sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

CHICO MENDES É ANISTIADO PELA UNIÃO 20 ANOS APÓS SUA MORTE

O ex-líder seringueiro e ativista ambiental Chico Mendes recebeu oficialmente ontem, 20 anos depois de ser assassinado, o perdão do Estado brasileiro e foi anistiado pela perseguição sofrida durante a ditadura militar (1964-1985).Assassinado em 22 de dezembro de 1988 na porta de sua casa, em Xapuri, quando o Brasil já havia deixado para trás 21 anos de governo militar e tinha uma nova Constituição, promulgada dois meses antes, Chico foi perseguido entre os anos de 1980 e 1984 por suas atividades sindicais e pelo ideal de preservação da Amazônia.Ele foi enquadrado na Lei de Segurança Nacional em fevereiro de 1981, acusado de "incitar atentado contra a paz, a prosperidade e a harmonia entre as classes sociais", e chegou a ser detido algumas vezes.Para o ministro da Justiça, Tarso Genro, que participou do julgamento, é impossível dissociar a perseguição que o ex-seringueiro sofreu, durante a ditadura, com sua morte, ocorrida em tempos de democracia."Indiretamente, seu assassinato estava relacionado com isso." Para Tarso, "o Estado brasileiro não soube compreender tudo o que ele representava naquele momento".A sessão foi acompanhada pelo governador do Acre, Binho Marques (PT), pelos dois filhos de Chico Mendes e pela viúva, Ilzamar, além de amigos e membros de movimentos sociais. Ilzamar foi quem encaminhou o pedido de reparação à Comissão de Anistia em 2005.Em decisão unânime, a comissão concedeu à viúva indenização de R$ 337,8 mil, além do direito de receber pensão vitalícia no valor de R$ 3.000.Dois anos depois do assassinato de Mendes, os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves da Silva foram condenados pelo crime a 19 anos de prisão."

(Folha de São Paulo)

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