Na contramão da folia autêntica
Luciano Siqueira
Diz-se que uma das serventias da arte é criar o maravilhoso (ou o surpreendente), para satisfazer a inquietação, o sonho e o encanto que habita as pessoas. O carnaval, essa festa popular que empolga milhões em algumas regiões do país, dá azo a que artistas e gente comum reinventem a realidade e traduzam de múltiplas formas o que vivem ou imaginam o ano todo.
Por razões pessoais, há mais de uma década valho-me do antigamente chamado tríduo momesco para descansar, em geral pelas praias desse fantástico litoral nordestino. Tornei-me ex-folião, mas não deixo de observar, de perto ou à distância (pela TV), a criativa folia carnavalesca.
A cada dia nosso povo se mostra reiteradamente capaz de viver esses dias com leveza e esperança e com um traço quase ingênuo em suas manifestações de alegria.
Na contramão dessa expressão genuína do que somos, infelizmente, entram em cena os que pensam obter dividendos eleitorais contaminando a festa popular com mensagens explícitas ou indiretas mediante uma presença que chega a incomodar pela grosseria.
Cá onde estou com Luci, no litoral alagoano, justamente o fator de perturbação, destoando da espontaneidade geral, é a presença de carros de som irradiando um ruído terrivelmente incômodo – a música de péssima qualidade, que nada tem a ver com o carnaval -, em altíssimo volume, ostentando fotos e slogans de conhecidos políticos da região. Além de propaganda eleitoral antecipada, sujeita às penas de lei, das quais os intrusos se sentem a salvo (sic), uma péssima contribuição à cultura local. “Coerente com eles pensam e fazem”, comenta em tom crítico um nativo revoltado.
Pode ser. Não são poucos os que por nosso país tropical preferem interditar a evolução cultural da população justamente com receio de que brotem pensamentos e condutas renovadoras, ameaçando suas posições.
Mas em nível macro, digamos assim, o mesmo se observa, por exemplo, no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo. Algumas presenças, e o modo como se comportam, traem o mais reles oportunismo eleitoral. O que certamente se repete em desfiles “oficiais” em muitos outros lugares.
Tenho cá com meus botões, entretanto, que ninguém ganha votos por esse caminho, se não os perde (diante de públicos esclarecidos). Que assim seja – para a preservação da autenticidade de nossas manifestações culturais e para separar o joio e o trigo em nossa representação política.
Por razões pessoais, há mais de uma década valho-me do antigamente chamado tríduo momesco para descansar, em geral pelas praias desse fantástico litoral nordestino. Tornei-me ex-folião, mas não deixo de observar, de perto ou à distância (pela TV), a criativa folia carnavalesca.
A cada dia nosso povo se mostra reiteradamente capaz de viver esses dias com leveza e esperança e com um traço quase ingênuo em suas manifestações de alegria.
Na contramão dessa expressão genuína do que somos, infelizmente, entram em cena os que pensam obter dividendos eleitorais contaminando a festa popular com mensagens explícitas ou indiretas mediante uma presença que chega a incomodar pela grosseria.
Cá onde estou com Luci, no litoral alagoano, justamente o fator de perturbação, destoando da espontaneidade geral, é a presença de carros de som irradiando um ruído terrivelmente incômodo – a música de péssima qualidade, que nada tem a ver com o carnaval -, em altíssimo volume, ostentando fotos e slogans de conhecidos políticos da região. Além de propaganda eleitoral antecipada, sujeita às penas de lei, das quais os intrusos se sentem a salvo (sic), uma péssima contribuição à cultura local. “Coerente com eles pensam e fazem”, comenta em tom crítico um nativo revoltado.
Pode ser. Não são poucos os que por nosso país tropical preferem interditar a evolução cultural da população justamente com receio de que brotem pensamentos e condutas renovadoras, ameaçando suas posições.
Mas em nível macro, digamos assim, o mesmo se observa, por exemplo, no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo. Algumas presenças, e o modo como se comportam, traem o mais reles oportunismo eleitoral. O que certamente se repete em desfiles “oficiais” em muitos outros lugares.
Tenho cá com meus botões, entretanto, que ninguém ganha votos por esse caminho, se não os perde (diante de públicos esclarecidos). Que assim seja – para a preservação da autenticidade de nossas manifestações culturais e para separar o joio e o trigo em nossa representação política.
0 comentários:
Postar um comentário