sábado, 29 de junho de 2013

Sobre os que temem assumir suas opiniões

A covardia do anonimato
Francisco Cunha


É lugar-comum o entendimento de que a internet é o espaço da ampla democracia, onde todo mundo pode se manifestar livremente, praticamente para todo o planeta. Pura verdade. A blogosfera e as redes sociais são um avanço inacreditável, em especial para alguém como eu que é do tempo em que não existia nem televisão por aqui... Todavia, o lado dark dessa força monumental é o uso do espaço para manifestações anônimas e, como tais, covardemente protegidas da contestação, condição essencial para o debate democrático.

Esse é o caso no Recife do blog “Prefeito Lucena” que, usando o disfarce do humor, se esconde atrás do biombo do anonimato para investir contra o “urbanismo” e os “urbanistas” da província. Não tenho nada contra o humor nem sou a favor dos urbanistas, apesar de ser diplomado neste ofício pela UFPE. Muito pelo contrário, até.

Todavia, tenho tudo contra a covardia do anonimato, sobretudo quando usado como pretexto para agredir de forma grosseira e difamar pessoas e instituições escolhidas a dedo. Mais ainda, tenho absolutamente tudo contra a covardia de usar o pretexto do humor de má qualidade e do anonimato para tentar ridicularizar ideias expostas a favor da vital reinvenção da cidade do Recife como foi feito em relação a mim, à TGI e à Algomais (instituições sérias que tive a honra de ajudar a criar e tenho a honra maior ainda de integrar) e a outras pessoas e instituições que têm insistido em expor e debater ideias novas neste dramático momento pelo qual passa a cidade.

Minhas ideias bem, como aquelas que tenho a honra de relatar ou comentar, indicando a autoria, como as do projeto O Recife que Precisamos, alvos da tentativa de ridicularização, as exponho abertamente e com assinatura aqui nesta Última Página, bem como são alvo de reportagem na Algomais. Além disso, tenho perfis públicos no Twitter e no Facebook, abertos e assinados. Quem não concorda comigo ou com as ideias que exponho pode e deve discordar publicamente, seja nos perfis, seja na Algomais que, praticando o que preconiza sua Missão, sempre publicou todas as opiniões contrárias recebidas, desde que assinadas, evidentemente.

Há que se distinguir muito claramente o que é humor assinado, ainda que escrachado (tipo Casseta & Planeta, Porta do Fundos, o nosso Pa-pafigo ou o pai de todos que foi o Pasquim), da tentativa de ridicularizar pessoas, organizações e ideias seletiva e anonimamente, por motivos inconfessáveis como são todos os que estão por trás

de cartas, telefonemas, e-mails ou blogs anônimos. O Recife precisa, mais do que nunca em sua história, do debate franco e aberto sobre o futuro. Se não fizermos assim, vamos perder a nossa cidade (tenho certeza absoluta disso). Precisamos, agora, sobretudo, da democracia do debate aberto e não da ditadura do anonimato covarde.

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