com 83,6% e Ceará com 81,8% são os Estados mais bem posicionados. O Rio Grande do Norte, nesse quesito, tem taxa de 72,7%.
Seec aposta na volta dos alunos
Em posse dos números do último Censo Escolar, a secretária Betânia Ramalho pretende implantar programas que revertam o quadro de abandono das salas de aulas pelos alunos. Nos próximos dias, a Seec deve lançar a segunda etapa do projeto “Conquista RN” realizado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. “É uma tentativa de chamar aqueles alunos que não terminaram o ensino médio. Eles podem, em 18 meses, encerrar essa etapa do ensino”, explicou.

Para Cláudia Santa Rosa, a iniciativa é um paliativo que não resolve o problema por inteiro. Segundo a professora, há vários incentivos em todo país para que o aluno permaneça na escola, mas , mesmo assim, os números não são favoráveis. “A escola é pouco atrativa. É preciso alterar o projeto pedagógico para que o jovem tenha desejo de permanecer estudando. Só com qualidade é que mudaremos os índices. E isso deve ser feito pelo Poder Público. O desafio é da gestão pública. Todos nós pagamos pela educação e queremos que ela aconteça com qualidade”, pontuou.
A secretária de Educação criticou a posição dos professores com relação à greve e acredita que os números poderiam ser diferentes caso não houvesse tantas paralisações. “Enquanto houve um aumento na taxa de reprovação na maioria dos Estados, o RN conquistou um bom resultado, apesar da greve nefasta que enfrentamos no ano passado. Embora não tenha influenciado decisivamente o número de reprovações, é preciso ressaltar que a greve causou sérios efeitos na taxa de abandono escolar”. Até hoje, segundo Betânia, a Seec contabiliza os prejuízos causados pela última greve.
O projeto “Conquista RN”, segundo a secretária, já é realizado em algumas escolas, especialmente no período noturno. Nas aulas, são utilizados material didático diferente bem como o uso de técnicas audiovisuais de ensino. “Vamos inaugurar a segunda etapa do projeto em breve. No total, teremos 40 salas de aula com esse projeto”.


Docentes debatem experiências do ensino médio


Evento em Brasília reúne educadores de todo o país para discutir o ensino médio e selecionar experiências voltadas para o currículo escolar. O Seminário Nacional do Ensino Médio, promovido pelo Ministério da Educação, acontece de 26 a 28 de junho. As inscrições para as escolas de ensino médio terminam sexta-feira, 25 de maio.
Organização do trabalho pedagógico será um dos temas do encontro sobre currículo escolar
Durante os dois dias do encontro os participantes discutirão temas como: Ensino noturno, educação no campo; organização do trabalho pedagógico envolvendo a dimensão trabalho, educação profissional no ensino médio e a articulação das dimensões trabalho, ciência, tecnologia e cultura na organização do projeto pedagógico.
Os trabalhos a serem apresentados durante o evento deverão ser encaminhados pela escola, via e-mail para o endereço eletrônico coem@mec.gov.br, com cópia para mariapinheiro@mec.gov.br, devendo ser preenchido no local do assunto: encaminhamento de inscrição - nome da escola, município e estado, anexando o resumo da apresentação e o formulário.
No ato da inscrição, a escola também deverá indicar os representantes responsáveis pela apresentação do trabalho, como também o tema a que se refere o trabalho e o resumo da experiência do estabelecimento de ensino.
Caberá a coordenação do ensino do MEC a seleção das escolas que participarão das oficinas pedagógicas, em Brasília. As oficinas, onde as escolas mostrarão as suas experiências exitosas, acontecerão nos dias 26 e 27 de junho.
O encontro vai selecionar experiências sobre organização do currículo escolar e projeto político-pedagógico desenvolvidos em escolas do ensino médio com vistas a apresentação de propostas e praticas educativas e trocas de conhecimentos envolvendo a articulação de aspectos relacionados ao trabalho educativo.
Mais informações sobre o Seminário Nacional do Ensino Médio podem ser obtidas na subcoordenadoria do ensino médio da Secretaria de Estado da Educação e da Cultura (Seec-RN) - fone 32321430 e 1434

TN

quinta-feira, 3 de maio de 2012

MANCHETES DE JORNAIS DE HOJE


- TribunadoNorte: Crise na rede de saúde derruba Domício Arruda

- Globo: Ex-delegado confessa crimes da ditadura

- JornaldoBrasil: Deputada [Janira Rocha] chama Cabral e secretários de 'tropa de vermes'

