domingo, 4 de novembro de 2007

BOM DIA!

As mulheres que quero

Lívio Oliveira


Não quero mulheres em preto-e-branco,

nem em cinza.

Quero mulheres a cores,

mulheres com o brilho

das manhãs de sol

de Tabatinga

ou de Honolulu.

Mulheres que deitam

e dormem, de repente,

não se doam,

doem-se,

doença do tédio.



Quero as mulheres verdes,

mulheres cor de rosa,

mulheres azuis,

como o céu do sertão

do Cauaçu.


Quero a mulher que vibra,

a mulher com tremores,

a mulher sem pudores,

a mulher que me crava os dentes,

aquela que parte suas unhas

nas minhas costas.


Quero a mulher vital,

a fatal também,

mas mulher de tentos

e de tetas suculentas.


Quero a mulher-mistério,

a mulher que ri,

mas que guarda sempre

um ar de interrogação

e um segredo de mim.


Não aceito as mulheres

que não seduzem,

mulheres sem glamour,

mulheres sem fantasias,

mulheres sem música,

sem poesia,

sem uma gula impudica

que contamine

de desejo

todo ser amante.


Quero as mulheres

que não sejam só cérebro,

mas coxas entreabertas,

seios em órbita,

lábios em rosa,

coração explodindo,

champagne que explode

sobre seu corpo

e o meu.

Quero mulheres,

urgentemente as quero,

aquelas que me ninem,

como no primeiro dia,

que afaguem os meus cabelos,

que me façam dormir,

que me dêem o seu leite,

que me derramem seu vinho,

alimentando-me, loucamente,

de paixão.


Quero mulheres de sangue,

mulheres de luta,

mulheres que gritem

e façam irromper, no ar,

a força do seus sonhos,

dos seus vícios,

desejos, todos.



Quero as mulheres

que amem as artes,

que odeiem o dinheiro,

mulheres supérfluas,

mulheres manhosas,

como gatas no cio.


Quero as mulheres

vivas,

loucas,

apaixonadas,

prontas para o escândalo

do amor.

Quero-as, todas,

desesperadamente.

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