segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Chegada ao Brasil dos carros "superpopulares" pode inviabilizar trânsito nas grandes cidades

No Dia Mundial Sem Carro, olha a notícia que chega pelo Portal Terra. Carros "superpopulares", fabricados na China e na Índia, podem estar chegando ao Brasil. E com eles o "apagão" do trânsito nas cidades maiores.

Em seus países de origem, os automóveis custam entre R$ 5 mil e R$ 7 mil - preço de uma motocicleta. "A entrada massiva de veículos desse tipo e a falta de investimentos no transporte público significam acelerar em direção ao suícidio. Com esses veículos, agravariam-se as condições de circulação, indo na contramão de tudo o que se discute", diz Dario Lopes, professor de projeto urbano da Universidade Mackenzie.

Hoje, o carro mais barato vendido no Brasil é o Uno Mille, da Fiat, pouco acima dos R$ 22 mil. A chinesa Cherry fabrica em seu país, o "QQ", ao preço final de R$ 7 mil. No começo de 2008 a fabricante indiana Tata pretende mostrar seu carrinho de baixo custo, que custará em torno de R$ 5 mil. Está nos planos da empresa trazer o veículo ao Brasil.

A Renault, em parceria com a Nissan, planeja também para o Brasil um veículo em torno de R$ 6 mil. Esses preços, praticados lá fora, devem chegar inflacionados, mas ainda abaixo dos carros populares que são vendidos hoje no País.

"O crescimento da frota na taxa de 4% ou 5% ao ano faz com que não haja mais espaço para tantos veículos", diz Carlos Alberto Bandeira Guimarães, professor da área de Transportes da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Guimarães afirma que a chegada dos veículos indianos e chineses é preocupante. "Isso pode fazer com que aumente a taxa de motorização da população. Grandes cidades como São Paulo e Campinas têm hoje um carro para cada dois habitantes. A média nacional é um carro para nove habitantes", diz.

De acordo com o professor, esse tipo de veículo reforça a idéia do transporte individual. "Não há outro jeito. O que precisa ser priorizado é o transporte coletivo", afirma.

Heloisa Martins, gestora da gerência de segurança de trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, levanta um outro problema. "Isso pode agravar ainda mais a péssima qualidade do ar".

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