sábado, 12 de janeiro de 2008

O fiasco dos institutos de pesquisa

Não foram as lágrimas derramadas na véspera que deram a vitória a Hillary Clinton em New Hampshire. O adversário, Barack Obama, não cometeu nenhum erro, seguiu a mesma estratégia empregada com sucesso dias antes no Iowa: explorou o seu carisma.


Quem errou – e errou feio – foram os institutos de pesquisa. “O eleitorado nos deu uma surra”, disse um especialista em sondagens eleitorais, completando em tom de pilhéria: “A culpa foi dos eleitores”.


Fiasco histórico: as pesquisas apontavam uma vitória de Obama por nove pontos e Hillary teve a vantagem de três. O Globo de quinta-feira (10/1) foi o único dos três jornalões a valorizar o erro das previsões. A Folha de S. Paulo, que tem um instituto de pesquisas, o Datafolha, passou ao largo: falar em vulnerabilidade das previsões não seria de bom-tom. O Estadão tocou no ponto central, embora sem destaque: o entusiasmo da mídia influenciou os pesquisadores que não levaram em conta que o eleitorado de Obama é jovem e imprevisível.


Não é só no Brasil que os jornais e jornalistas torcem em favor de um candidato. O que se viu agora é que esta torcida pode ser ilusória. Em vez de ajudar, prejudica.

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