segunda-feira, 20 de agosto de 2007

TERMINA GREVE, MAS OS PROBLEMAS DA EDUCAÇÃO CONTINUAM

Publico na íntegra matéria veiculada pelo jornal de hoje, sobre o fim da greve e os problemas que continuam afetando o ensino público em nosso estado.

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"A greve acabou, mas os problemas da educação continuam". Esta frase é de Thiago Modale, aluno do segundo ano da Escola Estadual Castro Alves, que não acredita mais no ensino público da forma como ele é administrado. A afirmação dele baseia-se na realidade que o aluno da escola pública enfrenta hoje, ou seja, aulas insuficientes sem greve e mais deficientes ainda com greve.
Mesmo com o fim da paralisação, que durou quase 40 dias, alguns alunos continuaram sem aula e quem foi para escola encontrou poucos colegas em sala. Thiago Modale teria aula de matemática na manhã de hoje, no entanto, a sua turma estava sem professor, obrigando os alunos a permanecerem nos corredores.
Ele revela que no período da greve poucos professores compareceram à escola e que, antes do movimento ter início, os alunos já enfrentavam problemas com o ensino. "Aqui falta muito professor, é comum não ter aula. Agora, depois da greve, quero ver se eles irão repor esse tempo parado. Acho difícil, porque com aula normal eles não aparecem. Normalmente, quando há greve eles passam muito trabalho, o que não é igual a ter uma aula normal. Nessa história sei que o professor perde, mas o aluno perde muito mais, pois a greve acaba, mas os problemas na educação continuam", diz Thiago Modale.
Outro aluno, Felipe Silva diz que ficar no corredor é rotina em sua escola e pela sua experiência com greves passadas, essas aulas não serão repostas. Ele disse que alguns de seus professores estão insatisfeitos com a Secretaria Estadual de Educação, o que pode prejudicar ainda mais o andamento do ensino. "O professor não é muito comprometido com o estudante. Sei que existem aqueles que sempre comparecem e se preocupam, mas há também o que não está nem aí. Duvido que até o fim deste ano tenhamos essas aulas, digo aula de verdade", ressalta Felipe.
A diretora da Escola Estadual Castro Alves, Ana Lúcia, diz que os professores compareceram na manhã de hoje, com exceção de dois - um adoeceu e outro não havia justificado até o fim da manhã -, mas reconhece que a escola enfrenta dificuldades com relação ao número de professores. Ela revela que pela manhã a situação é contornável, entretanto, no período da tarde a escola conta com apenas 4 professores, sendo que 3 destes são estagiários e provavelmente não irão mais. "Já notificamos a Secretaria de Educação, fomos lá em comissão composta por professores e alunos. A tarde só teremos química, educação física e história. A reposta da Secretaria informava que assim que esses novos professores fossem chamados seriam encaminhadas à escola. Daí começou a greve, o mês de agosto, retorno das aulas e até o momento nada de concreto", enfatiza a diretora.
Com relação ao pouco número de alunos presente em algumas salas de aula, a diretora justifica dizendo que em dias de chuva é comum isso acontecer e, além disso, alguns alunos podem ainda não estar acreditando no fim da paralisação. "Houve uma quebra no ritmo deles, pois muitos estavam sem aula. Acredito que no decorrer da semana eles começarão a vir. Ao menos os professores estão vindo dar as aulas. A reposição será discutida com a comunidade, para que seja feita da melhor forma possível, como ficou acordado com o Sindicato", diz Ana Lúcia, diretora do Castro Alves.
Na última negociação, alguns pontos acordados entre Governo e categoria garantem a reposição das aulas, cumprindo os 200 dias letivos, com "aulas de qualidade" e "ensino público de qualidade" como afirmou por diversas vezes a secretária Ana Cristina Cabral e os dirigentes sindicais do Sinte/RN, durante o movimento grevista. Além disso, a Secretaria prometeu a nomeação de 309 novos professores aprovados no último concurso, além dos 412 que já receberam o mês de junho, o que sanaria o problema da falta de professores. (L D)

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