sábado, 17 de abril de 2010

Vice-lanterna

O Rio Grande do Norte voltou a aparecer na “rabeira” da fila dos Estados atendidos pelo governo Lula. Levantamento feito pela Controladoria Geral da União (CGU) mostra que o desprestigiado Elefante foi o segundo Estado a receber menos verbas federais em 2009, conseguindo superar apenas o pequeno Tocantins. No Nordeste, o RN ficou na lanterna e bem atrás dos outros Estados. Segundo o CGU, o Rio Grande do Norte empenhou R$ 274 milhões 232 mil, mas conseguiu liberar apenas 8% do montante, algo em torno de R$ 20 milhões. Os números são insignificantes e expõem de forma bem clara a posição desconfortável da nossa bancada federal. Sugere questionamento da força política do deputado Henrique Alves, líder da bancada do PMDB e que toda hora se vangloria de ser um companheiro e amigo do presidente da República, procurando passar a ideia de político prestigiado no Planalto. Pode até ser, ou seja mesmo. Aí, a coisa piora. Se Henrique é influente como todos acreditam, então por que não usa esse prestígio para o bem do Rio Grande do Norte? Passa a ideia que Alves usa a sua força política para benefício próprio. Aliás, não é de hoje que o RN se apresenta grande com seus representantes em Brasília e pequeno em prestígio. Recentemente, o Estado tinha o presidente do Congresso Nacional, senador Garibaldi Filho (PMDB), que somava “força” com o líder da oposição José Agripino (DEM) e os influentes deputados João Maia (PR) e Fátima Bezerra (PT). Em contrapartida, nada. O Rio Grande do Norte sofreu perdas irreparáveis, como a refinaria de petróleo, a fábrica de barrilha e a não-inclusão no projeto da Transnordestina. Teve que se contentar com investimentos pontuais e a ampliação de programas tipo Bolsa Família, em detrimento de ações capazes de promover o seu desenvolvimento. A posição de vice-lanterna na classificação dos Estados contemplados com verbas federais é, sem dúvida, um tapa na cara da nossa bancada federal, que parece impotente na luta pelo RN. Talvez aí, e provavelmente, se explique a vinda do “caldeirão do diabo” para Mossoró.
César Santos

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