quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Crescimento de 3,5% tira EUA da recessão

Estados Unidos registra o primeiro PIB positivo desde o segundo trimestre de 2008 e o maior dos últimos dois anos

A economia dos Estados Unidos saiu tecnicamente da recessão no terceiro trimestre, resultado de um aporte de US$ 787 bilhões do governo para evitar a depressão. O crescimento anualizado de 3,5% do PIB norte-americano é o primeiro desde o segundo trimestre de 2008 e o maior em dois anos. O consumo, que responde por cerca de 70% da atividade econômica, e os investimentos residenciais foram os principais motores do crescimento, impulsionados por programas de estímulo do governo como o "dinheiro por sucata" e de incentivo fiscal para a aquisição do primeiro imóvel.

Antes da expansão no terceiro trimestre, a economia dos EUA havia registrado contração por quatro trimestres consecutivos pela primeira vez desde a Grande Depressão, da década de 1930, ou em mais de 70 anos. No ano passado, a economia norte-americana registrou contração de 2,3%. Este ano, o PIB dos EUA caiu à taxa anualizada de 6,4% no primeiro trimestre e de 0,7% no segundo trimestre - em termos ajustados sazonalmente e ajustados a alterações dos preços.

O número divulgado nesta quinta-feira ainda vai passar por revisões e, embora esteja sendo considerado o sinal do fim da recessão, a palavra oficial sobre o encerramento do ciclo cabe ao Birô Nacional de Pesquisa Econômica (NBER, na sigla em inglês), que declarou o começo da recessão em dezembro de 2007.

O grupo privado ainda precisa anunciar a data do término da recessão. De qualquer forma, o PIB do terceiro trimestre tirou os mercados do limbo e revigorou as compras nas bolsas, ativou o apetite por risco, projetando euro e commodities em alta. Mas, provavelmente, após as comemorações, os investidores irão voltar-se à questão sobre a sustentabilidade do ritmo de crescimento, tendo em vista o fim dos programas que estimularam a economia no terceiro trimestre e o desafio do desemprego que continua elevado. Os economistas estimam que a taxa de desemprego deva chegar a 10%.

O programa "dinheiro por sucata", pelo qual o governo incentivou a troca de carros velhos por novos, terminou em agosto e o programa de US$ 8 bilhões de crédito fiscal para a compra do primeiro imóvel está prestes a expirar. Segundo o Departamento do Comércio, os gastos com consumo subiram 3,4% no terceiro trimestre, contribuindo com 2,36 pontos percentuais no crescimento.
O componente de investimento residencial registrou seu primeiro desempenho positivo desde o último trimestre de 2005. Os investimentos residenciais fixos saltaram 23,4% no terceiro trimestre, a maior alta desde 1986.

A presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, Christina Romer, disse que os esforços de estímulo do governo puxaram o crescimento, apontando para as projeções dos economistas do setor público e privado de que adicionaram entre três a quatro pontos percentuais ao crescimento real do PIB no terceiro trimestre.

Jornal do Comércio

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