domingo, 4 de novembro de 2012

A vida que nada vale


 CARLOS BRICKMANN


O governador paulista Geraldo Alckmin e a presidente Dilma Rousseff prometem parceria para combater a violência em São Paulo. No caso, promessa não é dívida. Uma presidente que há mais de um ano comprou um caro avião sem piloto para patrulhar a fronteira por onde entram armas e drogas e o deixa parado; um governador que nega que o crime organizado domine os presídios e dá força a quem lhe diz que a violência é eventual e diminui, que parceria podem fazer? 

Se o Governo Federal fizer o que lhe compete, combater o contrabando de armas e drogas (e usar instrumentos de que dispõe, mas que deixa sem uso); se implantar um sistema nacional que unifique as informações policiais; se o Governo estadual começar a reconhecer que enfrenta criminosos organizados, cujo poder emana das prisões e se espalha pelas cidades, com poder para determinar sentenças de morte contra policiais; se resolver a estúpida rixa entre policiais civis e militares; se investir na área de informações, aí pode haver parceria. Sem isso, estarão jogando para a plateia. Falam em segurança e só pensam em eleição.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, diz que ofereceu ajuda ao Governo paulista. O secretário da Segurança paulista diz que não recebeu oferta alguma. Alguém falta à verdade. O Ministério da Justiça discretamente parou de monitorar as torcidas organizadas, suspeitas de acobertar o pessoal do crime. O Governo paulista insiste em dizer que não há guerra entre policiais e bandidos. 

Enquanto isso, policiais são mortos nas ruas. Mais de cem em apenas um mês.


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