sábado, 6 de março de 2010

Município de Tibau proíbe uso do capacete

Uma atitude da Câmara de Vereadores de chama atenção para uma questão que envolve o respeito às leis federais e a segurança no trânsito. O Projeto de Lei 026/10, de autoria do vereador Francisco Florêncio, o Chico Cem, determina que é proibido o uso do capacete por motociclistas no perímetro urbano do município de Tibau. O PL foi aprovado na última quarta-feira, 3, com maioria na casa legislativa.
Segundo o vereador Luís da Luz, o colega Chico Cem chegou à Câmara acompanhado de um grupo considerado de motociclistas protestando contra a obrigatoriedade do uso do capacete na cidade, que está sendo fiscalizado pela Polícia Militar local. "Eu sou contra a medida, mas, durante meu pronunciamento perguntei a maioria se aquilo era realmente importante, como todos confirmaram, então preferi não me opor a eles", disse Luís.
Para o vereador, outro fator que o fez votar a favor do Projeto de Lei é que ele não pode ter efeito contra a resolução 203 de 29 de setembro de 2006, do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) - que disciplina o uso de capacete para condutor e passageiro de motocicleta, motoneta, triciclo motorizado e quadriciclo motorizado - por se tratar de uma lei federal.
Embora Chico Cem caminhe contra alguns colegas, parte da opinião pública, o comando local da PM - garante manter a vigilância sobre os contraventores - e principalmente contra o CBT, ele garante que o PL não pode ser invalidado.
A justificativa do vereador é semelhante a de vários políticos do Estado que tentaram instituir essa lei em seus municípios: a violência. Para eles, com o capacete a polícia não tem como identificar os assaltantes e pistoleiros que atuam com frequência nesta parte do Estado.
"Estou agindo de acordo com a lei, respeitando a Constituição Federal de 1988", garante Chico Cem. Ele argumenta que, como a lei municipal estabelece que é proibido usar o capacete só no perímetro urbano, não há desrespeito a lei federal. "É só olhar os artigos 29 e 30 da Constituição", assegura.
De acordo com sua análise, como esses artigos decidem que compete aos municípios legislar sobre assuntos de interesse local e que o município reger-se-á por lei orgânica, então o Projeto de Lei é legal. "É competência do município suplementar as leis estaduais e municipais", afirma Chico Cem.
O vereador ainda deu como exemplo os concursos públicos. "Ora, no Brasil a carga horária de trabalho é superior a 40 horas semanais e nós aprovamos leis no município que institui uma carga horária de 30 horas semanais", sustenta-se.
Ele ainda reclama da postura da Polícia Militar, que, segundo ele, se mantém contra ao que foi aprovado no Legislativo. "Só quem pode questionar essa decisão é o judiciário", determina ainda alfinetando a PM: "Os policiais não estão aqui para criar leis ou ditar regras".
Chico disse também que o delegado que estiver em Tibau precisar seguir essa Lei. "Se ele quiser fiscalizar, faça isso na RN e fora do perímetro urbano", concluiu o vereador.
Na próxima quarta-feira, 10, haverá nova reunião no município, dessa vez com o comando da PM para esclarecer qualquer dúvida sobre o fato.

O desrespeito a Lei Federal está em grande parte do Oeste


A utilização de leis municipais para desobrigar leis federais não é uma particularidade apenas de Tibau. Em vários outros municípios do Oeste os vereadores já se reuniram para discutir a proibição do uso do capacete pelos motociclistas.
Em Caraúbas e praticamente os 14 municípios cobertos pela 7ª Regional de Polícia Civil, o uso do capacete é opcional. Segundo a escrivã da delegacia deste município, pelo menos três pessoas morreram no ano passado por não estar usando o utensílio de segurança. "Este ano uma pessoa já morreu por conta disso", conta. Segundo ela, esse número pode ser ainda maior. "Graças a Deus o número de mortes são poucos, em compensação os acidentes são constantes", relata a escrivã, defendendo o uso do capacete.
O Instituto Técnico e Científico de Polícia (ITEP) registra todos os anos aproximadamente 30 mortes na região por acidentes de com motocicletas, a maioria por falta de uso do capacete.
Em entrevista no ano passado sobre esse mesmo tema, o inspetor chefe de comunicação social da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Roberto Cabral, casos como esses são muito comuns, e prova que o uso correto do utensílio obrigatório pode salvar muitas vidas.
Além do quesito segurança, Cabral lembra que o mau uso da peça pode gerar multa gravíssima que confere sete pontos na carteira mais multa de R$ 191. "Os motociclistas que não seguirem as normas previstas no Código Nacional de Trânsito, para o uso do capacete, serão multados. Vale lembrar que o desconhecimento da lei não vale como argumentação", explicou o agente.

O capacete não influencia na criminalidade
"O uso do capacete não influência na criminalidade". É assim que pensa o capitão Carvalho, chefe da 3ª Companhia do 2º Batalhão de Polícia Militar de Apodi. Segundo ele, quando um criminoso vai agir ele simplesmente cobre o rosto, seja com quem for. "Uma pessoa só comete um crime de cara limpa quando este é passional", acredita.
Há pouco mais de sete meses no comando da PM na 35ª Zona, Carvalho mantém a ordem em Apodi e outros quatro municípios. "Quando cheguei em Apodi, em um único final de semana foram registrados 17 acidentes com duas mortes e quatro casos graves", disse o capitão. Para ele, esses dados foram suficientes para definir a obrigatoriedade do uso do capacete.
Apodi foi um dos municípios onde no passado os vereadores travaram uma guerra de poder com a Polícia Militar. Os vereadores também exigiam o fim do uso do capacete. Mas, dessa vez, a batalha foi vencida pelos militares.
Segundo o comandante, o número de vítimas fatais depois da medida caiu significativamente, provando que o uso do aparato de segurança evita muito mais mortes no trânsito do que provoca mortes na pistolagem e nos assaltos.

DEFATO

3 comentários:

diego alcoforado

na minha opinião, essa decisão dos vereadores de proibir o uso do capacete e de natureza barbara e burra, pois fere totos os pricipios do codigo de transito brasileiro;
´´pois não adianta descobrir um santo para cobrir outro´´

Ground_Zero

Essa proposta é para políticos sem expressão. É a proverbial melancia para pendurar no pescoço, sem o que não podem aparecer.

Todos sabemos que é exclusiva do legislador federal, a competência para regular a segurança do trânsito. Ainda bem, pois se assim não fosse, logo teríamos cretinos propondo adotar a mão inglesa para dificultar a abordagem de bandidos destros no trânsito.

Dito isso, espero que esse artigo não tenha sido escrito por um professor de português, pois está cheio de erros de ortografia e gramática.

Anônimo

Acho plausível a atitude, nos municípios onde foram tomadas essas medidas, a criminalidade cometida com o uso de capacetes em estabelecimentos comerciais e transeuntes, caíram mais de 70%, mesmo que muitos acham isso "burrice", em determinado momento em que se encontrar como vítima deste tipo de crime em nossas estatísticas, certamente pensará diferente.
Essas medidas, deveriam ser adotadas em todo o território nacional, desta forma inibindo este tipo de crime, que a cada mês, tem se tornado mais comum, e banalizado pelo código penal brasileiro.
Parabéns aos autores!
Eu como comerciante estou cansado de ter uma arma apontada na minha cabeça, e sempre por indivíduos usando o tal capacete escuro.

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