- O Dia: Lei Seca dá multa até para ciclista

- Extra: Vasco vence o Lanús, mas Cristóvão sai vaiado

- Folha: Só as futuras poupanças devem ter regras alteradas

- Estadão: Blindagem do PT cai e Delta terá investigação ampliada

- JornaldaTarde: Shoppings disputam vendas do Dia das Mães com prêmios

- ValorEconômico: Importações em queda apontam recuperação

- Estado de Minas: Procurador-Geral da República anuncia que não via depor sobre investigações

- CorreioBraziliense: CPI quebra sigilos e convoca Cachoeira

- Zero Hora: Avança ideia de tornar crime cheque-caução cobrado em hospitais

- CorreiodaBahia: Feirão: imóveis com parcelas de R$ 500

- TribunadaBahia: Fazendeiros perdem direito às terras na reserva dos Pataxós

- DiáriodoNordeste: Estado e União questionam dados da dengue na Capital

- O Povo: TCE mantém Teodorico Menezes afastado

- DiáriodePernambuco: Miami mais barato que Boa Viagem

- JornaldoCommércio:  Nova previdência do servidor em 180 dias


-JornaldaParaíba: Dilma sanciona lei que limita direito de servidor

quarta-feira, 2 de maio de 2012

A lei não pegou. Professores da maioria dos Estados não conseguem receber o piso nacional.

Paulo Peres
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) aponta que 17 estados não cumprem o valor do piso nacional do magistério, definido em R$ 1.451 para 2012. Segundo os sindicatos, algumas secretarias de Educação estão divulgando valores que se referem à remuneração total, ao invés não do piso.
De acordo com o CNTE, apenas São Paulo, Pernambuco, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Goiás e o Distrito Federal pagam aos seus professores o piso nacional definido por lei.
Aprovada em 2008, a Lei do Piso estabeleceu uma remuneração mínima que deve ser paga aos professores com formação em nível médio e que atuam em escola pública com jornada semanal de 40 horas.
A CNTE adverte que os estados devem cumprir um outro dispositivo da Lei do Piso, o qual “determina que um terço da jornada do professor deverá ser reservada para atividades extraclasse”.
Os dados dos sindicatos contradizem as informações divulgadas pelas secretarias de Educação. Uma das divergências é o entendimento do conceito de piso. De acordo com a lei, o valor do piso refere-se apenas ao vencimento inicial e não pode incluir outras gratificações que compõem a remuneração total. Assim, ao que parece, essa é uma lei do tipo vacina, que infelizmente não “pegou” na maioria dos Estados.
 
Enviado por Nuremberg Ferreira

Prioridade absoluta para as leis que protegem a infância do abuso e da violência sexual

Em artigo, Márcia Acioli, assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), discorre sobre a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que livrou um homem da responsabilidade pelo estupro de três meninas de 12 anos. “A posição da ministra reflete insensibilidade e profundo desprezo pelas legislações. Não sabe ela que crianças não se prostituem, mas são capturadas pelo mercado perverso do sexo”. E conclui: “as crianças vítimas da violência devem ter atenção adequada e em tempo hábil para atender às suas demandas. Os autores da violência devem ser imediatamente responsabilizados. E a sociedade inteira deve ser educada para entender definitivamente que crianças e adolescentes são pessoas que, em situação peculiar de desenvolvimento, são prioridade absoluta - pelo menos, no texto da lei”.

Benefícios da aplicação da tecnologia na educação

As novas tecnologias são entendidas por educadores e demais profissionais da área como um importante papel na transformação e difusão do conhecimento, assim como na mudança cultural, pois passaram a exercer uma enorme influência na sociedade sendo ferramentas essenciais e indispensáveis à educação. No entanto, a Diretora do Núcleo de Produção de Conteúdo e Inovações Tecnológicas da Anhanguera Educacional, Carina Alves, revela em artigo que "mesmo com tantos recursos, o que se percebe ainda são discretos e isolados movimentos de uso das novas tecnologias em contextos escolares e em sua grande maioria concentrado no Ensino Superior devido ao avanço da Educação a Distância". Para ela, a educação sofrerá pressão social, cultural e econômica, sinalizando uma necessidade emergente de mudança no atendimento das demandas das novas gerações. Fonte: Brasil Econômico

Blog do Prof. Ozamir Lima - Designer: Segundo Freitas