terça-feira, 16 de outubro de 2012

E os professores, como ficam?


 Artigo do professor Francisco Djacyr Silva de Souza lamenta o exclusão do debate político da importância do professor. Confira:
Há um dilema interminável na cabeça dos professores na eleição deste ano, pois seus algozes maiores poderão chegar ao poder onde vemos de um lado o representante do partido que em todos os lugares que chega destroi eleições democráticas, impõe terceirizações para beneficiar vereadores e não paga de forma alguma o Piso Salarial Profissional dos professores, que é lei natimorta, sem eficácia e nenhuma preocupação por parte dos políticos e também da sociedade.
Do outro lado vemos um inimigo declarado de professores que mandou a polícia bater e agredir sem dó e piedade, além de dar todo apoio para que o governador do Estado continue a tirar direitos e cassar a possibilidade de crescimento na profissão.
Desse modo, os educadores têm uma grande dúvida no sentido de votar ou escolher entre a cruz e a espada, pois certamente nenhum dos dois que aí estão representa os interesses da educação e promoverá certamente a continuidade do processo de destruição da classe trabalhadora em educação. A certeza triste é que continuará a escolha de diretores por vereadores, além do povoamento das escolas por funcionários terceirizados e apadrinhados, o que denota podridão na política.
Esse quadro é resultante de um descrédito que a sociedade tem acerca do sentido real do que é um professor, pois estes fazem greves intermináveis e a sociedade não se alia a eles, não pressiona o governo para cumprir a real função do Estado na educação e sequer mostra indignação em relação às surras que os professores têm levado durante seus movimentos reivindicatórios.
Onde estamos? Por que os professores não têm voz para gerar pessoas conscientes em relação ao voto ou que saibam o sentido real da história da educação? A classe trabalhadora em educação infelizmente não tem conseguido gerar processos de reconhecimento na sociedade nem mudado mentalidades em um povo que ainda se vende para votar em alguém e quer sempre levar vantagens nos processos de eleição.
Vivemos um momento de anestesia política em que todos dormem em berço esplêndido e não querem mudar a política, gerando quadros repetidos a cada ano como compra de votos, utilização da máquina pública, boatarias , marketing forte sem essência política e outras situações da podridão do mundo político.
A certeza que temos neste momento é que a palavra do professor não pesa, não tem ressonância na sociedade que prefere infelizmente ouvir vozes de cantores de bandas de forró, de radialistas descompromissados com eles próprios e políticos geralmente com ficha suja. A pergunta é: Para que serve a educação se nossos professores não conseguem afastar da política os que lhes fizeram tanto mal? Por que a educação não é propósito da sociedade, quando pais e mães mandam seus filhos à escola para se livrarem das responsabilidades familiares? Sei não, mas os professores não têm mais ressonância numa sociedade corrupta, egoísta e individualista o que é um mal e uma certeza de que não mudaremos nunca.

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