quarta-feira, 16 de setembro de 2009

As lições que eu aprendi no Mobral

José Adalberto Ribeiro
Analfabeto de nascença, eu obtive o diploma do Mobral, modéstia à parte, e depois fiz um curso de aprendiz de cozinheiro de notícias, numa escola de gastronomia, para aprender a profissão de jornalista, como diria o doutor Gilmar Mendes.

Aprendi no Mobral q a Ilha de Vera Cruz, depois chamada Terra de Santa Cruz, foi descoberta por Cabral no dia 22 de abril. Cabral vinha navegando e cantando e seguindo a canção dos marinheiros quando avistou o Monte Pascoal e de lá fez o “achamento” deste reino tropical. A marca registrada Brasil foi adotada séculos depois por ser mais apropriada ao nosso clima de corrupção.

Embarcadiço no reino de Portus Callis até avistar o Monte Pascoal, Cabral passou mais de três meses sem tomar banho de água doce. Tinha um fedor horroroso e se orgulhava da inhaca do poder. Por isso viajava por mares nunca dantes navegados à procura de namoradas q suportassem a sua catinga.

Nas minhas aulas de Mobral entendi q uma Nação se caracteriza pela existência de normas jurídicas, cultura, moeda e criaturas com um pouco de noção do q seja civilização. Nesta Ilha de Vera Cruz e depois Terra de Santa Cruz durante mais de três séculos, até 1800 e lá vai fumaça, mesmo depois de Independência, só existiam plantações de café, cana-de-açúcar, algodão, o principal comércio e a principal mão-de-obra eram os escravos.

Os colonizadores e os nativos mais vivaldinos roubavam ouro, madeiras e tudo o mais, além de extorquir a rafaméia em impostos. Os nativos roubavam entre si, os religiosos massacravam as crenças dos índios, os fazendeiros e os colonizadores estupravam e exploravam o sexo das índias e das nativas.

Ainda nos tempos modernos alguns sociólogos, tipo Gilberto de Melo Freire, tratam com floreios a exploração sexual praticada pelos donos de escravos e colonizadores contra as índias, negras e nativas. O mestre do açude de Apipucos possuía os dotes de glamourizar até a escravidão. Mas, é proibido questionar a obra “genial” do autor de Casa Grande & Senzala sob pena de ser esconjurado pelos intelectuais.

A Ilha de Vera Cruz ou Terra de Santa Cruz vingou durante séculos como uma “Plantation”, expressão inglesa, onde havia donos de gado e de gente. Ao contrário da Grécia, Egito, Japão, Itália, isto aqui não era uma nação, em termos de civilização. Era um acampamento quase selvagem onde imperava a lei do mundo cão.

O Brasil começou a ser descoberto, pouco a pouco, depois da Independência de faz-de-conta em 1822, decretada por Dão Pedro I. “Já podeis, da Pátria, filhos,/ ver contente a Mãe gentil/ já raiou a liberdade no horizonte do Brasil.//”. A liberdade raiou, mas a escravidão continuo até 1888 e milhares de negros morreram no pelourinho sob as vistas da Mãe Gentil.

Vocês estão lembrados de q Gutemberg inventou a geringonça para imprimir jornais nos idos de 1400 e qualquer coisa. Mas, a Imprensa só começou a existir no Brasil mais de 400 anos depois, em 1800 e uns trocados, por concessão de Dão João VI, quando a família real fugiu de Portugal com medo de Napoleão Bonaparte e veio ancorar no Brasil. Até então, livros e jornais eram proibidos, por serem considerados artefatos explosivos. De verdade, leituras às vezes explodem cabeças, para o bem e para o mal.

Antes de João VI também eram proibidos sites e blogs na Internet. Namorar via Skype com Web Can, nem pensar. O q seria de mim, Deus do céu?!

É falsa a informação de q João decretou em 1808 a abertura dos portos no Brasil, além do Reino de Portus Callis. Graças às minhas lições do Mobral soube q os portos sempre estiveram abertos para o tráfico de escravos, desde os tempos da Ilha de Vera Cruz. João VI quebrou o monopólio de Portugal e ampliou o comércio para as nações amigas da escravidão, a Inglaterra, no caso. Voltemos ao pós-sal.

A mina de petróleo localizada na plataforma marítima a 7 mil metros de profundidade fica depois de uma camada de sal. Portanto, deve ser chamada de pós-sal. A menos q o ponto de referência seja o centro da terra.

Sérgio Cabral, governador da capitania do Rio de Janeiro, reclama q o óleo de pedra do pós-sal pertence aos Estados do Sul e Sudeste. De jeito nenhum. A plataforma não é de nenhum Estado, é da República Federativa do Brasil, do Acre ao Rio Grande do Sul.

Quando eu crescer e for eleito governador de Pernambuco, feito Eduardo Campos, eu vou desafiar Sérgio Cabral para um duelo ou mostrar a ele q os cariocas podem ser donos da praia de Copacabana, mas não são donos do mar extra-territorial q se estende até 200 milhas náuticas ou 370 km além da costa.

Se o petróleo do pós-sal somente for explorado daqui a 15 ou 20 anos, aí são outros quinhentos depois do descobrimento.

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